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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Em Pleno Rio de Janeiro - 2ª Edição



Poxa pai tem certeza que temos que nos mudar? – perguntei triste.
- Sim minha filha. É o meu trabalho você sabe. – Disse meu pai um pouco chateado, pois via em meu rosto a tristeza de me tirar de Minas Gerais e me levar para o Rio de Janeiro.

Ok. Confesso que gostei da ideia de ir para o Rio. Lá o lugar é lindo e têm PRAIAS e várias outras coisas que aqui em Minas não tem. Mas deixar meus amigos, principalmente minha amiga Ana, é um preço muito alto, não compensa deixar as pessoas que amo pra morar em um lugar melhor, mas eu não tenho escolha.

Mas eu estava feliz, eu iria ficar longe de certa pessoa. Felipe. O meu ex-namorado. Eu ainda gostava dele, mas o que ele fez comigo não tinha como perdoar. Trair-me e com a pessoa que eu mais odiava. Camila aquela vaca! (desculpa, mas a raiva me consumiu agora). Lembro-me como se fosse hoje aquela traição me machucou profundamente.

FLASHBACK ON

Estava passando perto da casa de Felipe, resolvi então fazer uma visitinha sabe como é aquela historia, “tava passando por aqui e resolvi entrar”. Sua mãe me atendeu. Sem cerimônias me convidou a entrar. Coitada nem ela e muito menos eu saberíamos da surpresa que seu filho estava preparando para nós. Fui direto pro quarto de Felipe, caminho que eu conhecia muito bem.
Abri a porta do quarto dele sem fazer barulho. Quando vi aquela cena não pude acreditar. Era de mais pra mim. Felipe totalmente nu e a Vaca (desculpa de novo) da Camila em seus braços. O safado, ficava com tanto calor depois de uma transa que não conseguia se cobrir. Eu o conhecia, não havia como negar, tinha rolado entre eles.
- Felipe! - Só tive força pra falar seu nome. Ele me olhou assustado. Camila acordou assustada.
- Amor não é... - Ele se cobriu e saiu da cama.
- Não fala nada Felipe! Eu já vi tudo, não precisa tentar se explicar mentir pra mim, eu já entendi tudo. Você não me quer mais, não é isso? Então não olhe mais pra minha cara. ACABOU.
- Não! Isso é um mal entendido. – ele tentou se explicar.
- Mal entendido? Você tá sem roupa Felipe, não tem como negar, não piore as coisas, por favor. Não tenho nada pra falar com você. - E sai correndo dali, sem olhar para trás.

Meu mundo havia desabado. Como ele foi capaz de fazer isso comigo? E logo com aquela, aquela... Ah vocês sabem quem. Eu odiava a Camila. Ela sempre tentou ficar com o Felipe e pelo jeito conseguiu. Aff nem respirava de tanta raiva. Meus olhos estavam repletos de água. Eu queria esquecer aquela cena, mas ela insistia em ficar na minha memória.
Mas eu odiava e amava o Felipe o que me deixava com mais raiva ainda. À tarde depois daquele fraga ele me ligou, mas não atendi. Alguns dias depois resolvi ir conversar com ele e dizer que não o queria mais, que havia me magoado muito. Disse que o esqueceria. Podia ate ser difícil, mas eu ia conseguir, eu faria todo o esforço possível.
FLASHBACK OFF

Passei a tarde, em casa, mas precisamente no quarto, pensando nessa viagem do meu pai, que me incluía também, como seria minha vida em outra cidade, pessoas novas, lugar novo.

- Deza, minha filha, já esta na hora de irmos. – meu pai me tirou de meus pensamentos me trazendo a minha triste realidade. Já estava na hora de irmos pro aeroporto.

A viagem não foi longa, quando percebi estávamos pisando em solo Carioca. Meu pai era só sorriso. Eu amava vê-lo assim. Depois que minha mãe morreu quase não o via sorrindo, ele sempre ficava triste ou muito preocupado comigo. Seus olhos pensativos estavam em mim, esperando alguma reação. Segurei em sua mão e devolvi o sorriso que ele havia me dado segundos atrás.
Saímos do Aeroporto, quer era bem grande, não que em BH não tivesse aeroporto, mas esse com certeza era maior que o de lá. Pegamos um taxi e seguimos rumo a Ipanema. É aquela mesma da música do Tom Jobim, linda por sinal. Pessoas caminhando pela orla, todos com pouca roupa, vai ver é o calor da cidade. Chegamos ao nosso próximo lar, era um prédio super alto localizado perto da praia, me virei e vi o imenso azul do mar, fiquei chocada. Nunca imaginei que isso fosse tão lindo.

Meu pai me alertou:

- Filha ajuda aqui!
- Claro pai. – estendi meus braços e o ajudei a tirar nossas malas do táxi.

Como sempre muito atrapalhada me enrolei toda, escutei umas risadinhas que vinha do outro lado da rua. Olhei a menina que ficou meio sem graça.

- Quer ajuda? – perguntou ela, se aproximando de mim.
- Quero sim. Obrigada. – não podia ser mal educada, e acima de tudo eu realmente estava precisando de uma ajuda. Urgente.
- Você é nova por aqui né? - perguntou a menina com curiosidade. Dã que pergunta, trouxe as malas por que eu gosto de andar por elas por ai. - pensei
- Sim. – foi o que realmente respondi - Eu e meu pai estamos nos mudando de Minas Gerais.
- Nossa! É acho que reparei pelo sotaque, mas seja bem vindos ao Rio. Meu nome é Pamela e o seu?
- Andreza. - Respondi.

         Subimos no elevador. Vazio.

- Chegamos! - berrou meu pai todo feliz, tentando me animar, não conseguiu, apenas me arrancou um sorriso desanimado.
- Então! Nos vemos a noite Andreza? Quero te mostrar a praia, eu soube que em Minas não tem mar. Você vai adorar andar por Ipanema a noite. – disse a menina falante, fala pra caramba pra uma pessoa que se acaba de conhecer, mas o que ela me ofereceu me pareceu uma boa ideia.
- Claro! - Respondi. – Passa aqui mais tarde. – nossa como sou educada quando eu quero! Eu me surpreendo a cada dia.
- Tudo bem! - Nos despedimos e entrei finalmente na minha nova casa. No meu novo refugio

         Nosso apartamento não era muito grande. Uma sala com um sofá de... Quantos lugares? Ai, nem sei, mas cabem mais de três com certeza, vou me esparramar nele em dias de tedio, uma tv tela plana de 20 polegadas, estava nos planos do pai comprar uma maior, mas não agora, dois quartos, o meu tinha banheiro. Que ótimo não vou precisar sair acendendo as luzes da casa inteira só pra ir ao banheiro. Banheiros, claro, visitas também iam ao banheiro, cozinha e uma pequena copa.

         Entrei em meu quarto decorado em tons rosa ou lilás sei lá, não queria identifica-las. Uma cama box, meu pai ta me induzindo a trazer alguém aqui só pode. Deitei-me sobre ela e o colchão... noooooossa! O que era aquilo? Eu realmente precisava levar alguém ali, ashuashua brincadeira. Graças ao trabalho do meu pai o apartamento já estava mobilhado e ate que eles não erraram muito não viu. Estava de bom agrado.

         Ali pude pensar melhor em tudo que acontecera na minha vida.  Casa nova, estado novo, amigos novos...  amigos novos? Bom, esses ainda estavam por vir, e eu os queria. O Felipe longe de mim. Bom, isso poderá me ajudar.
         Tive uma impressão que minha vida estava preste a ter uma mudança radical dali pra frente. Só me resta viver essa nova vida...


Continua...

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