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domingo, 17 de abril de 2011

Em pleno Rio de Janeiro


XIV

Terça-feira. Mais um dia lindo pra curtir a vida. A vida perto dos meus amigos, e não do lado de Luan. Droga. Como era chato sem ele. Mas a vida segue seu rumo e eu tenho de ir junto. Meu pai ainda estava em casa quando acordei. É acordei cedo. Não sei bem o por que.
- Bom dia pai! – Exclamei e o abracei com saudades afinal a ultima vez que o vi foi na sexta, antes de tudo acontecer.
- Oi minha filha! Acordou cedo hoje. O que houve pra cair da cama? Vai sair com Luan? – Valeu pai! Tinha que  lembrar do Luan logo agora de manhã. Certo. Te perdoou porque você não sabe ainda. Então ai vai.
- Ham... – Falei coçando a nuca. Mania de quem? De quem? Isso mesmo! Luan. – eu terminei com ele pai.
- Mas como Andreza? Vocês estavam indo tão bem! – Meu pai falou com uma tristeza, que me espantei. Parecia que ele era o namorado de Luan.
- É houve um problema ai e eu terminei. Mas não quero falar sobre isso pai. – pedi e ele concordou, me servindo de seu café.
- Tudo bem minha filha! Você é quem sabe. Mas você esta bem? – perguntou-me preocupado.
- Ta tudo bem pai. Ta tudo bem. – falei indo lhe dar um beijo em sua testa.
Voltei para meu quarto e fiquei por lá não sei por quanto tempo. Eu me perdia em pensamentos. Pensava em tudo o que já tinha vivido nessa cidade. Sete meses. E minha vida não parou um minuto. Minha vida tinha mudado pra melhor. Menos a parte em que eu termino com Luan por MEDO. Como eu sou burra. Agora agüenta Andreza. Agora agüenta!
O Telefone tocou e eu fui saltitando até a sala e atendi. Afinal podia ser meu pai com saudade da filhinha aqui. Ui.
- Senhora Leite? – Uma voz estranha perguntou.
- Sou eu. – Disse desconfiada. Comecei a tremer. A voz estava seria demais. Tive medo do que viria.
- Bom dia, sou Gabriela, do Hospital São Vicente. Seu pai acabou de dar entrada, ele sofreu um acidente...
Não ouvi mais nada depois de PAI e ACIDENTE. Como assim meu pai envolvido num acidente? Não seria possível. Ele é tão prudente. Não podia estar acontecendo. Não agora. Como assim não posso perder quem eu mais amo. Já havia perdido Luan. Agora o meu pai? Não meu pai não. Voltei a minha atenção ao telefone, anotando o endereço do hospital. Desliguei o telefone e fui correndo para o apê da Pami para avisar do acontecido.
- Pami, meu pai esta no hospital. – falei chorando.
- Como amiga? O que houve? – Pami perguntou assustada.
- Não sei só me ligaram e eu to indo pra lá. Vamos comigo amiga? Eu não tenho força.
- Claro amiga, eu vou com você.
A caminho do hospital eu não parava de pensar no meu pai. Como ele sofrera um acidente? A moça no telefone não me deu detalhes. Como vou viver sem meu pai se ele... Ai nem quero pensar. Agora nem tenho mais o Luan pra estar comigo.
Eu só tinha a Pamela e o Fernando que essa hora não podia estar com a gente. Ele estava no trabalho. Mas a Pami fazia muito bem seu trabalho de amiga.
- Vai ficar tudo bem Andreza. Não foi nada grave!
- Como você sabe amiga? A atendente não disse nada.
- Vai dar tudo certo. Acredite. – Pami tentou me acalmar e eu só olhava pra rua enquanto o taxi nos levava para o hospital.
Chegando lá... Ocorreu-me um frio na espinha. Entrar em um hospital sempre me vinha coisas ruins na mente, como morte de minha mãe. Esquece disso Deza. Seu pai. Bom, entramos por uma imensa área, tudo branco, um silêncio de arrepiar. Estava vazio não via ninguém, isso me desesperou. Olhei a recepcionista, preocupada.
- Oi... – disse nervosa.
- Pois não! – falou uma moça morena, com um aspecto cansado, branquinha. Dava até medo.
- Meu pai, esta aqui? Ligaram-me, avisando.
- Qual o nome?
- Pedro Leite.
- Sim, ele está. Seu pai sofreu um acidente. Foi trazido pelos bombeiros. Não aconteceu nada de grave. – olhei pra Pami, ela estava tensa. Eu também – neste momento ele esta em repouso.
- Posso vê-lo?
- No momento, não. Por que ele está dormindo. Por favor, espere! A Doutora Elizabeth, as informará direito sobre o caso do seu pai.
- Aí meu Deus, Pami!
- Acalme-se, ele está bem.
- Vem Deza. Vamos nos sentar. – Pami segurou minha mão e fomos para a sala de espera.
            Tudo bem a recepcionista falou que tudo estava bem, mais eu não conseguia acreditar. E se ela estivesse dizendo isso apenas para me acalmar? E se meu pai não estivesse bem? Ai meu Deus, o que seria de mim?
            Pami me abraçou, e eu deitei minha cabeça em seu ombro. Até que a médica veio falar conosco.
- Doutora como ele esta?
- Bem, seu pai tem muita sorte. Ele apenas quebrou o braço, e sofreu alguns cortes. Ele já está medicado e engessado. Mas vai ter que ficar em observação. Ele estava com uma febre muito alta.
- Quanto tempo Doutora?
- Eu dou no máximo quatro dias de observação. Ele é forte, vai se recuperar rápido.
- Eu posso vê-lo?
- Nesse momento ele esta dormindo. Então não é bom incomodá-lo.
            O alto falante, chamou a Doutora.
- Bom meninas. Vão para casa e voltem amanhã, já esta tarde. Seu pai vai ficar bem. Agora eu tenho que ir.
- Obrigada!
            Ela deu um sorrisinho de lado, e saiu de nossa visão.
Já fazia três dias em que meu pai estava no hospital. Eu estava surtando. Não era nada grave. Mas o fato de ter corrido o risco de perder meu pai, mexeu comigo. Pami me convidou pra ir a uma balada relaxar. E eu já estava pensando seriamente em ir. Luan veio ver meu pai. Depois do ocorrido, a gente não conversa direito. Não quero muita intimidade, para não correr o risco de me entregar a ele sabe? Ele andava por ai com a Mariana. O que me deixava irada. Mas Fernando me disse que ele não estava ficando com ela. Dúvido. Mas não quis contrariar o Fernando né! Eu também não estava com cabeça pra isso.
- E ai amiga, vamos pra balada? – Pami insistiu.
- Vamos amiga. Hoje mesmo pode ser? Meu pai vai ter alta amanhã e eu preciso sair pra esfriar a cabeça.
- Ok. Então vamos pra casa. Deixa o Fernando aqui com seu pai e nos vamos ok? – Só assenti com a cabeça.
Fomos pra casa, ainda me sentia mal por deixar meu pai no hospital e ir a uma balada. Mas eu precisava né? Mas tarde naquela noite Pami foi ao meu apartamento me buscar.  A balada é boa. Taj Louge, muito conhecida aqui no Rio. E estava bombando como sempre. Na festa eu só queria saber de beber. Bebia todas. Afogar as magoas e os problemas. Não deu muito certo, só me deixou bêbada. Não estava nem ai pra isso, eu queria curtir. Nunca dancei tanto na minha vida. Até Pami estava me estranhando. Nem ai pra ela também.
- TO AMANDO ISSO AQUI AMIGA! – gritei por causa da música alta.
- ESTOU VENDO, EU ESTOU VENDO. – disse Pami com uma expressão de estranheza.
Depois disso vi um garoto lindo. Olhos claros branco, totalmente o oposto do Luan. Ele não parava de me olhar, mordia seus lábios, era ele quem eu queria. O chamei pra dançar comigo. Ele veio. Gelei. Bebida da uma coragem né? Ele veio e já foi segurando em minha cintura e dançava conforme o ritmo. O clima foi esquentando e logo estávamos nos beijando. Beijo longo e profundo, sexual na verdade. Ele queria me engolir ali mesmo. E eu me entregaria ali mesmo. Sem saber nome nem nada. Pena o lugar não ser apropriado. Ta o beijo já estava esquentando demais. Sua língua me invadia a boca e lutava contra a minha língua. A sensação era muito boa. As mãos dele começaram a me apertar. O clima realmente estava bom. Mas comecei a me sentir invadida. Como assim Andreza? Logo agora? Deixa ele amor, aproveita! É minha razão pedia pra eu continuar, mas que meu coração não sei bem o porquê não queria deixar.  De repente eu o soltei e fui procurar Pami. Eu queria ir embora daquele lugar.
Já no taxi eu comecei a chorar. Acho que era efeito do álcool.
- Amiga, o que houve? – Pami disse assustada olhando minha reação.
- Eu não sei! Esbravejei. Eu senti um vazio quando eu o beijei amiga, não sei o por que. Mas não consegui continuar. Não é ele quem eu quero! E ainda meu pai no hospital.  Havia muitos sentimentos me confundindo meus pensamentos.
- E quem é então Andreza? – perguntou-me Pami já sabendo a resposta. Eu só a olhei. Ela me abraçou por cima dos ombros me apoiando.
- Andreza, o Luan te ama. Porque não quebra esse orgulho e pede pra voltar? Ele ta te esperando.
- Eu não consigo amiga.
- Não o faça esperar tanto. Ele pode cansar.
- É, e a Mariana vai estar lá junto dele né Pamela? – Perguntei parecendo uma criança com medo de apanhar dos pais.
- É então você não pode dar bobeira amiga. Fala com ele?
- Vou tomar coragem Pami, ai eu falo com ele ok? – Falei abaixando minha cabeça, dando fim ao assunto.
Era dia da alta do meu pai. O Luan o foi buscar a pedido de Fernando. Agora imagina como eu estava. Nervosa porque não sabia como chegar e falar com ele. Luan me olhava de um jeito que queria fazer algo, mas não tinha coragem. Às vezes seus olhos mostravam tristeza. Muitas das vezes eu desviava o olhar por vergonha de deixá-lo assim. Sabia que ele não estava bem e a culpa era minha. Toda minha.
Aquele dia eu não estava muito bem, mas como era um dia importante eu fui buscar meu pai com meus amigos. E pro meu pai eu era só sorriso.
- Que bom minha filha que você veio. – disse meu pai abrindo um sorriso do tamanho do mundo.
- Claro que vim pai. Acha que ia deixar o amor da minha vida aqui sair sem minha companhia? Nunca! Falei e logo beijei seu rosto.
- O meu amor, assim o Luan fica com ciúmes. – meu pai e a mania de me deixar sem graça.
- Relaxa seu Pedro, aqui não tem isso mais não! – Luan falou e me olhou áspero. Engoli seco. Será que não ia mais ter o Luan pra mim? Medo.
- Luan, você almoça com a gente né? Você não é mais meu genro, mas eu quero você comigo. Esteve sempre presente aqui no hospital. Nada mais justo que comemorar minha saída. – Luan me olhou sem graça como me pedisse permissão. eu sorri.
- Tudo bem. – Disse mexendo em seu cabelo. Lindo por sinal. Comemorei por dentro.
Já em casa, pedimos o almoço, japonês. Todos acomodados na sala, Luan me olhava de vez enquanto. E sorria pra não ser grosseira. Eu já suava frio sem saber o que fazer. Fernando e Pamela só riam da minha situação. E meu pai como sempre, me deixando vermelha igual pimentão.
- E então pombinhos não tem jeito de vocês voltarem não? Eram tão lindinhos juntos.
- Pai! – O repreendi na hora. Luan deu um meio sorriso, me olhando esperando uma resposta minha. Eu nada disse só o olhei.
- Tudo tem seu tempo, Pedro. – Finalmente Luan, mãos aos céus. Esse era o sinal que eu precisava. Agora só faltava a coragem tomar conta de mim.
- Luan... – eu tentei falar, mas a campainha me atrapalhou. Ele pareceu não me ouvir e me olhou confuso. – A comida. Pode pegar pra mim? – fiz bico. Ele sorriu e a pegou junto com Fernando.
O almoço foi tranqüilo. Pouco papo. Meu pai teve sorte de ter quebrado o braço esquerdo, imaginei como seria a dificuldade se ele tivesse fraturado o outro braço. Coitado! Mas foi ótimo ter meu pai depois de uns dias no hospital. Eu sentia muita falta dele. Não só dele vocês sabem. Enfim o dia correu ótimo, mas eu precisava falar com Luan, mas cadê a coragem? Achando me avisem viu! Enfim, no fim de tarde eu já estava no quarto sozinha, não queria ficar olhando Luan sem ter o que falar. Acho que estava me preparando para o que ia falar. Quando de repente Luan entra todo sem graça. Parecendo que nunca tinha entrado no meu quarto. Sorri pra o confortar. Ele sorriu também.
- Ei, porque esta sozinha aqui, hein? Seu pai ta tão feliz.
- Não sei eu não estou muito bem Luan. – Falei cabisbaixa. Uma angústia me invadiu. Senti uma enorme vontade de abraçá-lo. Mas me contive.
- O que você tem? Quer ir ao médico?
- Não o que eu tenho nenhum médico pode me ajudar. – meu anseio por abraçá-lo só aumentava, não sabia quanto tempo ia agüentar.
- O que é Andreza, ta me assustando. – Luan falou realmente assustado se aproximando de mim. Realmente, mais alguns segundos perto dele e eu ia abraçá-lo.
- Não sei Luan. Só preciso de um abraço. – Luan me abraçou muito forte. Parecia estar precisando do mesmo abraço que eu. Eu fraca comecei a chorar. A saudade era muita e eu não podia viver sem meu amor. E sem o seu amor. Não agüentava mais.
- Luan não me deixa aqui sozinha não, por favor! – Implorei por entre as lágrimas. Luan parecia confuso, pois me olhava sem entender nada.
- Claro. Mas o que esta acontecendo? – Me explica.
- Luan eu sinto muito a sua falta. Eu quero você de volta a tempos, mas não sabia com dizer e quando eu te via com a Mariana, eu tinha raiva e desistia. Mas não sei o que fazer sem você na minha vida. – e foi assim mesmo, falando tudo sem ao menos respirar que eu disse que queria voltar. Luan me soltou e parecia pensar. Na verdade acho que queria me torturar, isso sim. Mas me abraçou novamente. E fez o favor de sair e não dizer nada. Deixando-me sem entender nada. Obrigada Luan por me abandonar.
  
Aguarde os próximos capitulos.

E ae estao gostando? me digam, nao me deixe pensar que nao! 
Beijos, Andreza.

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