Capitulo 9
- Isso ta cada vez mais sem graça! O que você tem contra me deixar quieta
no meu canto?
- Gosto de ver você com raiva!
- Some daqui garoto.
- A praia é pu-bli-ca...
- Mas eu estava aqui primeiro.
- Mas eu quero ficar aqui e você não me manda.
- Aff! – me deitei – A gente não tem mais sossego, credo – pensei.
- Você ta diferente, cortou o cabelo?
- Não... Não... Pus pra lavar.
- Um... tá bonita, tirou aquelas roupas de velório que você usa... –
Disse me olhando de cima a baixo, eu percebi.
- Garoto! – o advertir.
- Não posso nem te elogiar?
- Você não podia nem ta perto de mim, entenda. EU NÃO GOSTO DE VOCE.
- Eu também não gosto de você, mas te infernizar me deixa mais feliz.
- Percebi mesmo!
Silencio.
Supirei.
- Você vai ficar aqui mesmo né? – perguntei olhando o garoto que já
estava deitado ao meu lado.
- Sim! – ele olhava para o céu.
- Carrapato – cochichei.
- Então você vai me dizer o seu nome?
- Não!
- Então eu digo o meu... Me chamo Luan!
- Luan? – nome bonitinho – pensei – Que horror de nome! – falei.
- Melhor que o seu deve ser.
- O meu nome é lindo ta.
- Terezinha?
- Não me chamo Terezinha! – gritei.
- Então como você chama?
- Isso não interessa Luan.
- Oi, isso não te interessa, Luan.
Me
levantei. Caminhei sem olhar pra trás.
- Ei! – gritou – Como você sai andando sem nem dar tchau.
- Do mesmo jeito que você veio se sentando ao meu lado sem ser
convidado.
- Você não pode ser tão mal educada! Isso é TPM?
- Você conhece um lugar que se
chama, vai se fuder? Então. Xau!
Continuei
caminhar ate perceber Luan atrás de mim.
- Gaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaroto! – gritei – Qual o seu problema?
Voltei
a me sentar, coloquei minha cabeça encostada nos meus joelhos.
- Eu só quero ficar sozinha, você não entende? Não entende como isso
doí? Eu tenho sentimento porra, como ele pode fazer isso comigo – as lagrimas
escorriam. – Eu posso ate me passar por forte às vezes, tentar não chorar perto
dos outros, tentar esconder a dor de todos, mas – respirei fundo, solucei – tá
tão difícil... Eu posso ser diferente, vestir coisas que... – olhei minhas
roupas – Olha isso... Isso não sou eu! E daí se não curto andar de carro,
vestir roupas caras, e daí se não sou linda, se meu cabelo não tem uma macies,
um brilho... E daí porra??? Ele devia me
amar do jeito que eu sou... – desabafei olhando as estrelas, lembrei da minha
cidade – na minha casinha tudo era muito diferente, eu era mais feliz,
sozinha... Sem namorado nenhum, eu me sentia mais viva, mais feliz, depois que
fui pro México tudo mudou, me tornei uma garota mais triste, a solidão tomou
conta de mim. Meus pais aprovaram a minha ideia de vir ao Rio, estudar... Sabiam
que esse era meu sonho. Mas, ele tinha que estragar né... Ele tinha que
aparecer e detonar com tudo, que porra de vida... – bati minhas mãos com força
na areia que me envolvia. Pelo canto do olho vi Luan se ajeitar como se
estivesse buscando palavras, esqueci que ele estava ali. Droga! – Merda, você
não tinha que te escutado isso.
Levantei-me,
sai sem dar satisfações e desta vez ele não veio me seguindo, caminhei mais
tranquila pela praia, era isso que precisava, desabafar. Não voltei a boate,
peguei um busão mesmo.
Em
casa Deza não havia chegado, mandei uma sms a avisando que voltei pra casa mais
cedo.
Arranquei
minha sandália, e o vestido. Coloquei meu camisão e dormi jogada na cama de
qualquer jeito. Eu precisava dormir, eu precisava.... esquecer.
Continua...
Acho que se a Dani conversasse mais, se abrisse mais com a Deza ou outra amiga, isso iria aliviar a dor e a tristeza que ela tá sentindo.
ResponderExcluirYana
a DANI tava precisando desabafar com alguem e o LUAN foi a unica pessoa que ela viu aquela hora,e eu acho que a DANI ta comecando a gostar do LUAN
ResponderExcluirTadinha da Dani,acho que o Luan vai mudar esse jeito,vamos dizer,turrão dela
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