Capitulo I
- Poxa pai tem certeza que temos que viajar? – perguntei triste.
- Sim minha filha. É o meu trabalho você sabe. – Disse meu pai um pouco chateado, pois via em meu rosto a tristeza de me tirar de Minas Gerais e me levar para o Rio de Janeiro.
Ok. Confesso que gostei da idéia de ir para o Rio. Lá o lugar é lindo e têm PRAIAS e várias outras coisas que aqui em Minas não tem. Mas deixar meus amigos, principalmente minha amiga Ana. É um preço muito alto, não compensa deixar as pessoas que amo pra morar em um lugar melhor, mas eu não tenho escolha.
Mas eu estava feliz, eu iria ficar longe de uma certa pessoa. Felipe. O meu ex-namorado. Eu ainda gostava dele, mas o que ele fez comigo não tinha como perdoar. Trair-me e com a pessoa que eu mais odiava. Camila aquela vaca! (desculpa, mas a raiva me consumiu agora). Me lembro como se fosse hoje aquela traição me machucou profundamente.
FLASHBACK ON
Estava passando perto da casa de Felipe, resolvi então fazer uma visitinha. Sua mãe me atendeu. Sem cerimônias me convidou a entrar. Coitada nem ela e muito menos eu saberíamos da surpresa que seu filho estava preparando para nós.
Abri a porta do quarto dele sem fazer barulho. Quando vi aquela cena não pude acreditar. Era de mais pra mim. Felipe totalmente nu e a Vaca (desculpa de novo) da Camila em seus braços!
- Felipe! - Só tive força pra falar seu nome. Ele me olhou assustado. Camila acordou assustada.
- Amor... - Ele se cobriu e saiu da cama.
- Não fala nada Felipe! Eu já vi tudo, não olhe mais pra minha cara. ACABOU. E sai correndo dali, sem olhar para trás.
Meu mundo havia desabado. Como ele foi capaz de fazer isso comigo? E logo com aquela, aquela... a vocês sabem quem. Eu odiava a Camila. Ela sempre tentou ficar com o Felipe e pelo jeito conseguiu. Aff nem respirava de tanta raiva. Meus olhos estavam repletos de água. Eu queria esquecer aquela cena, mas ela insistia em ficar na minha memória.
Mas eu odiava e amava o Felipe o que me deixava com mais raiva ainda. À tarde depois daquele fraga ele me ligou, mas não atendi. Alguns dias depois resolvi ir conversar com ele e disser que não o queria mais, que havia me magoado muito. Disse que o esqueceria.
FLASHBACK OFF
Já estava na hora de irmos pro aeroporto.
A viagem não foi longa, quando percebi estávamos pisando em solo Carioca. Meu pai era só sorrisos. Eu amava vê-lo assim. Depois que minha mãe morreu quase não o via sorrindo, ele sempre ficava triste ou muito preocupado comigo. Seus olhos pensativos estavam em mim, esperando alguma reação. Segurei em sua mão e devolvi o sorriso que ele havia me dado minutos atrás.
Saímos do Aeroporto e seguimos rumo a Ipanema. É aquela mesma da música do Tom Jobim. Chegamos ao nosso próximo lar, era um prédio super alto localizado perto da praia – me virei e vi o imenso azul do mar, fiquei chocada. Nunca imaginei que isso fosse tão lindo.
Meu pai me alertou:
- Filha ajuda aqui!
- Claro pai. – estendi meus braços e o ajudei a tirar nossas malas do táxi.
Como sempre muito atrapalhada me enrolei toda, escutei umas risadinhas que vinha do outro lado da rua. Olhei a menina que ficou meio sem graça.
- Quer ajuda? – perguntou ela, se aproximando de mim.
- Quero sim. Obrigada. – não podia ser mal educada, e acima de tudo eu realmente estava precisando de uma ajuda. Urgente.
- Você é nova por aqui né? - perguntou a menina com curiosidade.
- Sim. Eu e meu pai estamos nos mudando de Minas Gerais.
- Nossa! Seja bem vindos ao Rio. Meu nome é Pamela e o seu?
- Andreza. - Respondi.
Subimos no elevador. Vazio.
- Chegamos! - berrou meu pai.
- Então! Nos vemos a noite Andreza? Quero te mostrar a praia, eu soube que em Minas não tem mar. Você vai adorar andar por Ipanema a noite.
- Claro! - Respondi. – Passa aqui mais tarde.
- Tudo bem! - Nos despedimos e entrei finalmente na minha nova casa. No meu novo refugio
Nosso apartamento não era muito grande. Uma sala, dois quartos, banheiro, cozinha e uma pequena copa.
Entrei em meu quarto. Deitei-me na cama. Graças ao trabalho do meu pai o apartamento já estava mobilhado.
Ali pude pensar melhor em tudo que acontecera na minha vida. Casa nova, estado novo, amigos novos. O Felipe longe de mim. Bom, isso poderá me ajudar.
Tive uma impressão que minha vida estava preste a ter uma mudança radical dali pra frente.
II
Depois de ter colocado todas as minhas coisas no devido lugar, fui tomar um banho. Não sei o tempo que demorei, mas logo ouvi meu pai me chamar dizendo que a Pamela estava me esperando.
- To terminando de me arrumar pede a ela pra entrar pai. - pedi gritando na porta do meu quarto.
Em menos de cinco minutos Pamela entra no meu quarto, toda linda. Com uma saída de praia azul.
- Vai nadar menina? - Perguntei curiosa olhando a saia dela.
- Não bobinha! Vamos só andar pela areia.
- Ta bom! - Me aprontei e fomos andar pela praia.
A noite naquele lugar era de arrepiar de tão lindo. Bem iluminado. Passamos em frente a um quiosque e resolvemos parar e beber uma água de coco.
- Ops! - Disse sem graça. – Esqueci de trazer dinheiro.
- Não esquenta eu pago. - Falou minha nova amiga rindo quando eu ficava toda vermelha igual um pimentão.
Com o coco na mão fiquei olhando a praia e pensativa.
- Quem diria que estaria aqui nessa praia linda! - Pensei alto.
- Aqui é lindo! - disse Pamela bebendo sua água de coco.
- É... - Não continue falando minha atenção se voltou para um garoto moreno lindo que passar por mim. Olhei imediatamente pra Pamela que ria. Ela percebeu meu estado de choque.
- Este é o Luan, Andreza.
- Oi? - me assustei – Há, que menino lindo. - falei sorrindo.
- É... Ele é mesmo.
Eu estava cansada da viajem e pedi pra irmos embora. Mas não consegui esquecer o Luan. Será que eu o veria de novo?
Acordei com um sol forte na janela, que ótimo era domingo. Liguei pra Pamela, e a chamei para dar umas voltas na praia, ver os gatos. – Ela riu, mas concordou!
Fomos caminhando pela areia. Dessa vez levei dinheiro. E comprei um picolé pra nos duas. No caminho torcia pra encontrar com o Luan novamente. Meus olhos estavam atentos observando cada conto da praia, mas não o encontrei.
- Pamela! Me fale sobre esse Luan. - Quando vi já tinha perguntado. Droga de impulso.
- Ah, não sei muito sobre ele não. Sei que é daqui de Ipanema, tem 21 anos, e é mulherengo. Hum... também tem uma menina a Mariana que vive no pé dele. Mas ele não dá bola pra ela. - falou chupando seu picolé e rindo das lembranças que se passavam em sua cabeça. Eu não fazia idéia do que era, mas com certeza era algo muito engraçado.
- Hum... - Respondi triste. Mais um cafajeste na minha vida não dá. Já não me bastava o Fé... Não quero me lembrar dele. Mas eu sentia que o Luan era diferente, não sei bem o porquê mais eu sentia isso. Só que prefiro não arriscar.
Pamela me convidou pra irmos a uma balada. Aceitei na hora.
À noite me produzi toda, vestido preto (clássico) um salto, cabelos solto, maquiagem leve e um sorriso lindo no rosto. Não sabia muito bem o motivo daquele sorriso. Pelo amor de Deus é só uma balada, nada de mais.
Saímos do prédio, confiantes que a noite seria boa. E não é que foi!
Chegamos à boate. Estava lotada! Uma música contagiante animava até quem estava passando na rua. Tunts, Tunts... Era impossível não me mexer com aquele som.
- Vamos entrar? - Perguntou a Pamela. Eu não respondi apenas sorri, confirmando.
Entrei olhando as pessoas, na esperança de achar alguém conhecido. Como se eu conhecesse alguém, né? Mas por incrível que pareça eu encontrei. De longe eu avistei o Luan. O gato da praia. Apertei a mão da Pami. Ela me olhou sorrindo sem entender nada, quando seus olhos se voltaram na direção que os meus estavam vidrados, ela fechou a boca prendendo a gargalhada.
- Vem! – foi apenas isso que ela disse antes de sair me carregando pra perto dele.
Comecei a tremer, mas consegui disfarçar. A sorte é que ele não estava sozinho. Estava com mais dois meninos altos e uma menina ruiva. Deduzi ser a menina em que Pamela havia me falado na noite passada. Intuição sabe?
- Oi! – disse Pami animada. – Meninos e... menina – a pausa já explicava tudo, minha intuição estava correta. Com certeza era a “chicletinho”. Acho que a Pami não gostava muito dela. – Essa é a Andreza Leite. Ela é nova no pedaço. Andreza esses são: Luan, Juliano, Fernando e essa é a... – houve outra pausa, foi como se ela tivesse esquecido o nome da garota, ou fez isso de propósito só pra deixá-la com raiva – Mariana. – os olhos da menina me fuzilaram, credo! Além de feia, e chiclete ela era psicopata? Olhei pra Pami e sorri, ela riu também. O primeiro que se aproximou para me cumprimentar foi o Luan. Ele segurou minha cintura e falou:
- Prazer, Luan Tavares. – sua boca estava em minha orelha, me segurei pra não tremer. Confesso, esse menino mexeu comigo. Ele se afastou e sorriu, eu retribui o sorriso .
Juliano e Fernando fizeram o mesmo, mas só me abraçaram e deram uns beijinhos no rosto. Marina não moveu um músculo, seus olhos ainda me fuzilavam.
Não dei à mínima. Estava apreciando a beleza de Luan. O gato da praia. O moreno bronzeado. No mínimo não ficará torrando no sol. Sua cor era tão natural.
Voltando! Me perco só de lembrar dele. A música finalmente voltou aos meus ouvidos dando sentido de onde estávamos.
- Vamos dançar? – Chamei a Pami. É ela mesma, a Pamela. Tava nervosa demais pra chamar o Luan, né? Também assim de cara? Não. Essa não sou eu.
Se liguem nos proximos capitulos, nesta terça!
to amando...
ResponderExcluirTavares???
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