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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Em Pleno Rio de Janeiro - 2ª Edição


Capitulo 7

Corri pelas ruas de Ipanema, desesperada, como pode uma pessoa mexer tanto assim comigo? Eu queria estar nos braços dele agora, e não correndo pelas ruas atrás dele como agora, continuei tentando achar o Luan. Ele não podia pensar aquilo de mim. Não podia. Será que ele não enxergou que Felipe havia me roubado um beijo?
-  Que ódio, cadê aquele garoto? – ok, eu correspondi o beijo, mas não era minha intenção. Droga tudo o que não queria era magoar o Luan. Por mais que ele não me dissesse eu via que ele gostava de mim. E éramos amigos também.

Decidi fazer o caminho de sua casa que era algumas quadras depois do Garota de Ipanema e do meu prédio também. Quase chegando, eu vi um casal conversando bem próximo um do outro um rapaz vestido igual ao Luan e uma loira bonita.
Não podia ser. Era demais pra mim naquela noite. Luan e Mariana no portão do prédio dela. Ele é rápido. Pensei. Ele não podia fazer isso comigo. Logo ela? Podia ser qualquer uma. Mas a Mariana? Já sei, porque ele me viu beijando o Felipe. Mas isso não é justo! Ele não pode se vingar de mim assim, mas porque eu estava assim? Eu não tinha direitos com Luan. E nem ele sobre mim, não tínhamos nada, tínhamos? E mesmo se temos algo além da amizade, eu mesma o havia liberado pra isso. Meus olhos ainda estavam focados no casal do outro lado da rua.

Luan se aproximara demais de Mariana. Ele não vai fazer isso, ele não vai fazer isso. Minha mente só pensava nisso. Mas ele fez. Ele a beijou. E uma raiva tomou conta de mim, piranha. Eu pensei. Ciúmes? É pode ser. Mas não queria pensar nisso. Atravessei a rua sem olhar pros lados. Corri risco de vida!

Quando cheguei já haviam partido o beijo. Apenas olhei pra Luan que quando me viu se assustou. Mariana sorria vitoriosa. Não ia ficar barato bruxazinha. Não mesmo!

- Você é rápido em Luan. – falei com certo sarcasmo.
- Não mais que você Andreza. – me rebateu. Tomaaaaaaaa! Pensei.
- Mas pelo menos a culpa não foi minha. – rebati.
- A não? E quem é que estava se agarrando nas portas de um banheiro num certo bar Andreza? – Luan me perguntou, achando que tinha algum tipo de autoridade comigo.
- Não vou discutir Luan. Não hoje. Quando você estiver mais... – olhei pra Mariana – Desocupado. Vá a minha casa e a gente conversa. – dei as costas para os dois e segui o caminho para minha casa. Quase chegando, decidi ir pra praia descansar, colocar meus pensamentos em ordem, não sabia o que tava acontecendo comigo. O que havia acabado de acontecer, o meu beijo com Felipe, o de Luan com a vaca da mariana. Ta tudo tao confuso comigo.

Liguei pra Pami. Ela perguntou por que eu e Luan não havíamos esperado, mas eu não respondi. 

- A gente conversa amanhã, tá bom?
- Tudo bem. Amanhã eu te conto sobre eu e o Ju, estamos nos entendendo. Mas tá tudo bem mesmo com você? Sua voz não ta legal.
- Eu e Luan brigamos amiga. Mas amanha a gente conversa, agora eu vou desligar tá.
- Você já chegou em casa?
- Não, eu to aqui na praia. To meia confusa sabe? Quero ficar sozinha, nos falamos amanha certo?
- Certo. Mas fica bem tá?
- Tá bom. – desliguei o telefone.

Ótimo agora que Pami e Juliano estão se dando bem eu e Luan nos desentendemos. É a vida!

Continuei ali na areia sentada olhando o mar, sem saber o que pensar e muito menos o que sentir, Luan mexeu e mexe muito comigo, ai vem Felipe e faz o que fez? É pra me matar de confusão. Meu relacionamento com Felipe era recente, mas não justifica eu corresponder aquele beijo. Olhei pra calcada da praia e vi alguns casais se beijando, felizes e me irritei decidindo ir pra casa tentar descansar, já era tarde, Pam já estava em casa, meu pai devia estar preocupado.

***

No dia seguinte acordei com uma ressaca braba. Não havia ingerido álcool. Mas a ressaca provavelmente era por causa da briga com Luan. Resolvi tomar um banho bem gelado. Demorei mais que o costume, estava sozinha em casa mesmo. Tudo que ocorrerá na noite anterior veio em minha mente. Luan, Felipe, Pami, Juliano. Ah! eu tinha que saber como foi a conversa deles, Pami ate agora não veio.... vaca só pra me deixar na curiosidade. Depois eu ligo pra saber.

Já de banho tomado coloquei um short curto e uma regata. Arrumei meus cabelos. E fui a cozinha buscar algo pra comer. O resto da tarde correu bem, mesmo Pam não indo me contar o que houve na caminhada na praia. Apenas me enviou uma sms dizendo que não deu tempo, que saiu com seus pais  e que a noite passava pelo meu ape. Fiquei apenas na esperança de Luan aparecer. Mas não aconteceu. No mínimo passou a noite com a Mariana.

Veio a segunda-feira meu pai já estava no trabalho. Passava de meio dia, quando ouço alguém bater na porta. Fui atender era Luan. Só de bermuda e a camisa jogada nos ombros. Provavelmente já havia tomado sua dose diária de praia. e eu apenas de camiseta branca, e uma calcinha... Os olhos dele observou todo o meu corpo, pude perceber, e confesso que me deixou arrepiada.

- Só desocupou agora? – Perguntei sorrindo. Mas meu sorriso escondia a raiva que sentia.
- Não. Mas achei melhor só vir hoje aqui. – Me respondeu serio.
- Pensei que ainda estava com a Mariana.
 - Não! Não estava e logo depois em que você foi embora eu fui também. - Sorri. Imaginado a raiva da Maryzinha nojentinha. – Porque você fez aquilo sábado Andreza? – disse-me ele indo direto no assunto.
- Não fiz nada Luan. O Felipe me roubou um beijo.
- E o que ele faz aqui?
- Ele veio ver um lugar pra morar, porque infelizmente passou pra uma faculdade daqui, sábado ele foi curtir a noite carioca e calhou de ser no mesmo lugar onde estávamos, foi só isso!
- E você não gostou?
- Não Luan. Eu não gostei.
- E dos meus beijos você gosta? - Luan, sempre direto.
- Amo! – Falei pra mim mesma. – Sim. – Foi o que respondi.
- Então porque não ficamos juntos como tem que ser? - Luan disse num tom de súplica.
- Já te expliquei Luan. – Falei o vendo se aproximar de mim.

Ele pegou em meus punhos colocando-os atrás do meu corpo, abraçando-me com seus movimentos. Foi me arrastando pra uma parede qualquer da sala. [n/a: adoro uma sala né?] Enquanto me arrastava ele ia beijando meu pescoço.

- Vai dizer que não sente saudades Andreza? Confessa que você me quer tanto quanto eu te quero. – Luan investia beijos quentes em meu pescoço e colo, me provocando arrepios por todo corpo, eu tinha sim saudade dos beijos dele, ainda mais esses com desejo, e ele pedindo algo que eu quero fazer a séculos.
- Não sinto Luan. – Tentei ser firme, mas estava difícil. Luan me enlouquecia. E ele sabia disso. – Não quero Luan. Me solta. – pedi, mas foi inútil porque Luan me empurrou mais um pouco pra parede. Acho que não ia desistir tão fácil.
- Me solta Luan, por favor? – supliquei.
- Não vou te soltar até você dizer que não me quer. – seus olhos encontraram os meus.
- Eu não te quero! – Disse mais pra mim que pra ele. Eu queria me convencer do contrário. Mas meu corpo me denunciava. Eu queria o Luan a tempos. Ate agora não entendia o porque eu não o tinha tido outras vezes, o porque de me entregar a ele, mas eu não podia ceder. Não agora. Eu ainda estava com raiva dele com a Mariana. E ele me beijou.
- Porque você não vai procurar a Mariana. – Falei assim que um beijo foi dissipado.
- Não quero a Mariana, Andreza. Eu quero você. Ta difícil de entender?
- Mas EU não te quero Luan. Ta difícil de entender?
- Duvido! – sussurrou puxando-me para ele. - Aquele doce todo, esses dois meses só me provocando era só pra me deixar mais louco em você ne?  - beijou novamente meu pescoço - Você não vê que eu gosto de você? Pra mim você não é só sexo Deza. – Me empurrou mais forte contra a parede, sua respiração já se misturava com a minha, seus lábios novamente pertos dos meus. - Se fosse eu não teria aguentado ainda mais que rolou na primeira vez que saímos, mas depois você me nega a ter você...
- Já te expliquei isso também Luan. Me solta. – supliquei, mas no fundo eu não queria que me soltasse, queria que não parasse.
- E por que você não quer agora? Por que se nega a se entregar pra mim se eu sinto na sua respiração, seu corpo diz que me quer. Se entrega pra mim Deza. Não resista mais!


Não resisti as ultimas palavras dele, o ar quente de sua boca sussurrando em meu ouvido, me provocou sensações nunca sentidas antes. O puxei pra mais perto de mim. Não queria mais soltar nossos corpos. Senti Luan sorrir vitorioso entre o beijo, seu beijo continha desejo, muito desejo. Eu também o desejava, não só de corpo, mas também de alma. Entreguei a ele minha alma também. Não havia como negar, eu sentia algo mais que amizade por Luan e logo eu ia perceber que ele sentia o mesmo.

Suas mãos desceram pelas minhas coxas, levantando-me até sua cintura. Eu grudei minhas pernas em sua cintura, ele me empurrou mais contra a parede, levantou minha blusa, beijando onde sua boca alcançava, meu corpo arrepiava a cada toque dele e implorava por mais. Minhas mãos se perdiam por seus cabelos, quanta saudade eu estava sentindo dele ao me possuir.
 Saímos da parede.



- Onde fica seu quarto mesmo? – perguntou-me tirando seus lábios dos meus.

Indiquei com as mãos, nem sei se ele viu ou foi a memoria dele que o relembrou o caminho, mas logo já estávamos no meu quarto.

Andamos desajeitados, desesperados por mais, cada vez mais, pelo quarto ate encontrarmos a cama. Ele me deitou na cama e enquanto se deitava por cima de mim ia beijando as costas das minhas mãos. Mesmo com toda saudade e vontade, Luan se mantinha calmo em seus atos, parecia querer aproveitar cada momento, cada parte do meu corpo, mal sabia ele que desse jeito ele me enlouquecia, me fazia o desejar mais ainda.  Foi levantando minha camisa. Beijando minha barriga. Que saudade eu tinha dos lábios macios de Luan. Seus beijos eram quentes, suas mãos suaves me apertavam. Tirei minha regata. Ele por cima do meu sutiã, foi beijando meus seios enquanto eu tentava tirar sua bermuda. “Ponto pra mim” pensei quando sua bermuda foi ao chão. Sorri safada.

O puxei, e pude sentir seu corpo ainda mais em cima de mim. Sua boca voltou a se encontrar com a minha. E suas mãos tiravam meu short. Sorri. Ele o retirou ainda me beijando. Eu com um enorme sorriso no rosto. Ele me fazia bem, sua fama de garanhão não. Mas naquele momento não me importava. Ele estava comigo e não com as outras. Fechei meus olhos e me inundei nas ondas de prazer provocadas pelos beijos dele em meu corpo que agora estavam novamente em minha barriga, me contive pra não gemer mais alto, de repente senti a língua de Luan sobre minha calcinha eu o olhei. Seu semblante era totalmente de safado.

Ele sabia me dar prazer. Isso era fato. Ele a tirou com os dentes o que fazia seus lábios roçarem em minhas coxas. Arrepiando-me e causando uma ótima sensação. Logo senti suas mãos acariciando minha intimidade. E sua boca encontrou a minha. Soltei um gemido involuntário. Minha pele arrepiava a cada investida de Luan. As minhas mãos o procurava com volúpia. A principio me contentei com as costas de Luan passando apenas as unhas. Ele arrepiou-se e respirou fundo. Procurando se encaixar em mim. O parei fazendo se lembrar do preservativo. Nossa excitação era tanto que só de respirar próximo um ao outro já nos excitava. Luan foi até sua bermuda e pegou uma camisinha. Não deixei de reparar que sempre tinha uma quando precisava. Agradeci em pensamentos. Porque assim não corria riscos. Já que eu não as tinha e nem tomava remédio. Uma anotação mental: procurar um ginecologista o mais rápido possível.

- Você sempre anda com uma camisinha né Luan?
- Claro! Não se sabe o que pode acontecer né? – Falou brincando enquanto se prevenia. - Safado! – eu disse sorrindo.
- Brincadeira! Só a tenho quando sei que vou estar com você! – confessou-me.

Será que realmente era só a mim que ele queria. Eu ia dar continuidade ao assunto, mas não era hora.

Luan voltou a me beijar por mim não faria outra coisa além disso, mentira. Eu o queria dentro de mim, e com certa urgência. Ele me procurava também e em pouco tempo ele escorregou dentro de mim. O senti me invadir era a melhor sensação da minha vida! Como fui burra em adiar em sentir isso, poderia te-la todos os dias se quisesse. Mas o evitada. Como eu era burra.

 Ele me preenchia da forma mais completa possível. Suas mãos foram pra minha cintura me apertando com força. E mais uma vez não senti dor apenas prazer. Eu me movia conforme Luan investia. Ora mais rápido. Ora mais devagar. E era nessa hora que nossos olhares se encontravam. Eu via brilho em seus olhos. Luan parecia feliz em estar comigo. Fiquei feliz em perceber isso.

Continuei o olhando vendo seu esforço em me dar prazer e pude ler em seu lábios as seguintes palavras “que saudade de você” e eu disse sem emitir som que também sentia saudades dele.  Nossos esforços nos faziam suar, eu não queria parar, não queria chegar ao ápice, eu sabia que quando chegássemos lá ia acabar, e a saudade era tanta, que se eu pudesse eu ficaria a noite toda ali sendo dele, o tendo só pra mim. Mas não foi possível...

 Não aguentamos mais e finalmente chegamos ao clímax do ato. Luan se jogou em cima de mim beijando meu pescoço, respirando ofegante, minhas mãos estavam em seus cabelos molhados de suor. Tínhamos fôlego pra mais uma. Bom acho que eu tinha folego pra mais uma. O chamei pra um banho e o fizemos. O que tivemos no banheiro foram momentos de carinhos mútuos. Ele me fazia feliz. Eu o fazia feliz. Dava pra ver. Mas ainda tinha medo de me entregar. Após o banho estávamos morrendo de fome. Decidimos ir a cozinha fazer um lanche pra gente.

- Luan porque você beijou a Mariana? – Perguntei pegava os ingredientes pra fazer o sanduiche.
- Porque eu tive raiva de te ver com Felipe. Quis descontar.
- Descontar Luan?  E como você sabia que eu ia ver vocês?
- Eu não sabia, eu só sai andando por ai, e encontrei com ela no caminho, ela veio com um papo que tava com saudade de mim, veio se achegando e não resisti, lembrei de você com aquele idiota e correspondi.
- A culpa não foi minha Luan eu já disse.
- É mais eu não sabia! Achei que tinha armado tudo e que estava só me usando pra fazer ciúmes a ele.
- Eu nunca faria isso com você Luan, você sabe. – o olhei e vi com  a cara fechada, não tava gostando desse assunto, deixei os legumes na pia, lavei as mãos e enquanto ia ate ele, ele me olhou e fez uma carinha de cachorro abandonado, sabendo o que eu ia fazer comecei beijando o seu rosto ate que cheguei a sua boca.
Me segurou pela cintura e foi se encostando em alguma parte da cozinha que eu não quis saber qual era.  Ele parecia ser  incansável e eu tinha pique pra acompanhá-lo sem problemas. Mas não sabia a hora que meu pai iria chegar naquele dia então não quis arriscar.

- Para Luan! Meu pai pode chegar.
- Não só mais um pouquinho, vai Deza?
- Não! Eu não sei a hora que meu pai vai chegar hoje.
- Só uns beijinhos?
- Só beijinho ta?
- Ok, ok! Mas só hoje tá? - Disse-me enquanto mexia em seu cabelo.


Continua... 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Em Pleno Rio de Janeiro - 2ª Edição



Capitulo 6


Acordei no dia seguinte, pensando na minha amiga, eu ainda não tinha resolvido o problema dela com o Juliano. Estava na hora de agir. Mas eu precisava de um aliado. E só uma pessoa podia me ajudar.

Liguei pro Luan que era amigo do Juliano, que mais tarde seria o meu também.

- Luan. Me ajuda numa coisinha.
- Bom dia pra você também coisa linda!
- Ashaushuashaushua é Bom dia amor. Eu preciso da sua ajuda.
- Ai ai ai, no que você quiser.
- Pode vir aqui em casa.
- Na sua casa? Vou ganhar o que em troca???
- Deixa de ser interesseiro e vem logo.
- Huuum, saudades de mim ta te matando ne? Eu te vi ontem muié.
- Luan é serio, vem cá, eu preciso da sua ajuda.
- Ok. Estarei ai em alguns minutos. – falou desligando o telefone.

Uma hora depois finalmente ele chega. Abri a porta e Luan estava lindo como sempre, e cheiroso, no mínimo demorou por causa do banho ele sorriu me dando um beijo.

- Alguns minutos né Luan?
- Aí, você se prende demais aos detalhes Deza. – entrou se jogando no sofá.
- A tah, no mínimo tava com alguma garota e se esqueceu de mim.
- Deixa de ser dramática – se aproximou de mim outra vez, quase me beijando, segurando um minha mão. - Tá com ciúmes Deza?
-  Não Luan. Não estou. – respondi prendendo minha respiração, eu quase o beijei.
- Não é o que tá parecendo. – ele me beijou. Puxou minha mão pra traz fazendo-me o abraçar, aprofundou o beijo, ia me render a ele quando me lembrei do objetivo daquele encontro.
- Ai! Vamos ao que interessa?
- Espera só mais um pouquinho.. – voltou a me beijar, mas eu o cortei.
- Preciso de sua ajuda. Eu quero juntar o Juliano com a Pami de novo. – fui direto ao assunto.
- Hum... – assentiu.
- Você me ajuda?
- Quero uma recompensa... – chantageou.
- O que você quer Luan?
- Você.
- Isso você já tem...
- Você entendeu. – me deixou sem graça.
- Ei, to só brincando, vai me diz o que você ta pensando em fazer pra juntar os dois?
- Ok! Então vamos fazer um seguinte... – contei o plano que havia calculado em minha mente.

Combinamos irmos separados pro mesmo lugar, pra parecer coincidência. Assim eles quem sabe poderão se acertar.

Luan ainda ficou mais um pouco me namorando, claro, aquele não perde uma oportunidade. Mas assim que ele foi pra casa eu liguei pra Pami.

- Pamela, amiga. Quanto tempo! – Disse entusiasmada.
- Oi meu amor! É. Muito estudo Deza. To surtando de tanta coisa. To precisando sair amiga!
- Ah, então, era sobre isso que eu queria falar com você.
- O que amiga?
- Sair Pamela...
- Ah, eu to precisando muiiiiito.
- Você quer sair no sábado?
- Nesse sábado? Ai amiga, tenho que estudar...
- Ai Pam, mas você acabou de dizer que precisa sair.
- Ah, é verdade, tá eu vou. Pra onde vamos pra eu saber o que vestir.
- Então vamos à Garota de Ipanema, ali na Vinicius de Moraes? – perguntei.
- Pode ser. Eu gosto de lá. – Ponto pra mim. Pensei.
- Então sábado, às 8hrs eu passo ai e vamos ok?
- Ok. Mas agora tenho que desligar. To cheia de coisas pra estudar. Beijos. – Pamela desligou.
Feliz, fui fazer a janta pro meu pai. Uma macarronada que eu sei que ele ama.
-Ta fazendo o que na cozinha Deza?
- Cozinhando pai.
- Você a essa hora na cozinha? Fazendo o que?
- Macarronada.
- Huum meu prato favorito? Tá aprontando o que? Eu já te dei a sua mesada, não me peça mais dinheiro.
- Não pai, não quero dinheiro, só to feliz!
- Eu que fico feliz de te ver assim, agora anda logo porque eu to com fome. – disse meu pai rindo e me dando um beijo na testa.

Continuei fazendo o jantar, mesmo com meu pai me olhando, fiquei sem graça de ligar pra Luan na frente do papis e decidi mandar uma mensagem pra ele confirmando e dizendo o horário combinado. As 9hrs ele e Juliano estariam lá.




Sábado. Finalmente o dia combinado, eu estava nervosa, louca pra que nosso plano desse certo, mas não tem nada melhor do que cuidar de si mesma ne? De manhã fiquei cuidando de mim. Afinal algo podia acontecer na Garota de Ipanema.  A tarde, continuei planejando e conversando por sms com o Luan. Ele é um bobo, fingiu não lembrar do combinado e disse que era só nós dois que íamos sair....

Na hora marcada, desci pelas escadas. Poupei o elevador, afinal Pami morava no andar de baixo.

A busquei e entramos no elevador!

- Você esta linda Andreza. – Pami me elogiou
- Você também!

Eu estava usando uma calça Jeans com uma blusa preta que continha uns paetês e um salto preto também. Cabelos soltos e com ondas que depois da hidratação que fiz ficaram perfeitos a noite. Pamela usava um vestido justo cabelos metade preso, com um fio caído no rosto. Linda. Fomos confiantes ao bar. Não era longe podíamos ir a pé mas de salto não dá ne? Chamei um taxi, não ia sair caro. Chegando lá, bar cheio, mas dava pra entrar, nos acomodamos em uma mesa e logo o garçon veio nos oferecer algo pra beber, eu pedi um energético e Pam um drink de nome louco. O garçom era um gato. Ficamos de conversa fiada até que apareceram Luan e Juliano. Luan estava lindo como sempre. Calça Jeans colada, torneando as coxas e a bunda. Já falei da bunda do Luan? Não? Nossa estava quase o apelidando de garoto melancia (risos). Então voltando, ele usava uma camisa branca e All Star branco de couro. Os cabelos arrepiados e dos lados milimetricamente cortados. Lindo! Não havia outra palavra pra descrever. O Juliano também estava bem vestido. Jeans e camiseta, bem parecido com o que Luan vestia. Mas deixei pra Pamela prestar atenção nele. E pelo visto estava mesmo.

- Meninos! – fingi estar surpresa com a presença deles me levantei e fui ate eles dar um beijo em cada um. – Sentem-se aqui. – falei enquanto pedia a um garçon cadeiras pra eles, mesas não haviam mais, acomodados começamos a conversar e rir bastante. Bom eu e a o Luan e Juliano, Pamela não ria muito não, so de algumas piadas e brincadeiras que realmente tinham graça.  A noite estava ótima, fresca, a lua era cheia e clareava toda a cidade. Mas vi que Pamela e Juliano não estavam tão assim à vontade. Então resolvi interferir.

 – Pamela e Juliano, se continuarem com essas caras eu e Luan vamos sair e deixar você aqui até vocês se acertarem.
- Não tenho nada pra acertar Andreza. – resmungou Pami. Mas seus olhos estavam cheios de lágrimas. Juliano a olhou e viu o que estava causando a ela.
- Pamela, vamos andar pela praia? Quero conversar com você. – Pami ainda rejeitava a idéia.
- Vai amiga. Olha prometo que se vocês não se resolverem, eu não tento mais ok? – prometi a Pami, com uma vaga esperança que ela concordasse.
- Vão a gente vai ficar aqui esperando vocês. – Luan finalmente se pronunciou no assunto.      
- Ok. – disse Pamela rendendo-se.

Pami ainda relutante se levantou, me olhou e mexeu a boca e a palavra promete se formou, eu balancei a cabeça em resposta positiva e finalmente saiu com o Ju em direção a praia.

- Será que vamos conseguir? – Luan me perguntou se levantando de seu lugar e vindo se sentar ao meu lado. No mínimo ia se aproveitar pra ficar comigo. Mas não tive tempo pra responder, por que tive uma visão digamos dos infernos. Não era possível, era? Quem eu menos queria e gostaria de ver era ele.
 E ele estava ali, na mesa da frente e de frente pra mim. Como não o vi? Era Felipe com uns amigos, sorridente e parecendo feliz. Ele também me viu, mas continuou sorrindo ao contrario de mim. Luan finalmente se sentou ao meu lado e vendo meu estado olhou pra mesma direção que a minha não entendendo nada resolveu perguntar.

– O que houve Andreza? Viu um fantasma. – Brincou.
- Sim vi sim Luan. Felipe ali na mesa da frente. – Enquanto eu falava Luan já estava com seus lábios em meu pescoço. Arrepiando-me pra variar. Aproveitei-me da situação e o beijei.

Ok. Não era certo usar Luan. Mas eu precisava mostra a Felipe que eu havia o esquecido. Eu o esqueci. Será

- E quem é esse tal de Felipe? Luan perguntou sussurrando em meu ouvido e logo beijou minha bochecha.
- É um ex namorado meu Luan, mas não vale a pena ficar pensando nele não.
- E nem eu quero que você fique pensando nele, você é minha entendeu? Minha.
- Sou sim – afirmei olhando em seus olhos e me perdendo dentro deles. Olhando daquele jeito podia até acreditar que ele realmente estava gostando de mim. Ainda mais depois desse mini ataque de ciúmes.  Mas eu não queria e nem podia acreditar. O meu coração é só meu e não seria de mais ninguém. Luan o olhou novamente e sorriu por educação já que Felipe estava nos olhando, e me beijou novamente.

-Esse cara não vai parar de ficar olhando a gente não?
- Calma Luan, ele ta aqui só pra provocar, não cai na dele não ué.
- Não vou cair, mas ele ta incomodando, ele não ta vendo que você não é mais dele. Você tem dono.
- E eu sou bicho de estimação pra ter dono. – o provoquei.
- É, minha gatinha.
- Ai Luan, quanta melação – ri e logo o beijei pra mostrar que eu gostei de toda essa babação toda. - Ei, eu quero ir embora. Me leva pra casa.
- Tem certeza, a gente combinou de esperar eles aqui Deza.
- Eles devem estar se entendendo, Luan. A gente manda uma mensagem pra eles avisando. Vamos, por favor?
- Ok. Vou ao caixa pagar a conta.
- Tudo bem. Eu vou ao banheiro. Levantamos cada um indo pra seu destino. Olhei pra mesa de Felipe e não o vi ali. – Respirei aliviada.

No banheiro me olhei no espelho e gostei da imagem que vi. Lavei meu rosto e retoquei a maquiagem. Quando sai do lugar esbarrei em alguém e quando vi era ele. O meu pesadelo que insistiu em voltar aos meus sonhos.

- Uai! Olha quem eu vejo por aqui. – Felipe disse sorrindo.
- Deixa de ser ridículo, você me viu enquanto tava sentado a mesa Felipe, o que você faz aqui? – Perguntei com raiva.
- To vendo que já perdeu o sotaque. – Felipe riu novamente. – Bom eu estou aqui por causa da faculdade. Você lembra que prestei vestibular pra uma faculdade aqui do Rio né? Então passei e vim procurar um lugar pra morar e meus amigos me trouxeram aqui, e vou dizer, to gostamos muito, qual nome? É de Ipanema não é isso?  Ipanema é o fervo... você mora por aqui?
- Não é da sua conta. – respondi grossa e com raiva. Como ousa aparecer na minha vida? Logo agora que to me dando bem com Luan. Tava bom demais pra ser verdade...
- Que isso minha linda. Pra que tanto rancor? – Felipe disse pegando em minha cintura. Não tive tempo pra reclamar. Nossos lábios já estavam grudados. Tentei não corresponder. Mas lá no fundo, não sei bem onde, havia uma saudade daquele beijo. Acabei me rendendo.
- Tem certeza que é só um ex-namorado Andreza? – Ouvi aquela voz que tanto me trazia paz. Mas a raiva estava nítida no som. Quando olhei Luan me olhava com certo desprezo. Me soltei de Felipe.
- Luan!
- Não acredito que me trouxe aqui pra se encontrar com ele as escondidas, Andreza. Você usou a desculpa da Pam e do Juliano, mas você queria era se encontrar com ele.
- Não é isso. Me solta Felipe. Luan me deixa explicar.
- Eu não quero explicações, eu já vi o bastante.
- Luan! Não é isso por favor. – ouvi Felipe sorrir com meu desespero. Eu queria espanca-lo naquele momento, mas Luan era mais importante.



Luan ia saindo do bar, e eu fui atrás tentando dar uma explicação pra ele, não era justo tudo isso. Eu nem queria aquele beijo, e que diacho Felipe foi ter a ideia de fazer isso?

- Lu, me deixa explicar.... – tentei mais uma vez.
- Não precisa. Eu já estou indo.
Ver Luan saindo com raiva de mim, me fez perceber o quanto eu gosto dele, o quanto eu não quero o fazer sofrer, por mim seriam só sorrisos, carinhos, beijos e ate... Ah vocês sabem o que. Mas Felipe tinha que vir estragar tudo.  Olhei com mais raiva para o Felipe que já estava na porta olhando tudo com um sorriso vitorioso no rosto e sai correndo atrás do Luan.


Continua.... 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Em Pleno Rio de Janeiro - 2ª Edição


Capitulo 5

Enquanto Luan escolhia um filme pra vermos, eu me perdia em meus pensamentos deitada no sofá. Ainda não acreditava que tinha transado com o Luan. Ainda mais porque  havia poucos dias em que o conhecia e ainda por cima era o nosso primeiro encontro oficial. Nunca me imaginei fazendo isso, com o Felipe eu demorei bem mais.

- Esse Luan me enlouquece. – pensei alto.
- Eu te enlouqueço? – disse sentando ao meu lado. Eu me assustei e ri sem graça.

Ele me abraçou pela cintura beijando-me. Ia dar vazão ao nosso desejo, quando ouvi um barulho na porta da casa, e por instinto soltei-me de Luan.

- Crianças! – brincou meu pai olhando para nos dois.
- Pai esse é o Luan, Luan esse é o meu pai, Pedro. – falei apresentando um ao outro. – Pai ele é meu amigo e da Pami.
- Ah, Boa Noite Luan, filha já ta na hora de jantar, não esta não? – meu pai, sempre indireto. Olhei pra Luan, rindo sem graça e ele me retribuiu com um sorriso lindo, e acariciou meu cabelo.
- Ta sim pai, e eu já entendi. – disse me levantando o olhando de cara feia o repreendendo pela vergonha que acabara de passar.
- Ok, vou tomar um banho, tem algo pra comer? – Perguntou-me.
- Hum... Sanduíche serve?
- Não, não. Vamos jantar fora Andreza. – falou meu pai saindo da sala e indo pro seu quarto. Eu ri pro Luan.
- Então vou indo Andreza.
- Deza. – o corrigi.
- Ok, to indo Deza, você vai se ocupar e não quero te atrapalhar. E, bem... Seu pai já me expulsou mesmo... – riu sem graça. Eu dei um selinho em sua boca. Ele me segurou pela cintura e me beijou mais profundamente.
- Amei a nossa tarde. E eu tava aqui pensando... E se a gente repetir? – falou sorrindo.
- Vou pensar. – rimos.

 O Levei até a porta. Ele se despediu com um selinho e foi pra casa.

Meia hora depois meu pai me chama pra irmos jantar.

- To terminando pai, espera só um pouquinho? – gritei do quarto. Cinco minutos depois apareço na sala.
- Esta linda minha filha! – sorri e fomos jantar. 

Foi divertido como sempre. Mais divertido ainda ele fazendo um interrogatório sobre Luan. Quis saber o que ele queria lá em casa, e eu disse que ele me levou pra conhecer um ponto turístico da cidade, e que eu o convidei pra ver um filme como agradecimento. Meu pai riu, sabia que a intenção do Luan não era essa e quis me alertar sobre isso. Eu agradeci sua preocupação e disse que estava tudo sobre controle. Meu pai não pode nem sonhar com o que aconteceu naquele apartamento, ele é ciumento demais, com um beijo ele surta, imagina com o resto. Mas eu amo meu pai mesmo assim.

O restaurante era próximo a praia. Passam artistas por ali. Jantamos tranquilamente, rimos, conversamos mais um pouco. Era bom ter tempo com meu pai. Ainda mais em momentos como esse.

***

Quando chegamos em casa eu logo liguei pra Pami.

- Alô? – disse ela do outro lado da linha.
- Pami! Sou eu Deza.
- Oi minha linda! Como foi seu dia?
- Pami por acaso você deu o número do meu celular pro Luan? – perguntei indo direto ao assunto.
- Sim fui eu. Fiz besteira? – disse em um tom de medo.
- Claro que não amiga! É que eu não esperava pela ligação sabe, eu fiquei de dar meu numero a ele, mas não deu tempo na balada, e me assustei quando me ligou. Mas tá tudo bem uai.
- E como foi amiga? – Pami perguntou curiosa.
- Ah ele me ligou, eu estava na rua caçando um curso pra fazer, nos encontramos no posto sete, ele lembrou que me viu ali, no dia que eu cheguei e a gente foi tomar agua de coco.
- E o que mais amiga me fala!! – pame já estava desesperada a essa altura do telefonema,
- Uai, a gente se encontrou, já falei isso ne? Então ele me levou ao Pão de açúcar, e acabou rolando um beijo!  
- UM BEIJO? AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA COMO ASSIM AMIGA? – Pam já gritava ao telefone.
- Uai amiga, beijo, uma boca encosta na outra e rola língua... beijo.
- Ah que lindo! Eu sabia que ele tava afim de você.
- Ah boba, e você descobre isso só com um beijo? – você viaja Pam... – não quis contar além disso pra ela ao telefone. Quis manter o suspense.
- Quero saber os detalhes amiga. – Pamela falou sorrido.
- Nãããããão. – gritei. – Castigo amiga por não me contar que passou meu telefone pra ele.
- Ah não Deza, me conta vai? Não vou consegui dormir.
- Vai sim porque eu quero você amanha aqui antes de você ir a faculdade pra eu te contar.
- Promete?
- Prometo. – ri sozinha com o suspense que fazia com ela, que estava muito curiosa.
- Ok, ok. – Pamela se rendeu. - amanhã eu passo aí e você me conta. Ok?
- Ok. Tchau amiga.
- Tchau, Deza. – Pami se despediu e desligou o telefone.

Tomei um banho relaxante, pensando em tudo o que acontecera durante o meu dia, eu mal o conhecia e já tinha acontecido tudo isso, não quero pensar como será os próximos encontros, acho que vou ficar sem graça. Sai do banho enrolada na minha toalha, busquei minha camisola mais surradinha, me vesti e deitando na cama, logo apaguei.

No dia seguinte fui acordada com gritos. Era a Pami pulando em cima da minha cama.

- Deza minha linda acorda, vamos já está tarde.
- Sai!! Deixe-me dormir. – Reclamei.
- Não. Eu quero saber como foi sua tarde com Luan, anda acorda! – Pami puxou meu edredom e eu a olhei com raiva me entregando ao seu pedido.
- Ai Pami. Como você entrou aqui? Foi meu pai ne? Ai nem pra me deixar dormir.
- Ah para de conversa fiada que foi você que disse pra vir aqui de manha. – fingiu estar chateada.
- Eu pedi de manha e não de madrugada Pamela. – me cobri com o edredom.
- Deixa de ser chata porque já são onze da manha, e eu logo me atraso pra primeira aula. Anda levanta Deza! – Pami implorou.
- Ai!  O que quer saber? – perguntei mal humorada. Não gosto de ser acordada.
- Ai, amiga. Que mau humor!
- Desculpa. Mas não gosto de ser acordada. Mas... – despreguicei – já que me acordou e me lembrou da tarde de ontem o que me faz até melhorar meu humor, eu vou te contar o que aconteceu. – com calma fui contando os detalhes e ria conforme as expressões de Pamela. Era engraçada sua cara de espanto. Mas eu segui firme até o fim da conversa. – E foi isso.
- Como foi só isso? – Pamela falou assustada. – Amiga você teve uma tarde maravilhosa e diz que foi só isso?
- Pamela, eu não disse só isso eu disse “foi isso” o que quer que diga? Que estou apaixonada por ele?
- Sim. – Pami foi sincera.
-Não estou, eu acho, eu gostei dele, ele me atrai, acho que o atraio também... Ok. Ele mexe comigo, eu tenho ciúmes dele, mas acho que não é paixão sabe! Ai... - suspirei – foi uma delicia Pami.  E pra piorar eu quero de novo e ele também. – comecei a sorrir me lembrando do que aconteceu. A cada cena que vinha em minha cabeça, meu corpo arrepiava.
- Como piorar? – Pami perguntou.
- Pami eu que sou do interior que tinha que ser mais inocente ne? É que eu tenho certeza que se a gente continuar, vai acabar dando alguma coisa errada.
- Ta com medo de se apaixonar? – Pami disse.
- Tô.
- Então já era, você ta gostando dele.
- Pami não complica!
- To vendo nos seu olhos Deza.
- Não, foi so uma ficada, que se rolar outra vez, porque não? Foi tão bom.
 Realmente foi ótimo o que tive com o Luan, mas não posso dizer que rolou sentimento, não esses de amor, paixão. A gente se deu bem, gostamos um do outro, rolou um clima e pronto, nada dessas paixonites que a Pami ta insistindo em dizer que eu vou ficar. Acho que é só uma atração sexual mesmo!

Mas se era só isso porque sentia ciúmes de Luan com Mariana? Só de lembrar o nome dela eu sentia nojo. Ela não largava do Luan. Queria porque queria ficar com ele. Dava pra ver no rosto dele que ele não gostava de estar perto dela. Mas ela fazia parte da nossa roda de amigos. Nossa não porque não faço questão da amizade dela, mas roda de amigos dele e ele a aturava.

- Amiga!  - Voltei à realidade vendo Pami se mexer na minha frente, tentando chamar minha atenção.
- Oi meu amor. Desculpa. Vai me fala e você e o Juliano?
- O que tem eu e o Juliano?
- Para vai eu sei que rola alguma coisa entre vocês, vai me conta...
- A amiga a gente tá se estranhando sabe? Eu o quero, mas não confio nele. A gente já teve um rolo um ano atrás. Mas ele me traiu e nunca mais eu quis nada com ele. A gente se fala, mas não é a mesma coisa entende.
- Eu sei como é amiga! Aconteceu comigo e o Felipe. Meu ex. ele me traiu com uma menina que eu não suporto. E foi demais pra mim. – Abaixei a cabeça e me lembrei daquele momento. A angustia invadiu o meu ser. E com força. Lembrar-me daqueles momentos não me fazia bem. Mas não me deixei abater. Forcei um sorriso pra Pamela pra reconfortar seu coração e ela sorriu.  – Amiga, vamos esquecer esses que nos fazem sofrer e vamos dar uma volta na praia? – Perguntei a Pamela tentando animá-la.




Fomos caminhar pela praia antes da Pam ir pra facul, ela já estava atrasada, e estava na duvida se ia ou não, eu não podia deixar, mas gostaria que passasse esse dia comigo, então deixei ela mesma decidir e pelo jeito não iria a aula hoje. A brisa me confortava. Eu ia colocando meus pensamentos em ordem. Aquele vento que agora chegava gelar minha pele me fez lembrar o contraste que Luan me causou no dia anterior. Espera ai! Porque eu estou pensando em Luan? E como vou agir com ele agora, depois do que aconteceu? De repente parei e acabei assustando a Pamela.

- O que houve Andreza?
- Nada Pamela, só me lembrei que terei de olhar pro Luan depois de ontem. – Disse a ela.
- E o que é que tem? Vocês são amigos, aconteceu algo em que os dois queriam. Aí. Vocês complicam tudo!
- Eu complico tudo. – corrigi – E você com o Juliano? Nossa! Está ai há um ano tentando e não fazem nada aff, Pami! Poupe-me. – fui grossa. Não entendi o porque, mas eu realmente fiquei nervosa com aquilo, saber que terei de olhar pra ele, sei lá fiquei com vergonha. Ela triste abaixou a cabeça.  – Ah, Pamela! Me perdoa? – Tentei me redimir. – To confusa! Não sei o que houve. Eu não sei como agir perto dele agora!
- Amiga, haja com calma. Espere por ele, veja a sua reação. – Pami me aconselhou. - Obrigada Pamela. Sabe o que mais? Vou te ajudar com o Juliano! Pronto. Quero te ver feliz também!
- Huuum então você tá feliz???
- Sem essa Pam... - Ela riu. Continuamos a caminhada pela orla.

Ela olhava os gatos  que passavam pela gente e ria bastante. Era bom ver o sorriso no rosto de Pami.  E decidi que iria ajudá-la com Juliano. A praia pela manhã é bem movimentada. Pessoas fazendo caminhada, turistas curtindo a praia.

Fomos andando até o Arpoador. Onde havia alguns surfistas aproveitando as ondas altas e fortes. Ficamos ali por algumas horas até que a fome nos invadisse. Assim, voltamos pra casa. Despedi-me de Pamela e entrei no meu apê que é um andar acima do dela.

***

Dois meses já se passaram desde a minha mudança. E muita coisa aconteceu. Pamela começou a estagiar por causa da faculdade, perdi minhas manhas com ela. Juliano começou a trabalhar e estudar guitarra. Ele dizia que queria formar uma banda com Luan que toca violão, (isso não eu sabia) mas ele dizia também que senão encontrasse mais pessoas pra banda seria dupla sertaneja. Ai... Esse Juliano, viu! Continuando. Fernando entrou pra faculdade. E Luan... Ah! O Luan ele continua garoto da praia, dourado do sol mas é ficar uns dias sem ir a praia, já que costuma ir a noite que ele fica branquelo de novo. Esse é um grande mistério pra mim, mas com o cabelo sempre impecável, corpo definido. Acho que de tanto caminhar ou correr pela praia. Opa, opa! Já estou eu me perdendo no corpo do Luan. É sempre assim!  Tá. Continuando, outra vez. O Luan garoto de praia. E eu fazendo nada né? Só cuidando da casa. Acreditam que ainda não decidir que curso fazer?

Minha relação com Luan era estranha. A gente ficava de vez em quando. Mas não íamos aos “finalmente”. Não sei o que houve comigo, apenas não deixava acontecer, eu gostava dos amassos, meu corpo sempre pedia mais, só que eu simplesmente travava. Luan sofria, eu sei. Coitado! Tinha dias que saia do prédio dolorido. Era engraçado quando ele me pedia parecendo um bebê sem colo.

Certo dia, estávamos sentados no sofá da minha casa. É. Ele frequentava minha casa. Meu pai já havia se acostumado com ele indo lá me ver. As vezes era só conversa mesmo, já em outros... Neste dia estávamos sozinhos, o que não é comum. Arrepios corriam pelo meu corpo.

- Andreza, porque você faz isso comigo, hein?
- Faço o que Luan?
- Isso! Me provoca, mas não vai até o fim. Sempre me deixando com água na boca. - Respirei fundo e respondi.
- Ah, Luan eu não sei, só não consigo ir mais longe. A gente tem que se envolver mais....
- Mais envolvido do que a gente tá? E a gente já transou antes sabia? O problema sou eu? Você não gostou foi isso?
- Não Luan que isso!
- Então porque não rola mais Deza? Já tem dois meses que a gente ta nesses amassos, eu to ficando louco muié! – beijou meu pescoço e eu me arrepiei mais ainda.
- Desculpa Luan, não foi minha intenção, mas não ta bom assim? Esse carinho, beijinhos, sem compromisso, sem cobranças...
- Sem sexo... – Ele reclamou fazendo bico.
- Ai Luan, eu não sei, meu pai sempre na nossa cola, mesmo deixando você vir aqui, aquele dia foi uma aventura, que eu amei, sério.
- Mas?
- Não tem mas.  Mas – eu ri pela repetição de palavras – Se você não tá feliz assim... A gente para por aqui, e continuamos só amigos.
- Não! Não quero acabar nada. Mas é complicado pra mim você sabe. Mas quero continuar com assim com você. Só nos beijinhos mesmo - começou a me beijar rindo do que fazia. - Mesmo tendo que “sofrer”. – sua cara de sofrimento era tão linda que não resisti e tive que beijá-lo.
- Palhaço. – rimos – Luan é serio.  Desculpa por aquele dia eu ter sido tão avançada. Mas é que você mexeu comigo de uma forma que eu não me reconhecia, simplesmente me deixei levar pelos instintos.
- Não vou te obrigar a nada Deza, e você não tem que se desculpar, mas é que só isso pra mim não é mais o suficiente entende? Você não quer? Então eu aguento você não me deixa tão mal assim não, ate que cuida bem de mim.
- Você é um anjo sabia? Eu vou recompensar você ta?
- Mesmo?
- Sim.




 Parei pra pensar no que estava fazendo com ele, realmente, dois meses sem sexo pra um homem é  complicado  ainda mais tendo alguém o provocando como eu faço com ele. Mas sinceramente eu não sei bem o porque disso tudo, acho que foi por causa da minha conversa com a Pami, sobre a paixonite, fiquei com medo de me entregar novamente, quando percebia que ia acontecer, sempre cortava Luan, inventava uma desculpa. Eu travava não podia o deixar perceber. Eu percebi que quando estava com ele eu era eu mesma, uma caipira bobona, que ri de tudo, ainda mais de Luan, um bobão, um crianção que sócresceu no corpo e pra algumas coisas, mas sua essência era linda e me fazia bem, ainda me faz bem. É eu acho que Pami tem razão eu posso sim estar gostando dele, e por medo o faço sofrer dessa forma, o privando de certa forma do prazer.

- Luan Vou te fazer uma pergunta, você responde?
- Claro. – ele me dá um selinho descontraído.
- Nesse tempo que a gente, bem... Tá junto, você ficou com alguém? – ê o ciúme falando alto em dona Andreza.
- Huuum... Não? Porque, eu posso? – perguntou brincando.
- Pode. Só não me conte ou me deixe ver ok? – Eu realmente disse isso a ele? Onde eu estava com a cabeça? Não conseguia nem imaginar Luan com outra pessoa e eu faço isso? Burra, Burra! Me matei por dentro, mas sorri por fora vendo o rosto confuso de Luan.
- Tem certeza? – disse-me.
- É acho que sim.


Continua...