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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Em Pleno Rio de Janeiro 2ª Edição


Capitulo 13


Eu não sabia como, mas tinha que começar de alguma forma. Eu tentei respirar fundo, mas o ar não me vinha, apertei minhas mãos uma contra a outra tentando achar as palavras certas a partir daquele momento, Luan não entendia o meu silencio. Mal sabia ele a dor que eu estava sentindo.
- Luan, preciso te falar uma coisa. – O olhei e vi uma lágrima cair de seus olhos. Isso não estava me ajudando em nada. Mas tinha que continuar. – Luan, eu entendo que você caiu em uma armadilha, é típico da Mariana. Mas não quero correr o risco de estar com você e não saber o que ela é capaz. Não quero correr o risco de te amar e quebrar a cara mais uma vez.
- Isso não vai acontecer outra vez, eu não quero nem chegar perto dela Deza, ei, olha pra mim. Me perdoa?
- Ah Luan não complica as coisas. – implorei deixando uma lagrima cair.
- Complicar o que? Do que você tá falando Deza???  – Luan me olhava atento, seu olhar mostrava apreensão. Respirei fundo
– Eu quero terminar com você. – Luan se assustou não acreditando no que eu havia falado.
- Como? – ele estava espantado. – Não. Eu não posso mais ficar sem você Andreza! Eu a... – quando ele ia dizer de novo não o deixei terminar.
Coloquei meu dedo indicador em seus lábios sentindo toda aquela macies de sempre, eu chorava em silencio e eu via desespero nos olhos dele que não entendia nada do que estava acontecendo naquele momento, eu ia dizer alguma coisa, mas  subitamente eu senti uma vontade enorme de beijar aqueles lábios. Então o beijei, o último beijo. Entreguei-me aos seus lábios ao calor deles.  Quase desisti da minha decisão. Mas não podia me arriscar. Eu não teria forças caso ele me magoasse outra vez. Não correria o risco. É, eu estava tentando evitar uma burrada no futuro fazendo outra no presente.
Meus lábios ainda tocavam os dele. Não o queria deixar, estava lutando comigo mesma, as mãos dele seguraram com força minha cintura, parecia não querer me perder. Acho que na verdade não queria. Tomei coragem e me soltei de seus braços e lábios.
- Shiiiu. Não fala Luan vai ser pior pra mim. Acredite. Te deixar também não esta sendo fácil. Mas é preciso. Eu gosto muito de você, muito mesmo. E é por isso que não podemos ficar juntos. Não consigo suportar mais a sombra da Mariana.
- Mas eu não gosto dela, amor. Já te falei uma vez. Eu só quero você. – me segurou novamente pela cintura, dificultado tudo outra vez.
- Por favor, Luan, vai embora me deixe sozinha, preciso pensar. –  Ele me soltou e eu senti meu corpo fraco, como se ele fosse minha força, sem ele perto de mim eu não conseguia nem ficar de pé.
Mas eu pensei no futuro, porque eu so imaginava ele em minha vida e não queria insegurança apesar dele ser sim meu porto seguro, mas a sombra da Mariana me assombrava.
Luan me olhou. Seus olhos eram só lagrimas. Deu-me um selinho demorado e saiu. Na porta se virou e disse: - Eu vou te esperar. - E saiu.
Eu? Desatei a chorar quando Luan fechou a porta. Eu queria morrer! Ok, dramático? Não, eu na verdade nem sabia o que eu estava fazendo, só sabia que já era, eu já tinha feito. Eu tive medo, vários, Mariana era apenas uma delas, e não venha querer saber de mim quais são os outros, pois nem eu sei quais são exatamente, so sei que senti um pedaço de mim sendo arrancado. Faltava alguma coisa, faltava ele comigo, me fazendo  rir, ter sensações que nunca havia provado em minha vida. Eu era feliz com ele. É era, eu joguei tudo fora agora.
Mas o que ele disse com o “eu vou te esperar” será que ele percebeu que o que eu disse foi da boca pra fora, que talvez foi uma decisão mal pensada? Não eu fui convincente, não fui?
Agora é a hora que vocês me perguntam: Você é burra ou o que Deza? Deixar o Luan livre pra pica-pau desbotada... vou responder: simplesmente por medo de estar amando de verdade. De não ser verdadeiramente correspondida, por mais que ele tenha tentado falar e eu não ter deixado, poderia ser uma artimanha dele pra me fazer mudar de ideia. Ah eu to muito confusa.
 Fui pra meu quarto me entregar a solidão em que eu mesma escolhi viver. Após muitas lágrimas derramadas, fui perdendo as forças e consciência e cai no sono.

***
Acordei ao som do telefone, não queria atender. Mas aquele som começou a me irritar, então fui ver quem era. Era Pami. E eu precisava dela agora. Então atendi.
- Alô? – Voz rouca, olhos inchados, graças ao choro que me embalou ao sono.
- Amiga! Juliano me ligou, dizendo que Luan esta muito mal por que você terminou com ele. É verdade? – Pami sempre direta.
Ouvir que Luan estava sofrendo fez meu coração diminuir. Mas o erro já havia sido cometido, não é? É. Então fique quieta Andreza.
- É verdade amiga. Não quero falar mais Pami. Hoje não. Mas eu quero colo. Pode me dar? – Fiz bico, mesmo Pami não vendo. E sabia que conseguiria o que pedia.
- Sim amiga claro. Eu tenho sorvete aqui quer que eu leve?
- Sim meu amor traga. Hoje eu me afogo com sorvete. E nem vem que vai ser só meu ok? – Sorri fraco enquanto Pami sorria abertamente.
- Ok. Já chego ai.
Pami desligou e em cinco minutos minha campainha tocou. Abri a porta estendendo logo meus braços pedindo um longo abraço. Pami sorriu e me abraçou. Não falamos nada. Fomos pro meu quarto e ficamos lá em silencio. Eu com meu sorvete de morango e ela afagando meus cabelos. Não queria falar. Só queria colo mesmo. Meus pensamentos voaram e infelizmente eles foram parar em Luan. Lembranças do seu sorriso, da forma que suas mãos me apertavam quando queria algo a mais, quando falava serio comigo, da cara brava e fofa de quando estava com ciúmes, e de repente meus pensamentos mudara para como deveria estar? Será que esta sofrendo igual a mim?  Será que estava mesmo sofrendo?
- O que estava fazendo agora? – pensei alto.
- O que? – Pami perguntou, devia esta envolta em seus pensamentos também.
- Nada. Só pensei alto mesmo.
- Não pense nele agora amiga. É pior.
- Não quero pensar... - Balancei a cabeça afastando meus pensamentos de Luan e me voltei pra meu sorvete. Enchi minha colher e coloquei tudo na boca.
Senti meu cérebro congelar. Isso mesmo cérebro! Congele. Assim não pensa no Luan. Droga nem incentivando meu cérebro eu deixo de falar nele. Esquece cérebro tudo o que falei ok?
- Amiga, me explica o que houve? – Pami pediu encostando-se à cabeceira da cama.
Eu resumi tudo pra Pamela (não vou falar de novo, vocês já sabem né?) e ela me olhava chocada. Com o que disse parecendo não acreditar.
- Ele ia dizer que te ama, sua tonta! – E bateu sua mão em minha testa.
- Ai Pami! Me ama, mas fica agarrando a Mariana? Avá. – falei incrédula. E vai ver era só pra eu não terminar com ele. Mas posso contar? Quando ele fechou a porta, eu chorei tanto amiga. Eu me arrependi tanto, mas já foi feito, já terminei. E o pior foi que antes dele sair, ele disse que ia me esperar, como se não acreditasse em tudo o que eu disse.
- Mas nem você acreditou Deza. Luan não é burro e acho que ele não vai desistir de você. Ele não é de desistir fácil e o Ju disse que nunca viu ele tao gamado em alguém quanto está em você.
- Pois é. Vai ter que esquecer. Ele não pensou duas vezes antes de agarrar a Mariana.
- Mas ele disse que foi cilada dela.
- Mas e se acontecer de novo? Qual vai ser a desculpa? Não quero mais falar dele Pam. Desculpa.
- Vocês são muito cabeça dura sabia? – disse Pami, fazendo-me deitar em seu colo. Meu sorvete já tinha acabado só me restava o carinho da minha amiga. Que naquela manha era a melhor coisa do mundo e tudo o que queria.
- Amiga dorme aqui? Meu pai só chega amanhã.
- Claro amor! Deixa só eu ligar pra minha mãe, ok?

***

Segunda-feira, dia ensolarado. Acordei com os raios invadindo meu quarto. Acordei Pami e depois do banho tomamos nosso café. Eu ainda não tinha visto meu pai. Já estava com saudades dele.
- Ai! Pensei que fosse ver meu pai hoje de manhã. – Falei saudosa, servindo o café a Pami.
- Ô amiga, a noite você o vê. – disse Pami, agradecendo o café. – AMIGAAAAAA! – ela gritou me fazendo pular de susto. – Vamos a praia, vai?
- Vamos! – Respondi no mesmo entusiasmo.  – Vou ligar pro... – Lembrei que já não estava mais com Luan e meus olhos se encheram de lagrimas. Droga de memória.
- Mais um motivo pra irmos à praia. – Pami falou vendo meu estado lastimável.
Troquei de roupa e fomos até o apê da Pami pra ela se vestir e fomos à praia. No meio de semana é vazio. Ótimo. Não gosto de tumultos. Ficamos um tempo na areia até que resolvemos mergulhar. A água estava gelada, mas boa ao mesmo tempo. Lá eu pude esquecer todos os meus problemas. Mas que logo foi trazida a tona. Eu vi Luan com Mariana caminhando pela praia. É pra morrer né? Acho que vou aproveitar que estou no mar e me afogar. O que acham? Não. Não vou me matar por ninguém. Fiquem tranquilas. Mas bem que eu gostaria. Eu terminei com ele fazia umas 24 horas ou um pouquinho mais. Ai ele vai e passeia com ela?  Era pra acabar comigo só pode. Isso porque disse que não queria nem olhar na cara dela. Na primeira oportunidade...
Só voltei à realidade quando uma onda veio e me derrubou. É eu ainda estava no mar olhando o “novo casal” quando a onda me pegou desprevenida e tomei um caldo. Aff! Onda sua idiota! Me deixa surtar? Obrigada. Parei na areia e acabei rindo junto com Pami, que estava numa gostosa gargalhada. Cansada das ondas me maltratando resolvi voltar pra areia. Pami me acompanhou.
- Pami você viu o Luan com a Mariana caminhando pela praia?
- Não, eu não vi! É serio isso? Cade?
- Já passaram. – Abaixei a cabeça. Sei lá uma tristeza me abateu.
-  Safado! E ainda ia dizer que te amava. Aff! 
- Não quero pensar amiga. Vamos distrair! – E entrei novamente no mar. Passamos a manhã nos divertindo, mas na verdade meu pensamento não saia daquela cena. E pensei nas palavras de Luan. “Eu a...” Essas palavras não saiam da minha mente. Se fosse mesmo verdade ele não faria isso comigo faria? Ah, sinceramente? Não queria pensar nisso. Quero deixar o tempo passar só ele pra me dizer o que vai acontecer.

Luan:

Mas que porra de vida! Como Andreza termina comigo? Como que vou ficar sem ela? Não posso viver sem ela. – é eu tava me maltratando por ter deixado a Deza terminar comigo, mas nem isso me deixam fazer sozinho, a  campainha tocou.
- Porra, quem será? – olhei pelo olho mágico da porta e vi que era a Mariana. No fundo eu queria que fosse a Deza, me pedindo pra voltar, dizendo que era tudo mentira.
 Eu sabia que era mentira, ela não tava terminando comigo por causa dessa besteira que a Mariana armou pra mim, Deza me ama, ela deve estar com medo. E eu não posso deixar esse medo me afastar dela. Mas ela quis parecer tão convincente. Não consegui a convencer do contrario e acabei indo embora não acreditando que eu era burro o suficiente pra deixar tudo isso acontecer.
Pena que não era ela, mas se fosse queria ouvir da boca dela que ela me amava, e que não podia ficar longe de mim. A campainha toca novamente. – que merda, ela não desiste. – falei comigo mesmo. Atendi a porta fazer o que?
- Oi Mary. – disse sem sorrir.
- Luan, vamos a praia o dia ta lindo!
- Não to no clima Mary. Não quero ir não.
- Mas por quê? Ta com medo da Andreza saber e brigar com você? – disse debochada, eu não a queria ali, não depois de tudo o que ela fez. Por causa dela to sem a Deza.
- Ela já terminou comigo, Mariana. – disse e uma tristeza profunda me invadiu. Não a olhei nos olhos,  afinal porque estou falando com a Mariana mesmo?
- Mais um motivo Luan, pra você ir comigo... Esquecer os problemas. – ela segurou meu rosto e olhou nos meus olhos. Por um momento achei que ela fosse me beijar. Não ia deixar acontecer outra vez. Então me soltei de Mariana.
- Tudo bem! Preciso espairecer. Mas você não-em-cos-ta-em-mim. Espera-me aqui.
Eu estava caminhando pela orla. Não queria entrar na água. Mariana falava igual matraca, mas eu não prestava a mínima atenção no que ela dizia.  Não sei porque eu aceito esse convite, eu devo ser um idiota mesmo. Na verdade não queria estar ali com ela. Não era ela quem eu queria por perto. De repente eu vejo uma pessoa muito conhecida por sinal. Espera. É a Andreza. Nossa como ela esta linda! Aquele biquíni a deixa linda. Lembrei-me de nossos dias na praia. Das brincadeiras que fazia com ela na água. Nos nossos beijos debaixo d’água. Ok, não muitos porque a água é salgada. Mas de vez em quando rolava. Eu não resistia a ela. Como eu gosto dessa menina!
- Luan, ta me escutando? – Mariana me cutucou fazendo com que meus pensamentos se desfizessem e meu sentido voltasse a realidade, deixando Andreza e me obrigando a olhar pra Mariana.
- Desculpa. Fale. – ela começou e meu pensamento voou outra vez. Carai, ela não vai calar a boca não?   

Luan of.


Continua....

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