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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Esqueci de Te Esquecer...


Capitulo 24

            Depois de tudo pronto sentamo-nos à mesa de jantar, Graziiy e Moises que tinham acabado de chegar “juntos” se uniram a gente. Chickity como fazia parte da família também nos fez companhia, todos rindo e tal, tinha até vinho pra acompanhar, que judiação só por que eu não posso beber.
            Sentei ao lado de Caio, ele fazia gracinha enrolava aquele tanto de espaguete no garfo e colocava na minha boca, eu ria das palhaçadas que esse garoto fazia. Sentia-me tão bem com ele, tão feliz, fiquei com raiva de mim novamente por não ter conhecido ele antes, mais talvez fosse nosso destino assim né.

            Olhei pra Graziiy ela dava espaguete pro João Pedro e Moises fazia carinho nos braços dela, fiquei observando aqueles dois. Será ate quando eles vão fingir? Será que não vão contar que tão juntos? Vai ser agora. Tossi.

- Então... E vocês dois? – Perguntei olhando pro casal que estava a minha frente.
- Quem? – Perguntou Graziiy fingindo não saber do que eu estava falando.
- Você e o Moises né Graziiy, podem parar e contar tudo.
- Tudo o que? – Graziiy ainda se fingia de desentendida.
- Ta bom Pam, que saco você hein? – Resmungou Moises rindo.
- Até quando vocês acharam que iam levar esse romance às escondidas? Eu e a Pam já sabemos de tudo já tem um tempo. – Disse Caio pegando mais um pouco de espaguete – Amor você quer mais? – Caio me ofereceu, fiz sinal de sim com a cabeça ele riu, pois meus olhos estavam fixados na massa tão perto de mim, tão tentador, aquele queijinho derretendo, misturado com aquele molho tão vermelho que até o sangue não se comparava aquela cor.

            Peguei meu garfo e enfiei no espaguete meus filhos precisavam comer né, e eu também kkkkkkkk. Chickity parecia feliz também, ela gosta quando gostamos da comida dela, o único problema de Chickity é que ela sempre tenta me agradar e faz aqueles doces que meu Deus do céu, é difícil resistir.

            Caio ria me vendo comer, eu mandei beijo pra ele.

- Ta bom, eu e a Graziiy estamos juntos sim – Confessou Moises – Não queríamos contar nada, pensamos que poderia ter algum problema né, pois estamos na sua casa Caio ai fica meio que complicado as coisas.
- Que isso, vocês podem ficar a vontade, sendo que não me acordem a noite com gritarias. – Caio disse rindo, eu o olhei fuzilando. Coloquei minhas mãos por cima da barriga.
- Meus amores não escutem isso, o Caio só ta fazendo bagunça – Falei olhando pra minha enorme barriga.
- Hahahaha – Caio se aproximou de minha barriga e a beijou – Desculpe meus amores, o titio não vai mais fazer isso ta bom. – Disse dando outro beijo.

            Caio ultimamente se dirigia aos meus filhos como titio deles, foi melhor assim, ele queria que chamasse de papai mais não deixei, não era certo né, o Caio não é o pai dos gêmeos.
            Passei a mão em seus cabelos lisos e preto, Caio olhou pra mim e sorriu vendo que eu o admirava, fiquei com vergonha e sorri também.

- Ta bom, por que vocês não se acertam de uma vez? Ta na cara isso aí Pami. – Falou Graziiy olhando pra mim e pro Caio.
- Ta na cara o que Graziiy?
- Você e o Caio, sempre de carinho um com o outro, sempre abraçados, de conversas e beijos pra cima e pra baixo, esses olhares, esse amor, por que vocês não ficam juntos de uma vez? É tão complicado assim? Eu sei que você quer Pam, sei que Caio também quer isso. – Disse Graziiy ainda nos olhando, fiquei sem reação ela joga tudo isso em cima de mim no almoço, quando eu to bem, quando eu to feliz.

Ta certo sei que tem um clima entre mim e o Caio, ele é lindo, é gostoso kkkkk, é cheiroso, tem uma ótima profissão, é humilde, tem um sorriso lindo e não sei como ele consegue me fazer tão feliz assim, mais ele não é o pai dos meus filhos, ele não é o Luan, ele não é aquele garoto que me faz a pessoa mais feliz do mundo com o simples fato de existir, ele não é aquele homem com sorriso de menino, que me fez apaixonar com apenas uma voz, com apenas uma canção, com apenas um jeito, que não me deixa e nunca deixou desistir de meus sonhos, mesmo eles sendo tão distantes, tão impossíveis. Queria estar apaixonada pelo Caio, queria mais não estou, não posso estar, não grávida, não com filhos de outro no ventre, não posso fazer isso, não é do meu feitio fazer uma coisas dessas, é injusto com ele.

            Não falei nada, queria desaparecer, queria chorar e morrer queria sumir, não consegui olhar pra Caio, ele com certeza esperava que eu dissesse alguma coisa né, mais não disse, sai da mesa sem mais nem menos, não olhei pra trás não olhei pros lados, apenas pro chão. Entrei no meu quarto, fechei a porta, não tranquei não tive forças pra girar a chave.

            Me joguei em cima da cama, peguei o travesseiro colocando meu rosto por cima dele. O quarto estava silencioso, comecei a chorar.


Caio on:

            O que deu na Pamela? Nossa eu faço de tudo pra deixá-la feliz, pra que ela se sinta bem, se sinta em casa, mais nada disso a agrada. Graziiy foi bem direta com ela, realmente parecíamos um casal marido e mulher loucos com a chegada de nossos filhos, mais não éramos isso, éramos só amigos.
            Queria que a Pami confiasse em mim, que me deixasse a fazer feliz, que me aceitasse como namorado e como marido depois que as crianças nascerem, eu gosto tanto dela. Minha maluquinha, tão nova e daqui uns meses vai ser mãe, tanta coisa ainda pra viver, pra ver...
            Desde meu ultimo relacionamento não me envolvi com ninguém, na verdade nem com minha ex-namorada eu era tão grudento como sou com a Pam, nem minha ex me fazia tão feliz como a Pam me faz, eu cheguei tarde, devia ter a conhecido antes, mais talvez fosse nosso destino assim.

 - Você não devia ter feito isso com a Pami, né Graziiy! – Disse passando a mão em meus cabelos. Que droga a ela deve ta muito mal agora.
- Ah Caio, tive que falar logo né, você sabe que tudo que eu falei é verdade. Ela devia tomar uma decisão logo. – Falou Graziiy se levantando da mesa – Eu vou lá falar com ela, que droga ela deve ta chorando agora, grávida sempre é sentimental, só que a Pamela é de mais.
- Não! Deixa que eu vou falar com ela. – Falei levantando-me da mesa.

            Graziiy se juntou a Moises e eu fui andar pelo corredor. Fui o mais devagar possível, tinha que pensar o que iria falar. Sentei-me no corredor, no chão mesmo coloquei minhas mãos em meu rosto apoiando os cotovelos no joelho, fiquei encolhido ali por alguns minutos pensando.
           
Caio off:

            Graziiy estava certa eu devia resolver minha vida, eu gostava do Caio, gostava mesmo dele, mais por gostar tanto dele não poderia o fazer sofrer, sei que se ficássemos juntos eu o faria sofrer.

            Levantei-me da cama, fiquei andando de um lado pro outro no quarto.

- Pensa Pamela! – Briguei comigo mesma.
            Depois de muito rodar pelo quarto, virei à maçaneta devagar, sai do quarto, surpreendi ao encontrar Caio sentado perto dali.

            Meu coração doeu, deu vontade de chegar lá e abraçá-lo, enche-lo de beijos e dizer EU TE AMO, mais não podia. Caminhei lentamente em sua direção, ele não se mexeu parecia não notar minha presença, sentei-me ao seu lado, passei meus braços em seus ombros, colocando minha cabeça em seu pescoço.

- Desculpa! – Sussurre em meio as lagrimas que novamente encontraram meu rosto.

            Caio passou seu braço pelos meus ombros e me abraçou, deitei meu rosto em seu peito, minha barriga atrapalhou e não nos deixou ficar mais próximos. Enrolei seus cabelos em meus dedos, fazendo carinho em sua nuca.
- Eu amo você Pamela, entenda isso meu amor! – Caio falou me colocando frente a frente com seu rosto, encostei minha testa na dele, mais lagrimas caíram, não disse nada, precisava matar minha vontade, precisava aliviar o que me machucava tanto, nossas bocas enfim se encontraram, Caio me beijou com vontade, numa força, suas mãos apertavam minhas costas trazendo-me mais pra perto. Nossa respiração ficou irregular, meu coração acelerava.
- Não posso mentir Caio – Falei ao parti o beijo – Não posso enganar meu coração, eu te desejo, eu quero ficar com você, mais meu coração pertence a outro – Mais lágrimas caíram – Eu sou uma idiota – Lamentei com meu rosto em meu pescoço.
- Pam, amor não fica assim, eí eu to aqui! – Disse Caio fazendo carinho em meus cabelos.
- Desculpa?
- Não precisa se desculpar. A gente não precisa apreçar eu tenho todo o tempo do mundo, tenho uma vida inteira pela frente e quero que você esteja ao meu lado, compartilhando comigo, cada sorriso, cada choro – Caio falava limpando minhas lágrimas. Encostei minhas costas em suas coxas, ficamos de frente um com o outro.
- Por que não te encontrei antes, de ficar com o L... – Parei ao me ver dizendo o nome do pai de meus filhos.
- Ficar com o...? – Caio queria que eu continuasse a falar, mais ele não precisava saber quem era, ninguém precisava saber.
- Esquece, não vale apena lembrar o nome dele.
- Você confia em mim?
- Sim, mas...
- Mas?
- É que quando sai do Brasil, resolvi que meus filhos eram só meus e que não tinham mais pai. Ele não pediu isso, não pediu pra ter filhos, a culpa foi minha, eu que fui imprudente e irresponsável, não devia ter ficado com ele, não devia ter aceitado sair com ele, isso só não acabou mais com minha vida, por que conheci você que me fez feliz a cada instante que passe nessa casa, a cada segundo. Eu não odeio o pai de meus filhos, eu gosto de mais dele, tanto que to fazendo isso, tanto que sumi da vida dele pra não o prejudicar.
- Pami? Você foi embora do país só pra não prejudicar a vida do garoto que te engravidou?
- Sim e não, não foi só por causa dele. Tem vários fatores que me levaram a ter essa decisão.
- Como o que?
- Meus pais, meus amigos, minha vida profissional, tudo.
- Ele é da sua cidade?
- Não!
- Ele mora em Minas?
- Não!
- Nossa, então me diz de onde ele é?
- Londrina – PR, na verdade ele é do mundo, ele é famoso no Brasil. – Parei e me lembrei do DVD na vitrine – Boom, não só no Brasil no mundo inteiro pelo visto.
- Famoso?
- Sim!
- Jogador de Futebol?
- Não – Ri ao imaginar a hipótese sem pé nem cabeça.
- Eu não vou mais tocar no assunto ta bom, sei que você não quer me contar.
- Eu vou te contar quando chegar a hora. Quando me sentir preparada pra isso, mais por enquanto melhor ninguém saber.
- Você que sabe meu amor. – Disse Caio dando-me um beijo na testa.

            Abracei Caio e ficamos ali por longos minutos.

            A vida em Bruxelas estava mais calma do que nunca, Caio estava se preparando pra ir ao Rio, ele estudava muito todinho, chegava do hospital e ia pros livros, ficava comigo só na parte da manhã, tinha dia que dormia com ele, pegávamos no sono quando resolvíamos ver filme em seu quarto, era bom, não gostava de ficar sozinha.

            Caio tirou uns dias de férias pra poder descansar, resolvemos ir viajar, fazer compras. Graziiy, Moises e João Pedro voltaram pro Brasil foram ver suas famílias e amigos, Chickity quase morreu quando o João se foi, ele era o xodó dela, ficava a parte da manhã, tarde e noite juntos, a Graziiy ficava ate com ciúmes, mais seu serviço a prendia muito e não sobrava muito tempo pra nada.

            Caio eu e Chickity fomos a vários lugares da região, compras muitas compras. Fomos a Paris e Amsterdã. Fiquei besta olhando tantas pessoas, são cidades grande, aí cada coisa mais linda, fiquei encantada ao ver os barcos em Amsterdã, obvio né andei em vários, Caio caiu do céu só pode.

            Chickity ficava envergonhada ela dizia que estava atrapalhando nossa lua de mel, eu ri e disse que não podia estar de lua de mel com essa imensa barriga que carregava.
            Paris!  ah Paris, não há lugar melhor pra fazer compras que lá, não sou muito fã de cidades grandes, com muitas pessoas e muitas luzes, mais quem não amar Paris não consegue amar nada. O hotel que ficamos em Paris é bem grande, nossa, tão lindo, ele tinha um nome bem engraçado, Hotel Le Six, a diária era bem cara Caio não precisava gastar tanto briguei com ele por causa disso, mais quem disse que aquilo me escuta? Aff, ele num ta nem aí pra nada.

            Em Amsterdã o hotel que nos hospedamos era bem mais barato, eu implorei que fosse né, Caio me enchia o saco e queria ficar em hotel caro, ele disse que era bem mais confortável pros bebês. Tinha nada a ver, uma que os bebês estavam bem confortáveis dentro de mim, e outra que eu tava bem assim mesmo em lugar mais precário, menor, não gosto de lugares chiques de mais, eu morei na roça né, meu costume não é esse que Caio queria que fosse.
            Fim de tarde em Paris fomos jantar no hotel mesmo, depois passeamos de carro, Chickity não quis passear comigo e com Caio, aquele papo de novo dela.

- Eu não quero estragar o romance de vocês! – Dizia ela ao se sentar na cama de seu quarto quando fui chamá-la.

            Não pude fazer nada né, mesmo negando que não havia nada entre mim e Caio ela não concordava. Fomos só nós mesmo, andamos pra todos os lados, visitados as principais praças, as principais avenidas, tantas luzes, meus olhos brilhavam era coisa linda demais meu Deus. Sorri pra Caio ele sorriu também, me dando a mão, sentamos em um banco, deitei minha cabeça em seu ombro, sua mão que me envolvia fazia carinho pelo meu braço, minha cabeça e minhas costas.

- Isso é lindo! – Falei olhando uma arvore iluminada pelas luzes da noite.
- Realmente é lindo!

            Caio me respeitava, ele não avançou o “sinal”, pedi que ele tivesse paciência que quando meus pequenos nascerem agente poderia conversar e se ele ainda me amasse ficaríamos juntos.
            Ele era um bom homem, vai ser um bom pai pros seus filhos quando ele for ter algum.


Continua...

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