Capitulo
85
Entrei
no predinho, Chickity abriu a porta pra mim, ela se assustou não me esperava
ali tão cedo.
- Não to com cabeça pra trabalhar – Falei
entrando em casa.
- É... tem alguém te esperando Senhora.
- Me esperando?
- Oi Pami... – Como uma sinfonia a voz
mais linda deste planeta me chamou. Não tive coragem o suficiente pra olhar pra
trás, mas era preciso, queria confirmar o que estava mais que evidente.
- Luan... – Engoli seco.
- Pam... – Disse vindo em minha
direção, me afastei.
- Licença – Pediu Chickity saindo da
sala.
- O que você esta fazendo aqui? – Perguntei
baixinho.
- Meu Deus Pamela... o que aconteceu
com você? – Luan se assustou a me ver.
- Aconteceu nada – Cruzei os braços,
não consegui olhar em seus olhos, ele perceberia minhas olheiras pelas noites
mal dormidas, ele perceberia minha pele pálida e apagada.
- Não mente pra mim... Caio disse que
você estava mal – Luan caminhou ao meu encontro, não me mexi minhas pernas
travaram – Ei... – Suas mãos pegaram meu queixo obrigando-me a olhar em seus
olhos, as lagrimas caíram.
- Ai Luan... – Chorei abraçando-o.
Em
seus braços chorei num choro desesperador, minha alma doía, cortava meu
coração, por um lado fiquei mal por Luan me ver naquele estado, por outro
fiquei feliz nos braços de Luan me senti mais viva, senti meu sangue correr,
senti meu coração bater.
Seu
calor me tranquilizava. Com carinho Luan passava as mãos em meu cabelo.
- Ta tudo bem Pam... ta tudo bem, eu to
aqui...
Enfiei
minha cabeça em seu peito não queria sair de seus braços nunca, mas tinha que
sair. Respirei fundo e me afastei limpando as lagrimas que encharcaram a camisa
de Luan.
- Melhorou?
- Desculpa pela sua camisa – pedi com
um sorriso triste.
- Não tem importância – sorriu Luan.
- Vem senta aqui – Caminhei até o sofá,
já que Luan estava ali eu não o deixaria ficar em pé que nem arvore – Você viu
as crianças? – perguntei assim que estávamos sentados.
- Sim, estava no quarto deles quando
escutei você chegar.
- Eles estão enormes né...
- É tão sim, tão lindos... – Luan
respirou fundo parecia querer arrumar coragem em perguntar, abaixei minha
cabeça – Como você esta?
- To bem. – disse baixinho.
- Caio me contou que você anda muito
mal.
- Ele não tem mais o que fazer – Sussurrei.
- Me conta o que você tem Pam...
- Eu to doente Luan.
Ele
se calou, levantei meu rosto queria olhar em seus olhos.
- O Caio tinha razão. Eu estou doente,
- Passei a mão na nuca – Os médicos disseram que minha doença é um pouco
complicada – Tentei dizer como se fosse uma coisa normal, mas não era.
- Complicada? Pami dá pra parar de me enrolar e dizer o que você
tem?
Abaixei
minha cabeça passando a mão no rosto, não tinha como esconder mais.
- Quando fui embora do Brasil... –
respirei fundo – Não foi só por que você me traiu, ou pelos seus fãs... Não foi
por nenhum desses motivos Luan – Disse baixinho somente pra Luan ouvir – Eu
estava sentindo algumas coisas...
- Que tipo de coisas? Por que você não
disse nada pra mim?
- Luan eu trabalho com isso, sei quando
as coisas não andam muito bem... eu não quis te contar antes por que... era
difícil, e se eu te contasse você iria querer que eu ficasse lá pra me tratar,
é um tratamento doloroso e não há certeza de cura, eu provavelmente sofreria
anos com isso... e haveria complicações... – respirei fundo – essas complicações
– apontei pra meu corpo – eu tenho tonturas, enjoos, hemorragias pequenas, não
durmo de noite passando mal, há dor... uma dor insuportável. Eu não queria que
você visse isso – Luan me olhava assustado, seus olhos se encheram de lágrimas
– eu to morrendo Luan... to morrendo aos poucos... essa doença esta me
corroendo, acabando comigo e com quem fica perto de mim.
- Pami... eu...
- Xi... – Encostei o dedo em sua boca
tentando fazê-lo parar, uma lágrima escorregou pelo seu rosto, a limpei com as
costas da mão – eu suporto tudo, menos isso Luan... – segurei em suas mãos –
lembra quando ganhei nossas pestinhas? – Luan não respondeu apenas balançou a
cabeça em sinal de sim. Respirei fundo – eu fiquei dias no hospital,
complicações apareceram, no parto tive parada cardíaca isso afetou meus
sistemas... os Doutores pediram alguns exames, queriam me deixar em observação.
Tive queda da imunidade, anemia por causa da hemorragia, tive parada
respiratória, me recusei a fazer tratamento pensei que isso seria daquelas doenças
que aparecem durante a gravidez ou no pos-parto e logo somem, mas não era;
benditas plaquetas – sorri de lado – bom... pedi aos médicos que não contassem
pra ninguém, mas Caio acabou sabendo, tanto que me pediu pra vir pra Belgica...
ele sabia que aqui tinha tratamento melhor, que eu podia ficar sob a supervisão
dele.
Mas eu não queria... queria ficar com
você, queria ficar do seu lado – limpei as lágrimas que jorravam pelo meu rosto
– ...depois de um tempo que arrumei serviço no hospital as coisas pioraram,
minha imunidade ainda estava comprometida. Tive pioras, sabia que não duraria
muito tempo...– respirei fundo – naquele dia que você me chamou pra ir a Cancun
foi minha oportunidade de passar o maior tempo que eu tinha com você. Lá eu vi
mais pioras, acordava de noite passando mal, vomitava muito... quando vi sangue
e secreção saindo nos vômitos resolvi que tinha que sai de perto de você. Era
caso perdido pra mim. Eu não queria morrer, mas era tarde demais... aí no dia
seguinte você queria “alguma coisa” comigo lembra? Eu não tive coragem pra
ficar com você... Estava muito fraca, cansada, além disso não queria que você
visse as manchas... Bem, a noticia da traição veio em boa hora...
- Pami mas por que você não quis se
tratar? Eu cuidava de você...
- Não... Não Luan, com a queda da
imunidade eu era como uma aidética, estava exposta a todos os tipos de
doenças... era muito tarde... tirando o preços dos remédios que não são
baratos.
- Você não foi ao médico?
- Fui... Mas fui só pra escutar o que
já sabia. Eu estava morrendo – abaixei minha cabeça – sabe... nesse momento
pensei nos meus filhos, pensei no que aconteceria com eles...ai decidi que
assim que as coisas fugirem do controle eu viria pra Bélgica, minha prima
cuidaria deles quando meu coração...
Parei,
Luan me olhou como se pedisse pra não continuar. Respirei fundo, passei a mão
em seu rosto.
- Vem vamos ver nossos filhos – caminhei
devagarzinho pelo corredor comprido da casa de Caio. Entramos em meu quarto –
oi meus amores – aproximei dos berços soltando a mão de Luan, ele ficou parado
olhando, tentando se ligar nas coisas, acho que o baque foi muito forte – vem
cá papai... – chamei dando um sorrisinho sereno.
Luan
caminhou em minha direção.
- Seus filhos gostam de música...puxaram
você neste aspecto também – Fui até o som, escolhi uma música que adorava tocar
pra eles dormirem. Losing Your Memory – Ryan Star. Voltei ao encontro de Luan,
passei a mão em seu ombro encostando o rosto sob o mesmo – Eu queria muito poder
vê-los crescer, queria muito ver Breno jogando bola... ver Nicole entrando em
casa com um novo namoradinho – sorri imaginando e passando a mão no cabelo de
minha filha que dormia – queria vê-los dar o primeiro passinho – as lágrimas
caiam, tentei parar mas não consegui. Solucei – queria ouvir as primeiras
palavras, as primeiras vitorias... mas eu não posso – olhei Luan que parado
ouvia em silencio – eu não posso... to com medo Luan... to com muito medo...
Não
seguramos as lágrimas, Luan me abraçou, ele chorava abafado em meu ombro.
- Eu não quero perder
você Pam... eu não vou deixar você morrer...
Sai
do abraço de Luan, sorri.
- Você jamais vai me perder... Eu te
amo! – Disse quase sem voz pelo choro.
- Eu te amo! – Falou Luan passando a
mão em meu rosto aproximando nossas bocas.
Ele me puxou pra mais perto juntando
mais e mais nossos corpos; estávamos unidos como nunca estivemos, como se agora
sim tudo fizesse sentido, eu o pertencia...
Luan
apertava minha cintura com força e carinho, me beijava com ternura, com
saudade. Ele me empurrava em direção a minha cama, mas não queria que fosse ali
na frente dos nossos filhos. Peguei em sua mão e caminhei mais uma vez por
aquele corredor comprido da casa de Caio, ate o quarto de hospedes.
Pulei pra seu colo ele agarrou-me pelas
pernas e me beijava com mais vontade ainda! Quanta saudade eu sentia do corpo e
dos beijos de Luan. Eu ainda me sentia fraca, mas ele me dava forças.
Suas
carinhas me acendiam todo o corpo, fazia com que meu sangue corresse pelas
veias como chamas dentro de mim. Eu o queria nem que fosse pela ultima vez;
suas mãos me fizeram voltar a realidade, Luan me tocava com vontade, havia
saudade na nossa transa, na verdade não era transa, era amor.
Dois
corpos se unindo lembrando um amor, uma paixão que será pra sempre, Luan me
deitou na cama e me deixando nua, me beijando o corpo, mas eu o queria dentro
de mim, por completo, me inundando de prazer, mas Luan me torturaza com seus
beijos, os mais íntimos e deliciosos do mundo.
- Eu vou estar pra sempre com você –
disse antes de unir novamente nossas bocas, num beijo mais apaixonado, mais
doce, mais único de toda a minha existência. - Luan disse entre os beijos e
caricias.
Em alguns minutos o senti entrar em
mim, me invadindo com amor, me deixando inebriada de tesao. Luan ficou por
cima, me olhando nos olhos, e acredito que ele pôde ver a felicidade que eu
sentia em estar em seus braços mais uma vez. Não queria me soltar dele, não queria
que nada daquilo acabasse, mas com a saudade e o tesao, novos corpos unidos,
suados e em movimento ritmados não foi possível. O orgasmo nos invadiu e foi o
melhor do mundo.
- Eu amo você! – contou Luan sorrindo.
- Eu te amo – sussurrei, dando-lhe um
selinho antes de me deitar, estava exausta. Fechei os olhos.
Continua...