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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Em Pleno Rio de Janeiro - 2ª Edição


Capitulo 15


Já fazia três dias em que meu pai estava no hospital. Eu estava surtando. Não era nada grave. Mas o fato de ter corrido o risco de perder meu pai, mexeu comigo. Pami me convidou pra ir a uma balada relaxar. E eu já estava pensando seriamente em ir. Luan foi ver meu pai. Depois do termino do namoro, a gente não conversava mais direito. Ele ate me olhava como se quisesse vir falar comigo, mas eu não deixava, eu fugia dele, eu sabia que se eu o deixasse vir até a mim, eu me entregaria, eu  diria toda a verdade, da falta que eu sinto dele. Pior que ele tinha a coragem de continuar andando com a Mariana por ai. O que me deixava irritadíssima. Mas Juliano me disse que ele não estava ficando com ela. Duvido. Eles são melhores amigos, um deve encobrir o outro.
- E ai amiga, vamos pra balada? – Pami insistiu.
- Vamos amiga. Hoje mesmo pode ser? Meu pai vai ter alta amanhã e eu preciso sair pra esfriar a cabeça.
- Ok. Então vamos pra casa. Deixa o Juliano aqui com seu pai e nos vamos ok? – Só assenti com a cabeça.
 Juliano fez uma carinha de cãozinho abandonado, deu pena, mas ele entendeu, era para o meu bem, foi o argumento da Pam pra ele.
Fomos pra casa, ainda me sentia mal por deixar meu pai no hospital e ir a uma balada. Mas eu precisava né?  Eu tinha que distrair minha mente, estar com ela livre no dia seguinte, e musica alta e gente bonita era tudo o  que eu precisava, mesmo eu tendo que voltar cedo por causa que eu tinha que ir buscar o papis no hospital, mas eu iria assim mesmo.
Mais tarde naquela noite Pami foi ao meu apartamento me buscar.  A balada é boa. Taj Louge, muito conhecida aqui no Rio. E estava bombando como sempre. Na festa eu só queria saber de beber. Bebia todas. Afogar as magoas e os problemas. Não deu muito certo, só me deixou bêbada mesmo. Mas eu não estava  nem ai pra isso, eu queria curtir. Nunca dancei tanto na minha vida. Até Pami estava me estranhando. Nem ai pra ela também.
- TO AMANDO ISSO AQUI AMIGA! – gritei por causa da música alta.
- ESTOU VENDO, EU ESTOU VENDO. – disse Pami com uma expressão de estranheza.
Eu não queria saber mais de nada naquele momento, so de dançar, extravasar toda a minha dor. Eu ainda não tinha me deixado sofrer tudo o que queria ou deveria, mas ali não era hora pra isso, era hora de jogar tudo pro alto, a dor de quase perder meu pai e confesso que ainda havia um pouco da dor de ter perdido Luan também. Bebida? Eu já não sabia mais o que eu estava bebendo, não sentia gosto de mais nada, nunca tinha sido assim antes, eu estava sendo outra pessoa aquele dia.
Acabei enxergando um garoto lindo. Olhos claros, branco, totalmente o oposto do Luan. Ele não parava de me olhar, mordia seus lábios, era ele quem eu queria. O chamei pra dançar comigo. Ele veio. Gelei. Por um leve e breve momento fui eu mesma, mas liguei o foda-se e continuei encarar aquele par de olhos azuis. Bebida da uma coragem né? E ele veio já segurando em minha cintura com firmeza e dançando ao ritmo da musica.
O clima foi esquentando e logo estávamos nos beijando. Beijo longo e profundo, sexual na verdade. Ele queria me engolir ali mesmo. E eu me entregaria ali mesmo. Sem saber nome nem nada. Pena o lugar não ser apropriado. Minhas mãos começaram a o apertar como pedido pra que ele parasse, o beijo já estava esquentando demais. Comecei a me sentir invadida. Mas Como assim Andreza? Logo agora? Deixa ele amor, aproveita! Sua língua me invadia a boca e lutava contra a minha língua. A sensação era muito boa. As mãos dele começaram a me apertar. O clima realmente estava bom. É minha razão pedia pra eu continuar, mas que meu coração não sei bem o porquê não queria deixar.  De repente eu o soltei e fui procurar Pami. Eu queria ir embora daquele lugar.
***

No  taxi eu comecei a chorar. Acho que era efeito do álcool.
- Amiga, o que houve? – Pami disse assustada olhando minha reação.
- Eu não sei! Esbravejei. Eu senti um vazio quando eu o beijei amiga, não sei o porquê. Mas não consegui continuar. Não é ele quem eu quero! E ainda meu pai no hospital. - Havia muitos sentimentos me confundindo meus pensamentos. Ou apenas estava bêbada demais pra fazer alguma coisa.
- E quem é então Andreza? – perguntou-me Pami já sabendo a resposta. Eu só a olhei. Ela me abraçou por cima dos ombros me apoiando.
- Andreza, o Luan te ama. Porque não quebra esse orgulho e pede pra voltar? Ele ta te esperando.
- Eu não consigo amiga.
- Não o faça esperar tanto. Ele pode cansar.
- É, e a Mariana vai estar lá junto dele né Pamela? – Perguntei parecendo uma criança com medo de apanhar dos pais.
- É, pode ser isso sim, só depende de  você que não pode dar bobeira amiga. Fala com ele!
- Vou tomar coragem Pami, ai eu falo com ele ok? – Falei abaixando minha cabeça, dando fim ao assunto.


Era dia da alta do meu pai. O Luan o foi buscar a pedido de Juliano que não podia ir. Agora imagina como eu estava. Nervosa porque não sabia como chegar e falar com ele. Luan me olhava de um jeito que queria fazer algo, mas não tinha coragem, como sempre. Às vezes seus olhos mostravam tristeza. Muitas das vezes eu desviava o olhar por vergonha de deixá-lo assim. Sabia que ele não estava bem e a culpa era minha. Toda minha.
Aquele dia eu não estava muito bem, depois do vexame da noite anterior não queria sair de casa, mas como era um dia importante eu fui buscar meu pai com meus amigos. E pro meu pai eu era só sorriso.
- Que bom minha filha que você veio. – disse meu pai abrindo um sorriso do tamanho do mundo.
- Claro que vim pai. Acha que ia deixar o amor da minha vida aqui sair sem minha companhia? Nunca! - Falei e logo beijei seu rosto.
- O meu amor, assim o Luan fica com ciúmes. – meu pai e a mania de me deixar sem graça.
- Relaxa seu Pedro, aqui não tem isso mais não! – Luan falou e me olhou áspero. Engoli seco. Será que não ia mais ter o Luan pra mim? Medo.
- Luan, você almoça com a gente né? Você não é mais meu genro, mas eu quero você comigo. Esteve sempre presente aqui no hospital. Nada mais justo que comemorar minha saída. – Luan me olhou sem graça como me pedisse permissão. Eu sorri. Mas ele vinha ver meu pai? Eu só o vi uma ou duas vezes aqui. Pra mim Juliano foi quem mais ficou com meu pai...
- Tudo bem. – Disse mexendo em seu cabelo. Lindo por sinal. Comemorei por dentro.
Já em casa, pedimos o almoço, japonês. Todos acomodados na sala, Luan me olhava de vez enquanto. Eu sorria pra não ser grosseira. Eu já suava frio sem saber o que fazer. Juliaino, que chegou la em casa depois e Pamela só riam da minha situação. E meu pai como sempre, me deixando vermelha igual pimentão.
- E então pombinhos não tem jeito de vocês voltarem não? Eram tão lindinhos juntos.
- Pai! – O repreendi na hora. Luan deu um meio sorriso, me olhando esperando uma resposta minha. Eu nada disse só o olhei.
- Tudo tem seu tempo, seu Pedro. – Finalmente Luan, mãos aos céus. Esse era o sinal que eu precisava. Agora só faltava a coragem tomar conta de mim.
- Luan... – eu tentei falar, mas a campainha me atrapalhou. Ele pareceu não me ouvir e me olhou confuso. – A comida. Pode pegar pra mim? – fiz bico. Ele sorriu e a pegou junto com Juliano.
O almoço em si foi tranqüilo.  Eu estava uma pilha de nervos, decidi falar com ele aquele dia, que já não conseguia viver sem ele. Pouco papo. Meu pai teve sorte de ter quebrado o braço esquerdo, imaginei como seria a dificuldade se ele tivesse fraturado o outro braço. Coitado! Mas foi ótimo ter meu pai depois de uns dias no hospital. Eu sentia muita falta dele. Não só dele vocês sabem.
 O dia correu ótimo, mas eu precisava falar com Luan, mas cadê a coragem? Achando me avisem viu! No fim de tarde eu já estava no quarto sozinha, não queria ficar olhando Luan sem ter o que falar. Acho que estava me preparando para o momento que todos naquela sala, até Luan, esperavam, mas não precisei muito esforço.  Luan entrou todo sem graça. Parecendo que nunca tinha entrado no meu quarto. Sorri para o confortar. Ele sorriu também.
- Ei, porque esta sozinha aqui, hein? Seu pai ta tão feliz.
- Não sei eu não estou muito bem Luan. – Falei cabisbaixa. Uma angústia me invadiu. Senti uma enorme vontade de chorar, de abraçá-lo. Mas me contive.
- O que você tem? Quer ir ao médico?
- Não o que eu tenho nenhum médico pode me ajudar. – meu anseio por abraçá-lo só aumentava, não sabia quanto tempo ia aguentar.
- O que é Andreza, ta me assustando. – Luan falou realmente assustado se aproximando de mim. Realmente, mais alguns segundos perto dele e eu ia desabar em lagrimas e ia acabar o abraçando.
- Não sei Luan. Só preciso de um abraço. – Essas palavras saíram da minha boca sem minha permissão, fechei meus olhos temendo o que viria, mas Luan me abraçou muito forte. Parecia estar precisando do mesmo abraço que eu. Eu fraca comecei a chorar. A saudade era muita e eu não podia viver sem meu amor. E sem o seu amor. Eu não aguentava mais.
- Luan não me deixa aqui sozinha não, por favor! – Implorei por entre as lágrimas. Luan parecia confuso, pois me olhava sem entender nada.
- Claro. Mas o que esta acontecendo? – Me explica.
- Luan eu sinto muito a sua falta. Eu quero você de volta a tempos, mas não sabia com dizer e quando eu te via com a Mariana, eu tinha raiva e desistia. Mas não sei o que fazer sem você na minha vida. Eu fui uma burra quando te deixei ir embora da minha vida, por medo de não se boa como a Mariana, eu tive medo dela tentar outras vezes e em algumas delas você cair na dela e me deixar, desistir de mim. – disse tudo o que estava engasgado na minha garganta, eu não o podia deixar ir embora, não pela segunda vez.
 Luan me soltou e parecia pensar. Na verdade acho que queria me torturar, isso sim. Mas me abraçou novamente. E fez o favor de sair e não dizer nada. Deixando-me sem entender nada. Obrigada Luan por me abandonar. Cai na cama e chorei tudo o que tinha pra chorar, ele não ia mais voltar pra mim, eu acabara de entender, era isso que ele queria que eu pedisse a ele pra voltar e me deixar sozinha, do mesmo jeito que fiz com ele quando terminamos. Eu não sei se vou conseguir viver sem ele...


Continua...

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