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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Esqueci de Te Esquecer


Capitulo 38

Pamela on:
            Minha cabeça estava pesada, como se estivesse levado uma pancada muito forte, não sentia minhas pernas o efeito da anestesia ainda não tinha passado. O soro gotejando era o único barulho que se podia ouvir no quarto. Vi uma mulher de branco mexendo na cortina, as fechando deduzi.
- Olá! – Cumprimentou assim que me viu já acordada.
- Oi! – Cumprimentei baixinho.
            Estava muito fraca, um pouco tonta. Passei a mão sobre minha barriga, por costume eu acho. Ela estava murcha, não havia mais nada ali. Assustei.
- Cadê meus filhos? – Perguntei num pulo pra enfermeira que estava se aproximando de meu leito.
- Eles estão bem, e se você quiser saber, são as coisas mais lindas que já vi. Daqui a pouco vou trazê-los pra você. Mais antes a senhorita tem que ficar calma.
            Queria ficar calma, mais era impossível. Estava me sentindo tão vazia, tão perdida. Cadê o Caio? Luan? Andreza? Cadê meus amigos? Eu estava sozinha naquele lugar? Primeiro como eu cheguei ali? Não me lembrava de nada que havia acontecido só me recordava de ver alguns vultos em uma sala muito clara, algumas pessoas andando de um lado pro outro. Lembro-me de ver Caio perto de mim, mais foi por poucos instantes, pois logo tudo que achava que estava claro, ficou escuro. Tudo desapareceu por completo.

            Bateram na porta fazendo-me despertar da viagem curta no mundo da lua. Alguém abre a porta, parecia um anjo de tão lindo, era médico, não me lembro dele. Mais da pessoa que estava logo atrás do Doutor eu me lembrava muito bem, Caio, e mais atrás vinha Andreza toda, toda feliz, eita algo aquela muié aprontou.
- Oi! – Cumprimentou o Doutor caminhando lentamente adentro do quarto.
- Olá! – Cumprimentei meia rouca.
- Pamii! – Disse Deza como uma criança vendo um pirulito colorido, a felicidade estava estampada em seu rosto. Sorri.
            Olhei Caio que não tinha dito nada ainda. Ele parecia chocado, estava com olhos avermelhados, como se seu sangue estivesse ido pra um só local.
- Oi Deza... - Cumprimentei minha amiga sorridente. Voltei a olhar Caio, eu já estava ficando preocupada. – Você esta bem? – Perguntei observando alguma reação que explicasse por que ele não havia falado comigo.
            Ele nada disse, parecia não querer chorar, seus passos lentos me deixavam agoniada. Caio se aproximava. Colocou seu corpo em cima de meu leito e não contive a emoção, mesmo fraca, mesmo custando a levantar meus braços o envolvi, sem ligar pra quem estava perto, sem ligar pra dor que sentia ao me mexer.
- Ei, acalme-se homi, eu to bem ta vendo – Segurei seu rosto em minhas mãos – Ta vendo? Eu to bem, deu tudo certo!
- Eu fiquei com medo de perder você.
- Ei, você jamais irá me perder. – Sorri e o envolvi em meus braços.
- Mesmo assim eu tive medo Pam. Te ver ali naquela mesa.. Ai não quero me lembrar...
- Ei fica calmo! Eu to bem, to aqui não to? Então se acalme homi... Eu quero ver meus filhos.
- Logo eles vão estar aqui. - Disse Caio todo sorridente.
- A menina se parece com o ... – Andreza não terminou a frase por causa de Caio.
- É ela é linda e é branquinha igual o Luan. – Caio completou.
Eu apenas sorri, e imaginei minha menina toda branquinha com os cabelinhos negros iguais ao do pai. Deve mesmo ser linda. E o Luan? Será que sabia do nascimento dos meus filhos? Porque não esta aqui?
- Deza, cadê o Luan. – Perguntei sem me importar com Caio. O sorriso que havia em seu rosto se desmanchou. Meu coração doeu. Mas no fundo o pai é o Luan e não ele.
- Ta fazendo um show minha amiga, mas eu vou lá fora ver se consigo falar com ele ok?
- Ok amiga, diga que os meu filhos são lindos. – Sorri com fraqueza
- Ta certo meu anjo. – Andreza saiu do quarto me deixando a sós com o Caio. Afaguei seu rosto. E o pedi pra deitar ali comigo. Precisava dele.
Pamela off

Eu fui pra fora do quarto procurando meu telefone na bolsa, maldita bolsa, não acho nada quando eu quero. Finalmente o encontrei e logo disquei o numero do Luan...
- Alo, Deza?
- Sim, Luan sou eu mesma. Como que você ta?
- Nervoso né muie. Mas me diz, tem noticia da Pami?
- Tenho, ocorreu tudo bem, meu amor. – Não quis contar a ele sobre as paradas cardíacas de Pami. Luan não suportaria e ia querer vir literalmente voando pra cá.
– Os bebes são lindos Luan! – Disse com um sorriso enorme no rosto e com lagrimas nos olhos.
- Mesmo? Não faz isso comigo Deza, quero muito vê-los. Mas só posso sair daqui amanha de manha.
- Sim, são lindo. A menina é a sua cara. Não resisti e tirei uma foto dos gêmeos pra você ver, vou te mandar assim que acabar ligação.
- Ta bom muie. Fiquei curioso. EU SOU PAI PORRAAAAAAA! – Luan gritou no meu ouvido, mas o que fiz fui sorrir, eu também estava muito feliz por ele.
- Parabéns, papai! – Eu disse enfim.
- Deza, não da pra eu falar com a Pam não?
- Ai Luan, ela ta no quarto descansando e o Caio ta com ela. Não sei se é uma boa hora. – Fui sincera e vou confessar que também rolou um ciúme de Luan nessa hora. Não sei bem o porquê, mas aconteceu.
- Tudo bem, amanha eu to ai mesmo. Você vai ao hotel me buscar? Não quero ir pra ai sozinho.
- Vou sim, claro. Quando chegar me liga.
- Obrigado linda.
- Vou estar sempre com você Luan, não esquece.
- Não, não vou esquecer não meu amor. Obrigado mesmo viu.
- Agora vou desligar to muito cansada Luan. Foi tudo muito tenso pra mim.
- Imagino Deza, vai pra casa descansar?
- Acho que vou, vou falar com Caio, ver o que ele vai fazer.
- Entendi. – Luan respirou. Ai vem coisa... - Deza eu sou o pai né? Não ele.
- Claro meu amor, é você o pai. E ela não pode negar a você esse direito. Amanha vocês conversam direito meu anjo. Eu to indo ta?
- Ta bom, vai lá  meu BB. Ate amanha
- Ate amanha!
Desliguei o celular e as lagrimas caíram do meu rosto. Encaminhei-me ate a porta e quando abri encontrei Pam e Caio dormindo juntos na cama. Uma linda cena. Fechei a porta devagar pra não acordá-los. Quando me virei dei de cara com o Dr. Galã como disse Caio. Realmente ele é lindo! Assustei-me, mas ele sorriu pra mim, me olhou de cima abaixo.
- Ta tudo bem?
- Ta sim Dr. Eu já to ate indo pra casa descansar, agora que tudo já passou.
- Posso te acompanhar se quiser...
- Ah, não que isso não quero atrapalhar seu trabalho.
- Meu trabalho terminou faz... – Olhou em seu relógio – Quinze minutos. E você não parece estar em condições de andar sozinha por ai. Eu te levo pra casa.
- Tudo bem, eu to muito cansada mesmo.
Aceitei a carona do Dr. Galã. Gostei de chamá-lo assim. Andamos por aquele hospital que tanto me atormentou nas ultimas horas. No estacionamento o Dr. Me encaminhou para seu carro, ele abriu a porta pra mim.
- Obrigada. – Agradeci, sentando-me no banco do carona.
Quando ele ligou o carro o ar condicionado ligou automaticamente. Aquele clima gelado me fez relaxar, eu olhei pro doutor bonitão, ele me olhava com um sorriso lindo. Que vontade me deu de beijar aquela boca...



Continua...

domingo, 27 de novembro de 2011

Esqueci de Te Esquecer...

Capitulo 37

            Fiquei horas, sentada na sala de espera, horas, sabe o que é isso? H-O-R-A-S! Isso mesmo o parto durou muito tempo, não vi nem sinal de Caio pelo corredor, fiquei desesperada. Caminhei de um lado pro outro.
            O relógio era perturbador, os minutos se arrastavam como lesmas, e o tick – tack me deixava doida.
            Fui à cozinha pegar um pouco de café, ao voltar me surpreendo com Caio caminhando lentamente pelo corredor, seus olhos vermelhos, seu rosto abatido.
- Caio? – Chamei desesperada – Como foi? O que aconteceu?
- Os bebês estão bem – Falou num suspiro, continuando sua caminhada tranqüila junto a mim – Eles estão bem...
- E a ela? Cadê minha amiga? – Perguntei parando Caio.
            Ele não disse nada para o meu espanto, abaixou a cabeça e me abraçou, suas lágrimas molharam minha blusa, seu choro era um choro de dor, como se não houvesse mais vida em si.
- Ela...
- Caio? Cadê minha amiga?
- Ela... Ficou na sala de cirurgia – Desmanchou Caio em meus braços – Não sei como a Pam está, os enfermeiro me tiraram do centro cirúrgico, a pedido do Dr. Guilherme.
- Por que? Eu não to entendendo, como foi o parto?
- Eu... Eu tentei ser forte, mas... – Caio deixou meus braços e escorou na parede, desmanchando-se e sentando no chão com as mãos no rosto.
- Eu to ficando preocupada Caio – As lágrimas queriam cair, não as deixei fazer tal coisa – Ei... Não fica assim, a Pam vai ficar bem.
            Caio apenas balançou a cabeça em sinal de não.
- Ela perdeu muito sangue... – Começou a explicação – Teve hemorragia intensa, lá no centro cirúrgico, o Dr. Guilherme fez de tudo pra poder salvar os bebês, por causa da pressão alta, o liquido amniótico da placenta bem dizer “secou” estava a Pam e os bebês correndo risco de vida – Caio respirou fundo apanhando forças pra continuar a explicar o que se passou lá dentro – Então assim que tiraram os gêmeos da Pam  começou a correria pra salvar a vida dela. A encheram de sondas, de mascara de oxigênio... – As lágrimas jorravam em Caio, ele jogou sua cabeça pra trás como se pedisse a Deus ajuda –... Ela entrou em parada cardíaca. Eu me desesperei estava a perdendo, o Dr. Guilherme também parecia desesperado, aí que meu mundo caiu. Os enfermeiros pediram pra eu sair do local, nossa... Nunca havia ficado desesperado num centro cirúrgico. Eu vi a Pam morta Deza... Ela estava morrendo diante dos meus olhos e eu não podia fazer nada pra salvá-la...
            Caio se jogou nos meus braços novamente, ele queria consolo, o abracei. Não sabia quem estava chorando mais, se era eu, ou se era Caio.
 - Vai ficar tudo bem... Ela vai ficar bem... – Tentei consolá-lo mais não adiantou muito, pois minhas lagrimas não ajudaram.
            Ficamos sentados perdidos em pensamentos por alguns minutos, logo depois fomos pra bendita sala de espera, Caio não conseguiu nem beber água pra se acalmar, tudo que ele sabia fazer era ficar de cabeça baixa e rezar. Vi medo em seus olhos vi dor em sua voz.
            Pensei em Luan, como será que ele reagiria ao saber da noticia? Eu não conseguiria dizer a ele, conseguiria? Não! Aquilo era de mais pra mim.
            Sentei-me ao lado de Caio. Um silêncio perturbador invadiu a sala, a única coisa que podíamos ouvir era o som de nossos corações. Apenas o nosso. Temi pelo de Pamela..
            Toc... toc... toc... Era o som de sapatos batendo no piso do corredor. Alguém estava chegando. Caio se pôs de pé, o imitei ficando ao seu lado.
- Olá! – Cumprimentou um rapaz de branco.
- Como foi? Cadê ela? – Perguntou Caio completamente desesperado.
- Acalme- se Caio você sabe como são essas coisas. Fizemos tudo que estava ao nosso alcance, a Pamela entrou em parada cardíaca duas vezes, na primeira quando retiraram você da sala, conseguimos reanimá-la.
- E na segunda? – Perguntou Caio.
            Fez silêncio. Temi pela resposta.
- Na segunda foi mais complicada, ela ainda estava com hemorragia, por alguns minutos pensei que tudo estava perdido... Mas a sua mulher é forte. Depois de muita luta, seu coração bateu. – Falou o Dr. por fim.
            Caio não se conteve e começou a chorar de felicidade, ele me abraçou. E eu o abracei de felicidade. Minha amiga estava viva.
- Posso vê-la? – Perguntei apressada.
- Não ainda, não! Pamela esta se recuperando. Neste momento, ela esta dormindo. Mas seus filhos Caio, estão acordados. – Sorriu o Dr.
- Você quer ir lá vê-los Deza? – Perguntou Caio olhando pra mim.
- Humrum! – Falei limpando as lágrimas.
            Caio sorriu, olhou o Dr. e foi dar um abraço nele.
- Obrigado! – Agradeceu.
- Eu só fiz o meu dever!
            Fiz o mesmo que Caio.
- Obrigada, por ter salvado a vida de minha amiga! – Agradeci em meio ao abraço do Dr.
            Foi só nesse momento que pude observá-lo direito, nossa como ele era alto, e tão novo pra sua carreira. Cabelos pretos, olhos claros, sorriso branquinho, braços fortes, um perfume que só Deus pra ajudar. Sorri ao perceber que ele tinha visto que eu o observava.
            Soltei-me de seus braços, ele me olhou diferente, fiquei com vergonha e sorri.
- Bom... Vou voltar pro meu serviço – Disse Dr. Guilherme por fim.
- Obrigado mesmo doutor.
- Só fiz o meu trabalho – Ele novamente olhou em mim – Com licença.
- Toda! – Falei dando passagem ao médico bonitão.
            Caio olhou pra mim.
- Vamos ou você ainda quer ficar aqui babando pelo Doutor?
- Eu não to babando!
- Não né, ta parecendo aquele cachorro Betthoveen.
- Engraçadinho! – Disse aproximando de Caio – Vamos... Eu quero ver o baby’s da Pami e do Luan.
- Baby’s da Pami. – Falou Caio caminhando em minha frente. Tive que correr um pouco pra poder alcançá-lo, ele era mais rápido que eu.
            Aí que triângulo amoroso que a Pami foi se meter, eu sei que ela ama o Luan, mais e o Caio? Aquela guria sempre foi complicada. Dividia entre dois amores, nossa!
- Vamos Deza, para de dormir no ponto aí muié! – Chamou Caio.
- Nossa Senhora ta aprendendo a falar errado igual a Pami né, Dr. Caio, isso não é modos de um Doutor falar.
- Kkkkk É a convivência. – Concordou sorrindo.
Caio caminhava pelos corredores. Parecia saber muito bem o caminho, eu estava muito, mais muito, muito perdida, pra mim todos os corredores eram iguais. Chegamos ao tão esperado berçário.
- Ali estão eles! – Disse Caio de voz baixa, ele estava tão emocionado que não conseguiu conter a vontade de entrar.
            Eu não pude ¬¬’ não deixaram. Fiquei só observando pelo vidro os pequeninos de minha amiga e de meu amigo. O Luan precisava ver isso, tirei uma foto, mais sem flash. Caio viu que eu iria tirar a foto e se distanciou, ele sabia pra quem eu iria mandá-la, se Luan o visse por perto ficaria muito triste tadinho. Seria complicado Luan segurar a raiva, afinal ele que é o pai e não pode estar presente no momento único de sua vida.
            A menina estava quietinha não se mexia muito, ela estava enrolada em uma manta cor de rosa e com um macacãozinho branco coisa mais linda, parecia uma boneca, tão branquinha parecia o pai. Já o menino nossa, aquele era agitado, mexia as mãozinhas como se estivesse tocando alguma coisa, hahahaha, sapeca. Embrulhado em uma manta branca bordada com alguns detalhes em azul, ele vestia um macacãozinho azul não consegui reparar direito, o guri não ficava quieto. Nenhum dos dois choravam, até mesmo o menino que não parava sossegado ficava apenas brincando sem choro nenhum.  
            Caio parecia o papai babão, fiquei imaginando, qual seria a sensação que Luan sentiria ao ver seus filhos pela primeira vez. Medo? Felicidade? Pelo que conheço Luan, aquilo não se compararia a nenhuma das emoções que ele iria sentir.
            Fiquei ali observando e boiando em pensamentos nem percebi quando Caio se aproximou de mim.
- Eles são lindo né – Disse passando a mão no vidro.
- Perfeitinhos... – Enfim falei limpando as lágrimas que escorriam de emoção.
            Senti um perfume gostoso no ar, olhei pra trás e o vi se aproximar, o Doutor galã do hospital, ele sorri de vergonha deve ter percebido que eu o olhava, atenta a cada movimento seu, a cada detalhe de seu corpo coberto pelo jaleco branquinho modelado em seu corpo forte. Ele se aproxima, coloca o cotovelo no vidro como se estivesse apoiando seu corpo.
- Ela está acordada! – Disse em um suspiro atrás de meu corpo, arrepiei ao sentir seu hálito fresco passar pelo meu pescoço – Vou levá-los até a Pamela.
- Ah sim... Obrigado – Falou Caio dando uma ultima olhada nos anjinhos de minha amiga.
            Caminhamos lentamente pelo hospital, não estava muito movimentado nesta tarde. O Doutor queria me matar só podia, ele me olhava parecia com vergonha mais não tirava os olhos de mim. Caio me matava de raiva, ele só ficava rindo e despistando como se não estivesse vendo nada. Aff ¬¬’ assim que ver a Pami vou contar tudo pra ela, pelo menos alguém nesse mundo dá um jeito no Caio. Tudo bem eu confesso que estava gostando das olhadas do Doutor Guilherme, caramba ele não era de se jogar fora, hahaha.

Continua...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Esqueci de Te Esquecer...

 
Capitulo 36


Eu ouvia toda a briga dos dois, mas não quis intrometer. Era amiga demais de cada um deles. Não saberia a quem apoiar. Fiquei magoada com a Pam por não ter me contado tudo o que aconteceu naquele show. Não me dizer quem era o pai da criança quando disse estar grávida. Bom, ela teve seus motivos. Mas ver Luan naquela situação, sentado no meu sofá. Parecendo não acreditar no que a Pami tinha falado a ele, era difícil. Lagrimas encheram meus olhos, algumas ate caíram. Respirei fundo. Tinha que ser forte, meu amigo precisava de mim, agora mais do que nunca. Luan, meu ídolo, amigo, affair... O que você achar melhor. Ele estava precisando de mim, e isso me cortava o coração. O que dizer? Não sabia ainda.
 Wellington entrou na sala assim que Pami saiu. Mas logo paralisou vendo a situação de Luan, então me vi obrigada a me aproximar dele.
- Luan...
- Eu vou ser pai Andreza! Porque ela não me procurou antes?
- Não sei meu anjo! Mas calma, talvez agora as coisas mudem... – O encorajei.
- Mudem como Deza?
- Ah, ela pode deixar você ver seus filhos.
- Ela não quer que eu seja o pai das crianças. Ela disse que o Caio é o pai deles. Mais não é! Eu sou o pai deles. – O som da sua voz cortava meu coração. Era misto de raiva, decepção e indignação.
- Sim amor, é você e vamos dar um jeito de você participar da vida deles ta? Eu vou amanhã  falar com ela ta bom? Mas não fica assim Luan. Não gosto.
Ver Luan daquele jeito fez com que eu o quisesse em meus braços o acalentando. E assim o fiz. O coloquei em meu colo. Luan parecia distante.
Com o tempo foi voltando ao normal. Ficamos ali sentados por longos minutos. Já estava escurecendo, quando Wellington recebeu um telefonema.
- Luan, é a Dagmar atrás de você! Ta quase na hora da entrevista.
- É verdade! Deza minha linda, eu tenho que ir. – Disse se levantando do sofá em um pulo.
O acompanhei ate a porta. Não podia o deixar só.
- Não quer que eu vá com você? Eu fico escondidinha!
- Não meu amor, pode ficar aqui, você vai ta comigo em pensamento mesmo que eu sei.
- É vou estar sim meu anjo. Sempre.
- Obrigado mesmo, por tudo. – agradeceu dando-me um selinho demorado. Sorriu e partiu. E junto foi o meu coração.
Respirei aliviada, ele parecia melhor. E eu tinha uma missão né? Falar com a Pam, no dia seguinte.
Acordei toda quebrada. Parecia que um trator tinha passado por cima de mim. Tomei um banho mega quente a fim de relaxar. Funcionou. Vesti-me, coloquei meu uniforme, afinal de lá eu ia trabalhar. Queria passar à tarde com Pami. Minha raiva já havia passado. Não havia motivos pra ficarmos de mal uma com a outra. Tudo o que aconteceu não foi culpa nossa. Não podíamos adivinhar, podíamos?
Fui ate o hotel que ela se hospeda, perguntei a recepção o quarto dela. E disse pra não avisar, pois queria fazer surpresa. Na verdade não queria que ela se negasse a me atender. Pamela é cabeça dura às vezes.
            Bati na porta. Demoraram atender, senti só a maçaneta se contorcendo devagarzinho. Finalmente abriram a porta.

- Pami? – Assustei ao deparar com minha amiga mais branca que leite, apoiando a mão sobre a barriga. Olhei no chão, um liquido vermelho caia de suas pernas. Era sangue! Eu tinha pavor de sangue – Ai meu Deus – Fiquei completamente desesperada. Pam parecia consciente mais não foi por muito tempo, logo se jogou no chão caindo sobre aquela poça de sangue.
            Sai correndo pedindo socorro. Os seguranças do hotel vieram ajudar. Eles a carregaram com cuidado pro elevador. Liguei pra ambulância. Dei todos os dados possíveis do lugar e quando chegamos cadê a ambulância? Nada dela. Chamei um taxi, que por sorte passa igual água na orla da Barra.
            Pam não tinha forças pra nada. Pedi a ajuda dos seguranças pra colocarem ela no carro. Pamela acomodada, pedi pra que fosse urgente ao hospital mais próximo. Liguei pra Caio, tinha o numero, pois Pami já havia me ligado algumas vezes com o numero dele.
- Alô? Caio aqui é a Andreza amiga da Pam.
- Ah. Oi tudo bem Deza?
- Não, não tem nada bem. Preciso que você vá ao hospital perto do Hotel Atlântida que vocês estão hospedados, a Pami tava sangrando muito quando a encontrei, ela esta mais pálida que água de arroz. Estou preocupada, ela ta sangrando muito! Me ajudaaaaaa! – Disse desesperada.
- Ok, calma você esta com ela na ambulância?
- Não eu to num taxi! A saúde publica do Rio não funciona muito bem não Caio.
- E como que ela ta? Eu vou correndo pro hospital. Me espera lá Deza. E obrigado pela ajuda.
- Que isso. Foi sorte eu ter ido ver ela. Mas te espero no hospital.
            Desliguei o telefone, já havíamos chegado. Pam estava muito pálida, o sangue grudado em sua camisola, era como um filme de terror.
- Vai ficar tudo bem! – Disse à minha amiga, mais sabia que era pra tranqüilizar mais a mim do que a ela, que ainda estava desacordada.
            Sai do carro, e uma enfermeira veio ao meu encontro.
- Você é quem a esta acompanhando?
- Sim! – Falei tremendo de tão nervosa.
- Fique calma ela está em boas mãos, venha comigo preciso de alguns dados da paciente.
- Ok!
            Fomos para dentro do hospital. Me colocaram numa salinha. Disse tudo que sabia sobre a Pam, não sabia muita coisa, como nome dos pais, data de nascimento, só sabia quantos anos ela tinha e que estava grávida de gêmeos de 8 meses.
- Tudo bem, esses dados são os mais necessários num momento, você conhece algum parente da garota?
- Não, só o marido dela que já esta vindo.
- Ok! Fique tranqüila, ela vai ficar bem.
            Não consegui fazer meus pés pararem de bater contra o piso do hospital, minha mão tremia, minha cabeça doía muito.
- Deza? – Chamou um rapaz alto, branquinho, forte, parecia um anjo, ei parecia o Luan! A única diferença é que ele se chamava Caio.
- Oi... – Disse abraçando o rapaz de branco que venho em minha direção.
- Calma, tudo bem? Cadê a Pami? O que realmente aconteceu?
- Bom... Eu não sei te explicar ao certo. Fui ao seu quarto no hotel e logo após bater na porta, ela aparece super pálida, gelada que nem morto, sangrando muito.
- Ai meu Deus, os bebês! Ela teve hemorragia. Preciso falar com uma enfermeira. – Caio foi ate a recepção, uma enfermeira já estava vindo conversar com ele.
            Não sei o que falaram, não queria saber. Estava com medo de enfim perder minha amiga. Ela sempre disse que queria morrer, mais nunca pensei que estaria perto pra ver isso.
- Eles a estão preparando pra uma cesariana de emergência. Vou poder acompanhar o parto, assim que tiver noticias te falo – Disse Caio abraçando-me novamente – Fique tranqüila vai da tudo certo.
            Eu conhecia aquele tom de voz, parecia o meu tom quando quero amenizar alguém sendo que era eu mesma que estava nervosa.
            Caio sumiu por um corredor deixando-me completamente sozinha. Nervosa eu? Magina.
            Minhas mãos suavam, meus pés batiam em ritmos acelerados no chão, levantei, sentei, levantei, sentei. Não sabia o que fazer, os ponteiros do relógio arrastavam num tic-tac terrível.
            O hospital super gelado me arrepiava. Aquele movimento pelos corredores. Pessoas machucadas passavam, e eu ali sem poder fazer nada, sem ao menos ter noticias.
            Pensei em ligar pra Luan, ele precisava saber o que estava acontecendo, afinal era a mãe dos filhos dele que tava sangrando quando a encontrei. Procurei meu celular no bolso, minha mão suada escorregou nas teclas. Encontrei rapidamente o numero do celular de Luan. Hesitei.
            Ele ia ficar preocupado, ia dar nas idéias de vir ao hospital e sei que não vai poder afinal o coitado ta em outro estado agora.
            Mas era meu “dever” como amiga dizer o que estava acontecendo, mesmo que isso possa matar o Luan do coração. Disquei o número. Não demorou muito e logo Luan atendeu.
- Oi Deza!
- Oi Lu... – Disse em voz baixa.
- Por que você ta falando tão baixinho? – Perguntou Luan mais baixo que o começo.
- Eu to no hospital!
- No hospital? – Luan alterou a voz – O que você ta fazendo no hospital Andreza?
- Não sei ... Ai espera eu sei. Ai calma eu to nervosa. – Nessa hora eu sempre ficava sem saber o que fazer. Mas dessa vez é pior. É minha amiga que finalmente a conheci e em poucos dias eu podia perde-lá pra sempre. Respirei fundo. – Sem drama Andreza! – pensei comigo e finalmente voltei a ligação.
- A Pam, ta no hospital, to com medo Luan, eu vi sangue cara.
- Sangue? Como assim? Me explica isso Deza!
- Então... Fica calmo. Ta tudo bem, eu acho que ta tudo bem né.
- Andreza, não tem como eu ficar calmo. A Pami ta no hospital? É alguma coisa com os bebês?
- Ela tava sangrando muito Luan. O Caio disse que ela teve hemorragia, e neste momento ele ta na sala de parto, vão fazer uma... – Pensei no que Caio havia me dito – Uma... Cesariana de emergência.
- Meus filhos estão nascendo? – Gritou Luan como se estivesse contando que ganhou na loteria.
-  Shiiii! Fala baixo! – Pedi a Luan, como se ele tivesse no hospital comigo. Ah eu tava nervosa né? – Acho que é isso ai mesmo Luan. To nervosa Luan. Mais estou realmente preocupada com ela, o Caio não ficou com cara muito boa quando disse que iria ficar tudo bem.
- Eu preciso ir pro Rio agora.
- Não Luan  ta loco? Fica calmo. Sossega ai, vai dá tudo certo. Você tem show hoje a noite, precisa se concentrar, eu na verdade nem queria te ligar, mais estou completamente desesperada, to sozinha e não gosto de hospital. Olha, assim que o Caio vier eu te dou noticias, se você vier pra cá não vai adiantar nada, não vai mudar nada.
- É ma...
- Mas nada Luan. Escuta o que to te dizendo, seus fãs também precisam de você. A Pami vai ficar bem, seus filhos vão ficar bem.
- Eu...
- Luan, fica quieto pelo amor de Deus, não apavora, fica calmo, olha vou ter que desligar, vou comer alguma coisa e esperar o Caio sair da sala de cirurgia. Assim que tiver noticias te ligo ta bom?
- Liga mesmo?
- Sim, ligo sim!
- Obrigado Deza, você é como se fosse meu anjo, cuida da Pamela e dos meus filhos aí pra mim, por favor, assim que terminar esse show vou pro Rio de Janeiro.
- Ta bom Luan, fica com Deus e fica calmo vai dá tudo certo.
- Se Deus quiser muié.
- Agora to indo,beijos!
- Tchau Deza... – Despediu Luan com uma vozinha de preocupação.
            Desliguei o telefone. Tadinho do Luan, ta tão longe. Não sei se fiz o certo em ter ligado pra ele, poxa vida, que eu saiba o Luan tem o direito de saber de tudo né, não podia esconder nada dele.

Continua...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Esqueci de Te Esquecer...

Capitulo 35

- Oi amor – Disse Luan abraçando Andreza que não acreditava no que via.
- Oi Well – Cumprimentou Deza por cima dos ombros de Luan vendo o segurança. Ela realmente ta intima do Luan, porque ate o segurança tem apelido...

            Tudo ocorreu como ontem, eu e Luan trocamos o papel, desta vez foi a vez dele se assustar ao me ver no sofá da casa de Deza.

- Oi Pam! – Cumprimentou Luan ao soltar dos braços de Deza.
- Oi Luan!

            O clima entre a gente estava estranho, não me assustei tanto quanto no dia anterior. Mas ver Luan ali parado em minha frente com a mesma carinha de anjo de antes, e lembrar de tudo que vivemos juntos, arrepiava toda extensão de meu corpo.

- Vem gente, pode entrar – Falou Deza aos meninos que ainda estavam na porta.

            Luan entrou acompanhado apenas de seu segurança o Well.

- Oi Wellington, tudo bem? – Falei olhando o rapaz moreno forte que acompanhava Luan.

            Ele fez cara de espanto. Olhou Luan. É mais um que me reconheceu, que ótimo. Vou ser a malvada da história que vê?

- Oi, quanto tempo! – Disse Wellington se aproximando de mim.
- Hahaha bastante. – Falei dando-lhe um abraço. Estranhamente, mas um abraço.

            Não passei tanto tempo assim com o pessoal que cercava o Luan, mais passei tempo o bastante pra tornar amiga deles.

- Então Luan, o que aconteceu pensei que você iria ter entrevista hoje à tarde. – Falou Deza indo ao encontro do sofá que estávamos sentadas antes dos meninos chegar.
- Bom... – Luan caminhou e se sentou no meu lugar (implicante ele? Magina) –É verdade, tínhamos uma entrevista hoje mais não rolou, a Dag remarcou pra noite.
- Ah ta.
- E aí pensei que podia vir ver minha amiga né, já que só você me faz bem... – Disse Luan olhando pra mim. É ele deve ta com raiva de mim.
- A gente ta indo fazer brigadeiro, vamos ver um filminho. Querem ver?
- Que filme?
- Esse aqui. – Deza pegou a capa do filme que havia deixado em cima da mesinha.
- Romance? Não gosto muito não!
- É pra gente entrar em depressão.
- Hahaha... Ver filme de romance pra entrar em depressão?
- É e ainda pensamos em fazer brigadeiro – Acrescentei.
- Hum... Eu quero brigadeiro, podemos fazer companhia pra vocês?
- Claro bebê pode ficar aqui com a gente – Disse Deza pulando no sofá sentando-se ao lado de Luan. Ela falou alguma coisa no ouvido dele e segurou com força a mão dele. Ele apenas concordou.

            Não disse nada, não tinha nem como revidar. Era caso perdido. Tinha que agüentar a presença de Luan, querendo ou não querendo.

- Pami vamos fazer o brigadeiro?
- Eu posso ajudar? – Perguntou Luan atento a nossa conversa.
- Não! Você e o Well vão ficar quietinhos aqui, deixa as muié cuidar da cozinha por que se não você vão fazer bagunça – Reclamou Deza – Vamos amiga  – Completou puxando meu braço.
- Ta bom muié vai cum carma. – Reclamei.

            Caminhamos rindo feito bobas alegres até a cozinha. Eu estava feliz, parece que o Luan não desconfiava de nada, “nem tinha como desconfiar né”. Agora vamos pra minha parte preferida “BRIGADEIRO”.
- Pam pega o leite condensado ali na geladeira pra mim! – Pediu Deza colocando a panela no fogão.
- Ta bom. – Com rapidez peguei a latinha na geladeira e já a abri com facilidade – hum... Delicia eu amo leite condensado.
- É mais não come tudo, tem que sobrar pro brigadeiro – Riu Deza.
- Vai ser chata lá na Bélgica vai, meus bebês estão com vontade.
- Sei, agora a desculpa são os bebes! Tadinhos levam toda culpa.
- Nem coloco toda culpa neles.
- Não... Magina.

            Fizemos uma tremenda bagunça na cozinha, derramei Nescau no fogão a Deza passou margarina na minha cara, acho que se tivéssemos deixado Luan e o Well ajudarem na cozinha não teríamos feito tanta bagunça. ¬¬’
            Falando nisso, eles estavam muito quietinhos lá na sala.

- Deza? – Chamei Andreza quando mexia o brigadeiro. Ela limpava atenta uma colher, parecia tão concentrada – Amiga? Eí, psiu to te chamando muié.
- Diz...
- Você não acha que os meninos estão muito quietinhos lá na sala não?
- É verdade, até agora não disseram nada. Vou lá da uma olhadinha – Falou Deza jogando sua colher na pia.

            Não a vi mais, ela sumiu pela porta da cozinha e não pude nem ouvir o que falava com os meninos. Continuei a mexer o brigadeiro.

- Lalalala – Cantarolei.
- Pam... Eles tão lá discutindo sobre um caso que nem me deixaram ouvir – Reclamou Deza entrando na cozinha e se sentando na cadeira próximo a mim.
- Hahaha, sei.
- E ai ta pronto?
- Acho que sim. Pega um pano de prato pra mim Deza.

            Andreza se inclinou na gaveta e pegou um pano de prato entregando-me rapidamente. Os enrolei na panela e a virei, jogando todo o brigadeiro em um prato

- É ele ta desgarrado. Borá comer?
- Hahaha, vamos.

            Deixei que Deza pegasse o prato, ela tinha mais equilíbrio do que a mim. Fiquei segurando as colheres.

- Ta quente cuidado – alertei.
- Ta eu tenho cuidado. Agora vamos lá comer isso que to com fome.

            Não falei nada caminhei de volta a sala, fui atrás de Deza. Ver o Luan assim de primeira ainda me causava um impacto aterrorizante.
            Andamos devagarzinho. Observei um ponto no chão, queria um foco olhar o Luan não era uma boa coisa a fazer.

- Pam? – Ouvi chamar meu nome. Era Deza.
- Oi? – Atendi ao seu chamado. Quando levantei meus olhos pude ver que Andreza não olhava a mim. Ela tinha outro foco, observei a direção que prendia sua atenção – Luan... – Engoli em seco quando vi Luan parado ao lado do sofá olhando fixamente em meus olhos, segurando meu exame em suas mãos.
- Posso saber o que significa isso? – Perguntou Luan furioso.       

            Olhei Deza a fim de procurar ajuda, mas ela nada disse, apenas caminhou na direção de Luan, segurou o meu exame e virou-se novamente pra mim.

- Acho que não tem como você esconder mais nada de nós Pami. Pode contar a verdade. Eu já sabia. – Falou Andreza entregando em minhas mãos o exame que havia retirado de Luan.
- Esconder? Do que você ta falando Deza? Eu escondendo o que de vocês?E o que você já sabia Deza?  – Tentei fingir de boba mais no fundo sabia que tudo isso era inútil. Agora estava de vez, completamente PERDIDA.
- Juntei as peças quando Luan me contou que era você a menina que ficou com ele e depois fugiu. Só queria ter a certeza e ouvir de você mesma.

            Luan, Well e Deza me olhavam como se estivesse me julgando, mais era isso que estava parecendo naquela sala, um tribunal, onde eu era a réu. Wellington, sentindo a gravidade do assunto preferiu sair e nos deixar a sós.
- Tudo bem... Deus me ajude – Rezei. Respirei fundo a fim de juntar todas as forças possíveis. Mas, por mais que eu queira as palavras não conseguiam sair.
- Pami... Fala – Pediu Luan, não vi tanta fúria em seu tom de voz. Desta vez parece que sua raiva por mim tinha amenizado.
- Eu não sei por onde começar... – Enfim falei.
- Por que não começa me dizendo a verdade? Quantos meses você está? – A pergunta mais obvia do mundo veio á tona.
- Eu... – Olhei pra Deza, e depois olhei Luan – Eu estou grávida de... – Respirei fundo, passei a mão em meu ventre. Queria que meus bebês não tivessem que passar por isso. Por que não fiquei na Bélgica? Olhei Luan com calma, tinha que responder, já tava fudida mesmo – Estou grávida de 8 meses Luan.
- Ha 8 meses atrás estávamos juntos naquele quarto de hotel Pam – Luan falava como se houvesse apenas eu e ele naquela sala, sem importar com a presença da Deza
 Imaginei que Deza já sabia que fiquei com Luan.
            - Ótimo sou a malvada da história – Pensei.

            Não falei nada... Abaixei minha cabeça as lágrimas começaram a cair, meu coração doía, estava machucada por dentro de tanta tristeza.

- Bom eu vou a cozinha arrumar a bagunça que fizemos. Luan vou te deixar a vontade pra conversar com a Pam – Ouvi Andreza dizer e logo após sair da sala parecia estar apoiando Luan e não a mim. Sua amiga.

            Uma mão gelada tocou meu rosto, limpando as lágrimas.

- Por que você não me contou? – Perguntou Luan, pressionando seu rosto contra minha cabeça.
- Eu estava com medo Luan... – Disse um suspiro desesperador.

            Luan não disse nada, não me julgou e nem me xingou, apenas envolveu me em seus braços. Atolei minha cabeça em seu peito. Chorei como nunca havia chorado antes. Senti uma lágrima cair em meu ombro. Luan chorava também.

- Esses filhos são meus Pam? – A pergunta obvia e devastadora.

            Soltei-me dos braços de Luan, ele me olhava sem entender. Enxuguei as lágrimas que caiam sob meu rosto. Olhando nos olhos de Luan respondi o obvio.

- Sim! Mas...
- Mas...?
- Mas eu fiz uma promessa Luan e não há vou descumprir nunca.
- Promessa? Do que você ta falando muié? Eu vou ser p...
- Não... – O interrompi. Caminhei até o sofá de Deza e sentei-me, Luan acompanhou com os olhos mais logo se juntou a mim. – Eu estou grávida, portanto os filhos são meus.
- Ta doida Pam? Você enlouqueceu? Você esta grávida de mim, portanto os filhos são meus também...
- Luan eles já tem um pai, e o pai é o Caio, foi ele que me deu apoio quando precisei, foi ele quem ficou do meu lado desde os primeiros meses de gestação...
- Você acha que se eu soubesse que você estava grávida de mim eu teria fugido como você fugiu de mim aquela noite?
 - É diferente, mais eu não to dizendo que você fugiria das responsabilidades, só que não quero que você tenha elas pra se preocupar. Luan acima de tudo eu sou sua fã, sei que você tem muita coisa pra pensar, e muita vida pela frente de carreira, filhos agora só atrapalharia tudo e sinceramente eu não quero atrapalhar nada.
- Mas meu Deus Pam, você é muito mais nova que eu e não fez esses meninos sozinha, eu também estava errado quando fiquei com você sem estar protegido.
- Se eu não tivesse ido naquele show, se eu não tivesse aceitado o convite...
- Se você não tivesse feito isso eu não teria conhecido você...
- Do jeito que tinha que tinha que ser.
- Pam eu...
- Não precisa dizer mais nada Luan, sei que você não teve culpa.  Eu devia ter mais responsabilidade vivo orientando as pessoas a não fazer o que acabamos de fazer, transar sem camisinha, agora a conseqüência to grávida. Ótimo, não me arrependo, como posso me arrepender? Estou grávida de dois bebês lindos – Falei olhando o exame que ainda estava em minhas mãos – Vou continuar a fazer o que sempre fiz. Vou cuidar deles sozinhas, fingi que não tivemos essa conversa, fingi que eu não existo pra você, fingi que tudo o que vivemos está no passado e não nos encontramos novamente. – Disse levantando do sofá – Espero que você seja feliz Luan, que realize tudo que você sempre quis. To na arquibancada torcendo por você. Ou melhor, nos estaremos.

            Caminhei um pouco lenta até chegar à porta não virei pra olhar Luan, abaixei minha cabeça.

- Diz pra Deza que não deu pra ficar, preciso ir pra casa.

            Abri a porta e sai sem olhar pra trás.

 Continua...