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quinta-feira, 17 de maio de 2012

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Capitulo 3
Transito tranquilo, para a minha alegria. Fui direto pra loja.
- E aí patrãozinho... a mulher sobreviveu? – brinquei jogando minha bolsa por baixo do balcão.
- Sobreviveu Dani... E gostou muito do encontro pra sua informação.
- É! Milagres acontecem.
- Dani para de amolar o Ricardo e vai trabalhar, temos que colocar aqueles CD’s novos nas prateleiras.
- Ta bom, eu faço isso, melhor do que ouvir a historia apaixonada do Ricardo com a maluca.
            Troquei de roupa no banheiro apertado da loja, essa era minha rotina chata; faculdade, serviço, faculdade, dormi, e pouquíssimo tempo pra namorar, não dava nem pra respirar.
O serviço na loja era muito tranquilo, estudei quando não tinha clientes. Deza me contou sobre o seu novo amigo, mas logo cortei o assunto, meu skatista chegou todo lindo.
- Oi amor – disse.
- E ai. – dei-lhe um selinho.
- Vamos sair hoje?
- Sair hoje? A não amor, dá não, tenho que estudar sabe como é né...
            Danilo abaixou seu rosto, não queria que observasse suas expressões.
- Faz assim, depois da faculdade você vai me buscar, a gente dá uma saidinha e depois eu estudo, aproveito que amanhã é sábado e nem aula tem.
- Combinado – disse animado – Mas não é pra furar desta vez tá?!
- Ai – fiz bico – Que coisa, eu não vou furar.
            Conversamos mais uns cinco minutinhos até um garoto baixinho chegou pra levar meu namorado. Deixei né, tinha que trabalhar também. Ricardo já tava me olhando estranho.
- Deza não vou dormi em casa hoje... Vou ver se fico com o Danilo, to achando ele meio tristinho sabe... Vou lá namorar um pouco.
- Tudo bem Dani, vou sair com o novo amiguinho. – sorriu animada.
- Eita que o negocio ta ficando serio gente... – brinquei pegando meu livro.
- Ele é gente boa, acho que vale apena investir.
- Vai fundo...
- Para! Não acredito que você esta com essa bíblia de novo?!
- Quer emprestada pra você ler? É muito boa... Tem muita coisa interessante.
- Ai Dani... Credo! – Andreza foi a lanchonete com Ricardo comprar lanche quanto isso a coitada aqui ficou pagiando a loja.
            Liguei o som.
- Nossa to achando que vou ter que usar óculos. É impressão minha ou as letras deste livro diminuíram? – reclamei pra mim mesma.
- Oi...
            Levantei meu rosto com tudo pelo susto.
- Ah... Olha quem tá aqui! – criticou.
- Ah... Olha meu atropelador mal educado – fiz cara de braba.
- Você que é mal educada muié.
- Não enche... Se você veio até aqui me amolar, perdeu seu tempo. Murri!
- Graças a Deus! Tava pedindo isso...
            Não falei nada, fingi que aquele idiota não estava ali.
            Fiquei só observando pelo canto do olho, o garoto foi a uma das prateleiras, pegou um CD.
- Toma! – jogou o CD e o dinheiro junto em cima do meu caderno.
            Subi o olhar. Nem coloquei em sacolinha, já fui jogando o troco.
- Pronto!
- Você sempre é assim?
- Você me faz despertar o meu pior.
            O garoto sorriu, pegou seu CD.
- Eu te descontrolo – implicou cruzando os braços em cima do balcão.
- Vai ver se eu to na esquina, vai xô...
- Mas me ama demais né.
- Nem te conheço... Coisa esquisita sai daqui...
            Abaixei minha cabeça fingindo continuar a estudar, ouvi o garoto fechar a porta da loja. Bufei! Não sei o que me dá, não sei o que acontece comigo, mas esse menino consegue me tirar do serio só em existir.
            Joguei-me nos livros.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAA – gritei abafada.
- Ih, pirou! – brincou Deza sentando-se ao meu lado.
- Não começa.
- O garota de TPM vamo comer, se não... Não deixo nada pra você.
- Sua chata – peguei o saquinho com salgados, fomos pro fundo lanchar.
            Sentei no banquinho.
- O que ta acontecendo com você estes dias? Você ta muito estranha Dani...
- Né nada não Deza, deve ser saudade de casa. Quanto tempo não vejo minha família – respirei fundo.
- Ir ao México agora ficaria meio difícil né Dani.
            Sorri de lado.
- Você me acha mal educada?
- Não né Dani, ta doida?
- Garoto idiota – xinguei baixinho.
- Que garoto?
- Aquele da livraria!
- Ih se o Danilo ficar sabendo...
- Ele não vai saber nada, não tem nada acontecendo – me levantei com pressa – Vou trabalhar...
            Andreza e eu ficamos na loja ate tarde, logo depois fui pra casa com muita pressa tomei um bom banho vesti um dos meus trapinhos, catei meu capacete. Deza não quis carona, ela iria demorar pra sair, e eu tinha que chegar mais cedo.
- Dani! – sorriu Duda ao meu ver.
- Oi flor, o que tá aprontando?
- Nada demais, só estudando.
- Du você é minha amiga né?
- Que pergunta Dani, claro que sou.
- Me responde com toda sinceridade?
- Hum... Respondo o que foi flor?
- Eu sou esquisita?
            Eduarda suspirou fundo. Olhou pros lados, imaginei. Aí, vem bomba.
- Olha... Você sabe que gosto muito de você, do jeito que você é ne... Mas do fundo do meu coração Dani... Você é muito esquisita.
- Serio? – Olhei pra minha roupa.
- Pra uma futura médica... Sim!
- A não! – me joguei na mesa.
- Que desespero é esse, nunca te vi assim?
- Isso não é nada Duda... – peguei minha bolsa – Diz pra Patricia que não to me sentindo muito bem.
- Mas Dani...
- Xau Duda.
            Saí da cantina onde estávamos conversando. Subi em minha moto, precisava ver o Danilo, aquele garoto na loja me fez ficar muito estranha de repente eu não sabia mais quem realmente eu era.

Continua...

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