Capitulo 4
Um frio tomou conta de mim, quando imaginei o que faria depois. A porta do elevador se abriu, caminhei devagar pelo saguão quando fui parada.
- Pam! O que você esta fazendo aqui?
- Oi Rober, boom... – Pensei por alguns minutos numa resposta, como eu iria dizer ao Rober uma coisa que nem eu sei bem o que estava fazendo? Que droga, pensa sua anta, respirei fundo – Hã, Rober eu não posso ficar aqui, me desculpa diz pro Luan que eu o amo muito, e que não quis me despedir dele, por que isso doeria de mais.
- Ele ta dormindo?
- Sim, o deixei no quarto dormindo, você diz a ele que eu o amo e que nunca o deixarei, que mesmo distantes nossos corações nunca estarão longe.
- Eu digo Pam. Mas você vai embora sozinha?
- Sim eu preciso pensar, preciso de um tempo sozinha.
- Eu vou pedir que te levem embora.
- Não Rober, não precisa. – dei-lhe um beijo no rosto – Xau fica com Deus, manda beijo pra banda.
- Tchau Pam, te cuida menina.
- Pode deixar. – Disse dando uma ultima olhada no hotel, onde meus sonhos se realizaram, onde o amor da minha vida estava dormindo.
Sai caminhando devagar, de cabeça baixa segurando o começo de meu choro, aprecei um pouco o passo com medo de me arrepender.
A rua estava mais fria do que pensei, meu coração doía tanto, não segurei desabei a chorar, não queria mais nada na vida, não queria mais viver, doía por dentro ficar sem o Luan, e o pior eu não podia ficar com ele.
Andei devagar pelas ruas de Uberaba, precisava ligar pros meus amigos, alguém tinha que me buscar estava sem forças pra andar, sentei-me no banco de uma praça meio movimentada. Eram quase duas da manhã e tinha muita gente na rua.
Peguei meu celular no bolso, e pra minha surpresa alguém estava me ligando, número desconhecido, nesta hora só podia ser meus amigos, preocupados comigo, atendi com pressa.
- Oi, tava indo ligar pra vocês agora, dá pra vir me buscar?
- Por que você saiu sem despedir de mim?
- Hã... –Fiquei em estado de choque, eu sabia quem tava falando, mas mesmo assim quis perguntar. – Hum, quem ta falando?
- Pam, é o Luan. Eu acordei e você não estava aqui, por que saiu assim?
- Por que eu não gosto de despedida, o Rober não te falou?
- Sim ele falou, mas queria ouvir da sua boca.
- Desculpa ter saído daquele jeito, mas é melhor assim.
- Melhor pra quem? Pra você? Por que pra mim não é.
- Luan, acabou eu nunca mais vou ver você, acabou despedida sempre me machucam ainda mais me despedir da pessoa que eu mais amo nesta vida.
- Pam...
- Não, não diga mais nada, vou ligar pros meus amigos, preciso ir pra casa, tchau Luan, fica com Deus, te cuida guri, bjux. – Não o deixei dizer mais nada, apenas desliguei o telefone.
As lágrimas caíram em meu rosto, o que ele queria? Foi só uma transa né?! Não foi nada de mais pra ele. Esperei mais alguns minutos para recuperar da dor, tinha que ligar pros meus amigos, já estava tarde de mais, não podia ficar andando sozinha na rua como um zumbi.
Disquei o primeiro numero que vi. Eduarda Cristina.
O celular toca 1, 2, 3, e ninguém atende. Desliguei tentei outro. Tais. O celular toca 1, 2, 3, e ninguém atende, já estava ficando com raiva, o ultimo o Tass, disquei e o celular toca novamente 1, 2... Antes de chamar pela terceira vez uma voz rouca atende.
- Tass, é você?
- Pam?
- Oi sou eu, você ta no apartamento?
- Caramba, estávamos morrendo de preocupação aqui, onde você ta?
- Eu to numa praça aqui no centro, vem me buscar, eu to muito mal.
- Claro, me diz onde é a praça que eu vou te buscar. – Olhei pro lados, a fim de achar alguma referência, depois de dizer tudo que eu achava ser uma referência, despedi do Tass, pra que ele pudesse vir me buscar.
O silêncio voltou a me perturbar, o cheiro do Luan veio com o vento que batia na minha roupa, não consegui e comecei a chorar novamente.
- Moça você esta bem? –Perguntou alguém se aproximando de mim, levantei a cabeça pra ver quem era não o conhecia era um rapaz, alto, forte, loiro, bonito até.
- To bem sim.
- Você não pode ficar sozinha por aí não em, ta muito tarde, você estava no show do Luan Santana? – Ah que ótimo, tinha que tocar no nome do Luan né.
- Sim, eu estava. – Disse enxugando as lágrimas que caiam sem dó.
- Por que você esta chorando?
- Por nada não, meu dia foi um pouco difícil hoje.
- Hum... Você ta esperando alguém?
- Sim, meus amigos.
- Posso te fazer companhia?
- Uai, pode sim, claro.
O moço ficou comigo ate o Tass chegar. Entrei no taxi dando adeus ao moço bonito que me fez companhia.
Tass não me perguntou nada, apenas deu-me seu ombro pra que pudesse deitar. Não demorou muito e já estávamos no apartamento. Duda e Tais estavam na sala sentadas olhando a porta, imaginei que estavam me esperando, me preparei, sabia que seria interrogada, em 3,2,1...
- Pami, onde você estava? O que aconteceu? Você quase nos matou de preocupação. – Começou Duda.
- Desculpa. – Abaixei minha cabeça, sentando-me no sofá. – Eu preciso descansar, preciso ficar sozinha. – Levantei sem demoras, passei em frente ao Tass e o olhei com lágrimas nos olhos – Obrigada.
- Por nada. – Ele sorriu.
Não houve mais nada, meus amigos ficaram pra sala e eu fui pro quarto, fechei meus olhos, nos meus sonhos eu estava protegida, ali eu podia ficar com quem eu queria, sem ter medo de nada, sem me assustar, sem me machucar.
No dia seguinte acordei com uma dor de cabeça imensa, estava zonza, levantei devagar, descalça caminhei até a sala. Não vi ninguém. Fui à cozinha, só o Tass e a Tais estavam presente.
- Bom dia!
- Bom dia Pam, melhorou? – Perguntou Tais pegando uma xícara no armário.
- Sim, só to um pouco zonza, mas daqui a pouco passa. Cadê a Duda?
- Ela foi à banca ali na esquina comprar o jornal, diz ela que queria ver se tinha alguma revista também.
- Hum. – Disse saindo da cozinha.
O resto da manhã foi tranqüilo, logo à tarde despedimos da Duda e seguimos caminho de volta pra minha cidade.
Quando chegamos fui direto pra minha casa, não quis tocar no assunto do show com ninguém, quando me perguntaram disse que estava bom.
Continua...
Mais continuo pensando no Luan.
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