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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Em Pleno Rio de Janeiro - 2ª Edição


Capitulo 14

Mais um dia na minha vida, sem o Luan, e eu ainda não sei como eu sobrevivi. Meu orgulho não me deixa ir ate ele e dizer o quanto eu to arrependida de tudo. De ter o deixado ir, por pouca coisa. Por não acreditar nele quando disse que era tudo armação da Mariana, sei que ela é capaz disso, mas eu o vi a beijando e essa imagem ainda me dói quando vem a minha memoria.
Decidi levantar mais cedo da cama, dar uma caminhada na praia, respirar, chorar... sei lá, qualquer coisa. Tomei um banho encorajador e decidi também ter uma refeição junto com meu pai.
- Bom dia pai! – Exclamei e o abracei com saudades afinal a ultima vez que o vi foi na sexta, antes de tudo acontecer.
- Oi minha filha! Acordou cedo hoje. O que houve pra cair da cama? Vai sair com Luan? – Valeu pai! Tinha que lembrar do Luan logo agora de manhã. Certo. Te perdoou porque você não sabe ainda. Então ai vai.
- Ham... – Falei coçando a nuca. Mania de quem? De quem? Isso mesmo! Luan. – a gente brigou.
- Mas como Andreza? Vocês estavam indo tão bem! – Meu pai falou com uma tristeza, que me espantei. Parecia que ele era o namorado de Luan.
- Ah pai, tivemos um problema, mas a briga foi feia. Vai acostumando porque ele vai demorar a voltar aqui.
- Vai dizer que você terminou com ele?
 -Terminamos, mas não quero falar, ainda está recente. Tem dois dias.
- Tudo bem minha filha! Você é quem sabe. Mas você esta bem? – perguntou-me preocupado.
- Ta tudo bem pai. Ta tudo bem. – falei indo lhe dar um beijo em sua testa.
Voltei para meu quarto e fiquei por lá não sei por quanto tempo. Eu me perdia em pensamentos. Pensava em tudo o que já tinha vivido nessa cidade. Sete meses. E minha vida não parou um minuto. Minha vida tinha mudado pra melhor. Das amizades, a cidade nova, o namorado. Ok, eu terminei com ele por MEDO. Como eu sou burra. Agora aguenta Andreza. Agora aguenta!
O Telefone tocou e eu fui correndo até a sala e atendi. Afinal podia ser meu pai com saudade da filhinha aqui. Ui.
- Senhora Leite? – Uma voz estranha perguntou.
- Sou eu. – Disse desconfiada. Comecei a tremer. A voz estava seria demais. Tive medo do que viria.
- Bom dia, sou Gabriela, do Hospital São Vicente. Seu pai acabou de dar entrada, ele sofreu um acidente...
Não ouvi mais nada depois de PAI e ACIDENTE. Como assim meu pai envolvido num acidente? Eu estava com ele ainda agora, isso não pode estar acontecendo, não seria possível. Ele é tão prudente. Não posso perder quem eu mais amo. Já havia perdido Luan. Agora o meu pai? Não meu pai não. Voltei a minha atenção ao telefone, anotando o endereço do hospital. Desliguei o telefone e fui correndo para o apê da Pami para avisar do acontecido.
- PAMELAAAAAAAAAAAAAAAA – eu gritava aos prantos na porta da Pam.
- Pami, meu pai esta no hospital. –  despejei assim que ela abriu a porta pra mim.
- Como amiga? O que houve? – Pami perguntou assustada.
- Não sei só me ligaram e eu to indo pra lá. Vamos comigo amiga? Eu não tenho força. – me desesperei mais, acabei me sentando no chão do hall do ape da Pam enquanto ela avisava os pais. Não me imaginava sem meu pai, e nessa loucura abei não ouvindo o que a mulher disse, e não sei bem o que aconteceu e se ele está bem.
- Vamos amiga. – disse Pam, saindo do seu apê, me arrastando com ela.
A caminho do hospital eu não parava de pensar no meu pai. Como ele sofrera um acidente? Eu só tinha a Pamela e o Juliano  que essa hora não podia estar com a gente. Ele estava no trabalho. Mas a Pami fazia muito bem seu trabalho de amiga.
- Vai ficar tudo bem Andreza. Não foi nada grave!
- Como você sabe amiga? A atendente eu não ouvi nada do que a atendente disse depois do PAI E ACIDENTE.
- Vai dar tudo certo. Acredite. – Pami tentou me acalmar e eu só olhava pra rua enquanto o taxi nos levava para o hospital.
Chegando lá... Ocorreu-me um frio na espinha. Entrar em um hospital sempre me vinha coisas ruins na mente, como morte de minha mãe. Esquece disso Deza. Seu pai. Bom, entramos por uma imensa área, tudo branco, um silêncio de arrepiar. Estava vazio não via ninguém, isso me desesperou. Olhei a recepcionista, preocupada.
- Oi... – disse nervosa.
- Pois não! – falou uma moça morena, com um aspecto cansado, branquinha. Dava até medo.
- Meu pai, esta aqui? Ligaram-me, avisando.
- Qual o nome?
- Pedro Leite.
- Sim, ele está. Seu pai sofreu um acidente. Foi trazido pelos bombeiros. Não aconteceu nada de grave. – olhei pra Pami, ela estava tensa. Eu também – neste momento ele esta em repouso.
- Posso vê-lo?
- No momento, não. Por que ele está dormindo. Por favor, espere, a Doutora Elizabeth, as informará direito sobre o caso do seu pai.
- Aí meu Deus, Pami!
- Acalme-se, ele está bem.
- Vem Deza. Vamos nos sentar. – Pami segurou minha mão e fomos para a sala de espera.
         Tudo bem a recepcionista falou que tudo estava bem, mass eu não conseguia acreditar. E se ela estivesse dizendo isso apenas para me acalmar? E se meu pai não estivesse bem? Ai meu Deus, o que seria de mim?
         Pami me abraçou, e eu deitei minha cabeça em seu ombro. Até que a médica veio falar conosco.
- Doutora como ele esta?
- Bem, seu pai tem muita sorte. Ele apenas quebrou o braço, e sofreu alguns cortes. Ele já está medicado e engessado. Mas vai ter que ficar em observação. Ele estava com uma febre muito alta.
- Quanto tempo Doutora?
- Eu dou no máximo quatro dias de observação. Ele é forte, vai se recuperar rápido.
- Eu posso vê-lo?
- Nesse momento ele esta dormindo. Então não é bom incomodá-lo.
         O alto falante, chamou a Doutora.
- Bom meninas. Vão para casa e voltem amanhã, já esta tarde. Seu pai vai ficar bem. Agora eu tenho que ir.
- Obrigada!
         Ela deu um sorrisinho de lado, e saiu de nossa visão.
E eu não aguentava toda essa tensão, era uma pressão muito grande pra mim, sem pai, sem namorado, sem rumo. Ai como eu to depressiva. Na verdade eu me sentia perdida, eu queria ele aqui comigo. Quem? Luan ne? Ele sim iria me acalmar com seu abraço, sua voz suave. To morrendo de saudade dele.


Continua...

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