Único

Capitulo 2

Deza on:

Eita vida difícil essa minha viu! Ah, oi. Eu sou Andreza, amiga da Dani. Conhecemo-nos pela internet quando ela ainda morava no México. Olha como somos doidas, quando ela resolveu vir pro Rio, eu estava ainda mal por causa da morte da minha mãe, então ela me chamou pra morar com ela. Conversei com meu pai, disse que ia morar com uma amiga que trabalhava comigo, alias trabalho na mesma loja desde os meus 17 anos, disse a meu pai que já que eu não conseguir me sustentar sozinha, seria melhor morar com uma amiga, mas pra meu desespero a Dani teve que ir la em casa. Kkkk  foi comedia, mas nos tornamos mais amigas depois desse dia e tamo juntas ate hoje! Tá essa frase não ficou legal não kkkkk moramos juntas ate hoje. Pronto agora melhorou.

Bom, eu to estudando musica eu um curso próximo da minha casa. É minha paixão sabe? Gosto de cantar sou boa nisso. E modesta também ne? Kkkk mas como a parte teoria tava ficando difícil, resolvi estudar violão também, me fazendo ter DUAS teorias diferentes, mas que se interligam. E to gostando. É difícil, mas é bom.

 E falando em curso, hoje a noite esta sendo ótima! Porque ontem entrou um aluno novo e vou dizer ele é lindoooo! Cabelo arrepiado, pele branquinha, um sotaque delicioso, só falta descobrir de onde ele veio, parece que veio transferido pra cá, mas isso descubro já já, porque o único lugar vazio, hoje, é ao meu lado, sou uma garota de sorte.

- Oi, qual o seu nome?

- Oi, é Luan. E o seu? – Ai que delicia de voz, meu Deus...

- Andreza, mas me chama de Deza, todos aqui me chamam assim.

- Oi Deza, ce me ajuda com os horarios? Ainda to perdido, não sei pra onde ir depois.

- E esse sotaque maravilhoso é da onde hein? – Luan ficou sem graça, ahaha sou um pouco atirada mesmo.

- Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Cheguei no Rio não tem muito tempo, num deu pra perder o sotaque ainda.

- E nem pode perder, isso é o seu charme, vai encantar todas as meninas. Mas me diz qual seu instrumento?

- Violão, mas eu canto também!

- Que legal! Eu também. – Não deu pra continuar a conversa, o professor nos chamou a atenção.

Fim da aula e cadê a Dani??? Eu preciso da carona dela, pra ir embora. Meu celular toca e é a própria. Nossa essa não morre nem tão cedo, pensei.

- Deza?

- Oi Dani... cadê você?

- Ou tu ainda quer carona? Vou ter que ir na casa da Eduarda estudar, mai se você quiser passo aí e te busco depois vou pra casa dela.

- Ah não... Pode ir Dani, eu vou dar um jeito aqui, você volta pra casa ainda hoje?

- La pras meia noite. Não vou demorar, trabalho pequeno.

- Hum... ta bom.

- Ou vou lá ta amiga, xau beijos.

- Xau Dani!

- Ai droga, agora perdi minha carona, vou ter que ir de busao – Pensei alto dessa vez.

- Eu te dou uma carona, se quiser. – Me assustou Luan vindo atrás de mim.

- Ai garoto que susto!

- Ow moça não queria assustá não, mas se ce quiser, eu te deixo em casa, só me dizer onde é.

- E você vai saber voltar pra sua casa rapaizinho?

- Claro, uai! Eu to a pouco tempo aqui mas já andei esse Rio de Janeiro todo.

- Atrás das menininhas, ne? Você tem cara de que pega todas...

- Algumas!  - Confidenciou Luan.

- Safado! Ainda confessa?

- É que eu canto as vezes na noite, ai já rodei esses bares por ai.

- Ah que legal, me convida um dia pra ir te ver nesses bares por ai...

- Claro, Mas e ai ce vai ou não aceitar minha carona?

- Tá vou aceitar, só promete não me sequestrar ok? Luan com uma expressão pensativa, me olhou ameaçador...

- Prometo.

Entramos no carro dele, que não era pobre não.  Era um belo carro. Luan foi me contando um pouco de sua vida. Ele disse que morava em Campo Grande, mas que teve que vir pro Rio por causa do trabalho do pai, que o transferiu pra cá. E que ele mora na Barra da Tijuca, próximo a praia e que ama a praia daqui e vai todo fim de semana e quando dá faz luau a noite.

- Mas você não trabalha?

- Ainda, não. Eu ganho alguma coisa quando toco a noite, mas não é nada profissional, ainda.

- Ah! Pena eu trabalho, nem vou poder ir aos seus luaus.

- Eu faço um só pra você. – Disse Luan olhando pra mim com um sorriso de segundas intenções... Eu o olhei também e acabei ficando sem graça e sem saber o que dizer.

- Olha pra frente Luan, não quero morrer cedo não.

- Ta segura comigo Deza. – E deu uma gargalhada gotosíssimas, to me encantando por ele...

Ficamos uns minutos em silencio, eu olhando pela janela e Luan  prestando atenção no transito. Percebi que ele parecia chateado então resolvi perguntar...

- Ta tudo bem Luan? To te achando chateado.

- Ah, na verdade eu to um pouco sim Deza. Hoje eu fui a uma livraria, comprar um livro pra minha aula de bioligia, não contei, mas estudo biologia.

- Nossa Biologia? Minha amiga também faz Biologia. Mas me conta o que aconteceu?

- Então ai eu esbarrei numa moça, que me tratou muito mal, não gostei, ela é bonita ate, mas marrenta demais pro meu gosto.

- Ahaha relaxa Luan, deve ser falta de homem na vida dela. – Disse rindo - Você não precisa ficar mau por isso, você encontrou uma pessoa ruim hoje cedo, mas agora já encontrou uma alma bondosa, que sou eu. É ali naquele prédio. – Disse apontando onde ele tinha que estacionar.  O carro parou e Luan olhou pra mim, deu uma boa olhada no meu corpo que eu vi.

- É uma boa alma mesmo – Disse enquanto me olhava e ria.

- Ahaha bobo! – Disse sem graça, mas gostando do que ele disse. - Bom agora eu to indo tá? Nos encontramos amanha no curso?

- Claro. E obrigado pela ajuda hoje, você me distraiu bastante, to ate melhor agora...

Fui em direção a Luan pra lhe dar dois beijos de despedida, ele me deu um só, mas eu cobrei o segundo...

- Aqui no Rio, são dois, não aprendeu não Luan?

- Ahaha é verdade! – Nesse momento Luan me segurou a nuca e num golpe rápido me puxou pra um beijo me deixando sem folego.

- Esse é pela ajuda que me deu hoje. – Disse assim que me soltou, eu ainda estava surpresa.

- Vou te ajudar sempre que precisar se me compensar assim... – Ri sem graça do que eu falei.

- Posso te levar ate a portaria? Tá tarde...

- Tarde Luan? Nem é meia noite. – Disse entendendo suas intenções. Quase me bati depois do que eu disse. Eu queria mais. Luan coçou a nuca, envergonhado e nervoso.

- Claro Luan. To brincando.

Na portaria, outro beijo, mais gostoso que o primeiro. Não queria largar ele, queria o levar pra cima, meu quarto, minha cama. Mas a Dani ia chegar logo, não gosto de levar gente pra minha casa com as meninas lá. Soltei Luan.

- Vai embora garoto, antes que eu cometa uma loucura.

- To indo, mas quando quiser cometer essa loucura, me chama. – Sussurrou em meu ouvido e depois me deu outro selinho e saiu.

Eu subi sem folego, e sonhando em pegar ele de novo. Ai se eu te pego....

Dani on:

- Espero que agora você tenha entendido pelo menos um pouco né Duda, sei que é complicado mas isso se aprende com o tempo, é quase a mesma coisa de aprender a ler ou a escrever pela primeira vez.

- Aí deu pra entender bastante coisa xuxu, obrigada!

- Agora deixa eu ir se não, eu não acordo amanhã – Sorri e me despedi de Duda.

            Peguei minha moto. O caminho da casa da Duda até a minha era longo.

- E aí... – Sorri pra Deza assim que entrei.

- Oi Dani...

- Que cara de boba alegre é essa? – olhei pros lados – O que você aprontou? – me sentei com capacete e mochila no sofá.

- Acho que to apaixonada!

- Não me diga que é pelo seu amigo novo?

- Por ele mesmo, aí ele é tão lindo...

- Ih... Nossa senhora agora que lembrei, eu combinei de sair com o meu namorado e nem me lembrei tadinho – corri pro quarto afim de ligar pra ele né. Deza ficou bobinha na sala deitada no sofá pensando no garoto que a  fazia suspirar.

            Liguei pra Danilo, era tarde, mas sabia que ele estava acordado.

- Amor...

- Ah, lembrou que tem namorado?

- Desculpa... Tive que fazer trabalho.

- Isso que dá namorar uma futura medica... Tudo bem, eu te perdoou.

- Ce me ama só...

- Você não sabe. – rimos.

            Conversei alguns minutos com Danilo, na verdade foram horas, pois já eram duas da madruga quando preguei meus olhos.

            O sol batia forte na janela de meu quarto, droga, esqueci de fechar as cortinas, olhei no relógio já tinha passado das seis da manhã. Minha cabeça doía, dormi pouco.

- Bom dia... Dia!

            Tomei meu banho, vesti uma peça de roupa qualquer. Na cozinha Deza e Kat estavam de pé.

- E aí... Bom dia! – desejei.

- Bom dia – disseram em coro.

- O que te deu Kat... Acordou cedo por que?

- Eu também trabalho esqueceu?

- Hum... Sabia disso não, novidade então.

            Deza sorriu despistada na pia, ela tentava o máximo não olhar pra Katherine, suas brigas eram constantes, então manter distancia é um modo de prevenção.

            Tomamos nosso café, Andreza foi pra loja e eu pra faculdade. Ô vida sofrida!

Corri pra chegar mais cedo, estava a fim de cochilar um pouquinho antes de apresentar o trabalho. Acho que apaguei deitada sob minha mesa, só vi Eduarda me cutucando.

- Dani... – Cutucou mais uma vez – Ei... Psiu, acorda... vamo? Vamo acorda, por que a aula daqui a pouco começa.

- Ah não Duda – virei pro canto – Mais 5 minutinhos...

- Que 5 minutos que nada dá, anda!

- Aí merda! – xinguei. Sentei-me direito na mesa, passei a mão em meus cabelos bagunçados a fim de arruma-los.

Meu professor minutos depois entra na sala. Começa a apresentação de trabalhos. Aula sobre sistema neurológico é bom, só um pouco chata e complicada.

- Oi Dani... Tudo bem? – perguntou Dr. Tony ao encontrar-me comigo no corredor.

- Ah... Oi! To bem sim...

- Te achei meia cansada hoje, seus olhos tão fundos.

- Não dormi direito – sorri – Quando chegar a noite eu durmo.

- Eu estava pensando, o que você vai fazer hoje depois da faculdade.

- Hoje a noite? – perguntei quando paramos perto da garagem.

- Sim...

- Uai, não sei. Acho que vou ver o Danilo, to achando ele meio mal esses dias...

- Ah, então deixa pra outro dia. Estava com saudades de quando a gente saia juntos.

- Era muito bom né – sorri tímida.

- Faz assim minha linda, quando der você me liga, ainda tem meu numero?

 - Tenho sim!

- Então ta bom – Tony me deu um beijo no rosto e saiu com seu carro preto reluzente da garagem.

- Hãnrãn... – Tossiu Duda atrás de mim.

- Ai garota que susto – Pus a mão no coração.

- Que conversa foi essa que presenciei?

- Que feio, tava escutando escondida?

- Não! Eu só cheguei no momento certo. Te peguei no flagra, safadinha.

- Ai Duda... Larga de ser doida garota, você sabe muito bem, quanto eu o Tony somos amigos. Desde sempre.

- Sei... só amigos? Hãnrãn... sei.

- Ain. Deixa eu ir que meu trabalho espera por mim.

            Liguei a moto, despedi de Eduarda que ficou rindo, mas logo ela entrou em seu carro e saiu pisando fundo no acelerador, depois é eu que corro, néh.

Continua...