Capitulo 14
Mais um dia na minha vida, sem o Luan, e eu ainda não sei como eu
sobrevivi. Meu orgulho não me deixa ir ate ele e dizer o quanto eu to
arrependida de tudo. De ter o deixado ir, por pouca coisa. Por não acreditar
nele quando disse que era tudo armação da Mariana, sei que ela é capaz disso,
mas eu o vi a beijando e essa imagem ainda me dói quando vem a minha memoria.
Decidi levantar mais cedo da cama, dar uma caminhada na praia,
respirar, chorar... sei lá, qualquer coisa. Tomei um banho encorajador e decidi
também ter uma refeição junto com meu pai.
- Bom dia pai! – Exclamei e o abracei
com saudades afinal a ultima vez que o vi foi na sexta, antes de tudo
acontecer.
- Oi minha filha! Acordou cedo hoje. O
que houve pra cair da cama? Vai sair com Luan? – Valeu pai! Tinha que lembrar
do Luan logo agora de manhã. Certo. Te perdoou porque você não sabe ainda.
Então ai vai.
- Ham... – Falei coçando a nuca. Mania
de quem? De quem? Isso mesmo! Luan. – a gente brigou.
- Mas como Andreza? Vocês estavam indo
tão bem! – Meu pai falou com uma tristeza, que me espantei. Parecia que ele era
o namorado de Luan.
- Ah pai, tivemos um
problema, mas a briga foi feia. Vai acostumando porque ele vai demorar a voltar
aqui.
- Vai dizer que você terminou
com ele?
-Terminamos, mas não quero falar, ainda está
recente. Tem dois dias.
- Tudo bem minha filha! Você é quem
sabe. Mas você esta bem? – perguntou-me preocupado.
- Ta tudo bem pai. Ta tudo bem. –
falei indo lhe dar um beijo em sua testa.
Voltei
para meu quarto e fiquei por lá não sei por quanto tempo. Eu me perdia em
pensamentos. Pensava em tudo o que já tinha vivido nessa cidade. Sete meses. E
minha vida não parou um minuto. Minha vida tinha mudado pra melhor. Das amizades, a cidade nova, o namorado. Ok, eu terminei com
ele por MEDO. Como eu sou burra. Agora aguenta Andreza. Agora aguenta!
O
Telefone tocou e eu fui correndo até a sala e atendi. Afinal podia ser meu pai
com saudade da filhinha aqui. Ui.
- Senhora Leite? – Uma voz estranha
perguntou.
- Sou eu. – Disse desconfiada. Comecei
a tremer. A voz estava seria demais. Tive medo do que viria.
- Bom dia, sou Gabriela, do Hospital
São Vicente. Seu pai acabou de dar entrada, ele sofreu um acidente...
Não
ouvi mais nada depois de PAI e ACIDENTE. Como assim meu pai envolvido num
acidente? Eu estava com ele ainda agora, isso não pode estar acontecendo, não seria possível. Ele é tão prudente. Não posso perder quem eu mais amo. Já havia perdido Luan.
Agora o meu pai? Não meu pai não. Voltei a minha
atenção ao telefone, anotando o endereço do hospital. Desliguei o telefone e
fui correndo para o apê da Pami para avisar do acontecido.
- PAMELAAAAAAAAAAAAAAAA – eu
gritava aos prantos na porta da Pam.
- Pami, meu pai esta no
hospital. – despejei assim que ela abriu a porta pra mim.
- Como amiga? O que houve? – Pami
perguntou assustada.
- Não sei só me ligaram e eu to indo
pra lá. Vamos comigo amiga? Eu não tenho força. – me desesperei
mais, acabei me sentando no chão do hall do ape da Pam enquanto ela avisava os
pais. Não me imaginava sem meu pai, e nessa loucura abei não ouvindo o que a
mulher disse, e não sei bem o que aconteceu e se ele está bem.
- Vamos amiga.
– disse Pam, saindo do seu apê, me arrastando com ela.
A
caminho do hospital eu não parava de pensar no meu pai. Como ele sofrera um
acidente? Eu só tinha a Pamela e o Juliano que essa hora não podia estar com a gente. Ele
estava no trabalho. Mas a Pami fazia muito bem seu trabalho de amiga.
- Vai ficar tudo bem Andreza. Não foi
nada grave!
- Como você sabe amiga? A atendente eu não ouvi nada do que a atendente disse depois do PAI E
ACIDENTE.
- Vai dar tudo certo. Acredite. – Pami
tentou me acalmar e eu só olhava pra rua enquanto o taxi nos levava para o
hospital.
Chegando
lá... Ocorreu-me um frio na espinha. Entrar em um hospital sempre me vinha
coisas ruins na mente, como morte de minha mãe. Esquece disso Deza. Seu pai.
Bom, entramos por uma imensa área, tudo branco, um silêncio de arrepiar. Estava
vazio não via ninguém, isso me desesperou. Olhei a recepcionista, preocupada.
- Oi... – disse nervosa.
- Pois não! – falou uma moça morena,
com um aspecto cansado, branquinha. Dava até medo.
- Meu pai, esta aqui? Ligaram-me,
avisando.
- Qual o nome?
- Pedro Leite.
- Sim, ele está. Seu pai sofreu um
acidente. Foi trazido pelos bombeiros. Não aconteceu nada de grave. – olhei pra
Pami, ela estava tensa. Eu também – neste momento ele esta em repouso.
- Posso vê-lo?
- No momento, não. Por que ele está
dormindo. Por favor, espere, a Doutora Elizabeth, as informará direito sobre o
caso do seu pai.
- Aí meu Deus, Pami!
- Acalme-se, ele está bem.
- Vem Deza. Vamos nos sentar. – Pami segurou
minha mão e fomos para a sala de espera.
Tudo
bem a recepcionista falou que tudo estava bem, mass eu não conseguia acreditar.
E se ela estivesse dizendo isso apenas para me acalmar? E se meu pai não
estivesse bem? Ai meu Deus, o que seria de mim?
Pami
me abraçou, e eu deitei minha cabeça em seu ombro. Até que a médica veio falar
conosco.
- Doutora como ele esta?
- Bem, seu pai tem muita sorte. Ele
apenas quebrou o braço, e sofreu alguns cortes. Ele já está medicado e
engessado. Mas vai ter que ficar em observação. Ele estava com uma febre muito
alta.
- Quanto tempo Doutora?
- Eu dou no máximo quatro dias de
observação. Ele é forte, vai se recuperar rápido.
- Eu posso vê-lo?
- Nesse momento ele esta dormindo.
Então não é bom incomodá-lo.
O
alto falante, chamou a Doutora.
- Bom meninas. Vão para casa e voltem
amanhã, já esta tarde. Seu pai vai ficar bem. Agora eu tenho que ir.
- Obrigada!
Ela
deu um sorrisinho de lado, e saiu de nossa visão.
E eu não aguentava toda essa
tensão, era uma pressão muito grande pra mim, sem pai, sem namorado, sem rumo. Ai
como eu to depressiva. Na verdade eu me sentia perdida, eu queria ele aqui
comigo. Quem? Luan ne? Ele sim iria me acalmar com seu abraço, sua voz suave. To
morrendo de saudade dele.
Continua...
Necessito de mais =D
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