Esqueci de Te Esquecer...

Capitulo 21

            Entrei no carro, coloquei as sacolas no banco de trás, respirei fundo, limpei as lagrimas que haviam caído, liguei o som estava tocando Avril Lavigne – Innocence, Chickity olhou pra mim com cara de espanto, ela nunca me viu com esses tipos de música.

- Deixa eu ser feliz? To com saudade de ouvir Avril, é uma das parte que gosto do meu passado rebelde! – Falei, Chickity sorriu do jeito. O som continuava tocando, ate que começou I Will Be – Avril Lavigne. Olhei pra Chickity.

 – Essa é muito depressiva, quero outra, pega aquele pen drive ali, por favor, Chickit – pedi e com rapidez o pen drive já estava em minhas mãos, o coloquei no som do carro, procurei pelo visor a música antes que o sinal abrisse. Encontrei, era Need You Now – Lady Antebellum, seguimos pelas ruas movimentadas.

Chegamos em casa mortas, as compras foram desgastantes, mais aproveitei bastante, acertei quando resolvi levar Chickity comigo ela é boa companhia já que Graziiy tinha trabalho.

            Joguei as compras em cima de minha cama, várias roupinhas, uma mais linda que a outra, sapatinhos, bonezinhos, ain tava apaixonada. As roupas eram todas tão perfumadas, cheiro de bebê.

            Entrei no chuveiro precisava de um banho urgente. Lá dentro fiquei lembrando de tudo que aconteceu, lembrei-me do sorriso de Luan no seu DVD, aí me deu saudades de seu beijo, de seu sorriso. Sentei-me no chão do banheiro, derreti-me no choro.

- Há meu Deus me ajuda! – Rezei em meio as lágrimas.

            Eu tinha que ser forte, afinal duas crianças dependia de mim. Coloquei uma mão na porta do Box pra ter impulso ao me levantar, enrolei-me na toalha vermelho vinho. Caminhei devagar com cuidado pra não cair, o chão estava molhado, meus pés descalços faziam sinal por onde passava. Em frente ao espelho penteie meus cabelos longos e molhados, no espelho embaçado pelo vapor do chuveiro, escrevi LS.

- Costume idiota! – Falei apagando as letras que mal acabei de fazer.

            Procurei meu secador no armarinho da pia, o encontrei com facilidade, com o auxílio da escova, sequei meu cabelo retirando por completo a excesso de água e deixando-o lisinho.

            Cabelo arrumado calcei minha chinelinha pra sair do banheiro, meu quarto estava tão silencioso, na verdade toda casa estava. Todos devem ter saído e me deixado sozinha novamente.

            Liguei meu som, procurei pela minha música, a encontrei mais rápido do que imaginei.

- É essa! – Pensei alto, ao encontrar a música de minha banda preferida 3 Doors Down – Here Without You.

            O vento bateu nas cortinas, olhei na direção da janela. As cortinas se mexiam na mesma direção, como se fosse um sinal não sei, fiquei alguns minutos observando aquilo, sentei-me na cama, a música ainda tocava, coloquei minha mão em cima de minha correntinha como se fosse arrancá-la, era pra eu já a ter tirado mais nunca tive coragem, minha medalhinha da sorte, a comprei na primeira vez que vi o Luan e esta comigo desde então.

            Virei meu rosto, minha mala estava debaixo do meu som, estranho não há deixei ali, levantei da cama com desanimo. Sentei-me no chão de toalha mesmo. Comecei a fuçar na mala, havia muito tempo que não fazia isso, encontrei cada coisa, um esmalte preto cheio.

- Oba, vou fazer minha unha depois! – Sorri imaginando as possibilidades de desenhos que poderia fazer, mais achei melhor não complicar as coisas e pintar algo mais fácil.

            Coloquei o esmalte em cima da caixa de som, pra poder me lembrar dele depois. Continuei a mexer na mala, encontrei uma blusa do 3° ano quando me formei no segundo grau, nossa deu saudades de meus amigos, será como estavam? Fiquei curiosa pra saber. Levantei da cama com rapidez, sentei-me novamente na cama, abaixei no som com o controle, encostei minhas costas na cabeceira da cama, procurei meu telefone na bolsinha em meio as roupas de bebês que não tinha guardado ainda.

            Pesquisei na agenda o telefone da Hamanda, será que era o mesmo? Tinha que verificar né?! Coloquei no confidencial, e liguei.

            A ligação toca, 1, 2, 3 vezes e quando iria desligar alguém atende.

- Alô? – Disse a voz fininha e baixinha de minha amiga, as lágrimas começaram cair, uma dor no peito, uma saudade de todos.

- Mandinha? – Perguntei em meio ao choro.

- Sim sou eu, quem ta falando? – Perguntou desconfiada – Espera aí – Fez silêncio – Pami?É a Pam? Pamela é você?

- Oi Mandinha...

- Ai meu Deus, Pam... – Mandinha começou a chorar – Aaaaaaah Pami, cadê você? Meu Deus do céu.

- Calma muié! Ei eu to aqui, calma to bem.

- Há Pam... Cadê você? Pelo amor de Deus o que você fez? – Perguntou ela completamente desesperada.

- Own Dinha num fica assim, olha respira, eu to bem, to morando em outro país, me deu saudades, liguei pra saber como anda as coisas, e...

- Como anda as coisas? Pamela você tem noção do que você fez? Como você vai embora assim? – Seu tom agora já era de raiva e tristeza – Meu Deus, seus pais, eles estão arrasados, preocupados, já colocaram policia atrás de você, e...

- Desculpa Hamanda, eu não tenho mais pais, fui embora do país com isso em mente, fui embora afim de fazer todos se esquecerem de mim, mais eu não consegui esquecer ninguém.

- A Pam, sua louca, meu Deus eu não to acreditando que é mesmo você – Sua voz ficou mais baixa, ela soluçava um choro dolorido.

- Mandinha, desculpa amiga, eu vou desligar ta...

- Nãoooo – Gritou Hamanda quase sem voz – Pami não desliga, por favor, pelo menos me diz como você ta?

- Eu to bem amore, to bem.

- Onde você ta morando?

- Longe, não posso dizer onde, mais é bem longe do Brasil.

- Por que Pam, por que você fez isso?

- Por quê? Você já viu a situação que meus pais estavam? Eu não consegui conviver com eles daquele jeito, não estava conseguindo olhá-los e ver que seus corações derretiam de dor.

- Mas Pam, eles ainda sofrem, não mudou nada!

- Pelo menos eu não estou mais com eles, quero que meus pais achem que eu morri, por que é isso que aconteceu, eu morri pra eles.

- Nãoo Pam, não fala assim...

- Eu só to falando a verdade, é como tem que ser Hamanda, é assim que tem que ser minha amiga, mais agora eu vou desligar, estava fazendo compras pros bebês e to morta de caseira.

- Compras?

- Sim.

- Como? Você ta morando com quem?

- Com... – Pensei por alguns segundos – Com meu marido – Menti.

- Marido? Você se casou Pam?

- Sim.

- Nossa, mais não era você que vivia falando que nunca iria se casar que isso só estragaria sua vida, que primeiro você iria estudar, trabalhar, ficar mais velha, a final você ainda ta nova só tem 19 anos.

- Sim to nova, mais meus filhos mudaram meus planos. Hãn – Parei cocei a nuca, levantei da cama olhei pela janela como se estivesse esperando alguém – Dinha vou ter que desligar mesmo, to cansada de mais e eu vou dormi um tiquinho sabe como é né?!

- Ta bom Pam, fica bem, por favor, e pelo amor de Deus não some, me dê noticias, xau, eu amo você ta minha amiga, to com saudades.

- Eu também Mandinha, eu também. – Falei antes de desligar.

            Joguei meu celular em cima da cama junto com as roupas de meus filhos, as lágrimas caíram, eles estavam mal? Meus pais ainda estavam mal?

- Ah meu Deus, te imploro me dê forças. – Implorei olhando pro teto como se estivesse olhando por céu.

            Deitei na cama, acabei adormecendo.

Continua...