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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Em pleno Rio de Janeiro

XIX

O dia raiou, e a claridade que invadia o quarto despertou-me, e me espreguicei sorridente. Era o efeito Luan Santana em minha vida. E acordar tendo ele ao meu lado era um dos motivos do meu sorriso. O outro? Na verdade não sei. Eu só sei que estava muito feliz aquele dia que era o último de minha viagem entre amigos. Luan ainda dormia. Preguiçoso! Lindo. Pra mim ele era lindo, com sono, com fome, sorrido, com ciúmes. De qualquer jeito pra mim é lindo. É. Eu o amo, deu pra perceber.


Eu estava nua então peguei um lençol e me cobri sentando-me num sofá que havia no canto do quarto e admirei o ser que é o Homem da minha vida.  Ele se mexeu, e eu não querendo que ele acordasse torci para que seus olhos não se abrissem. Ele só se virou pro outro lado. Revelando-me uma parte de seu corpo que mais me faz delirar. Não. Não, é o que esta pensando. Mas sim sua bunda. Eu tenho tara por ela. Pena ela estar dentro de uma Box. Porque Luan não dorme nú? Droga. Percebendo que Luan não acordaria por hora. Levantei-me indo ao banheiro, tomei meu banho de água quente. Meia hora depois eu estava em frente ao espelho me trocando e Luan ainda dormia. Dorminhoco? Nem um pouco né. Mas ainda era cedo. Eu que não sabendo o porquê não conseguia dormir mais. Fui dar uma volta pela casa pra saber o que teria acontecido com meus amigos. Ou tentar imaginar. No quarto de Pami tudo ótimo, pelo menos parecia estar calmo. O casal dormia tranquilamente e agradeci aos céus por não encontrar coisa mais indecente... Sorri os imaginado. Mas logo parei não era muito boa não. HAHAHAHA. Cheguei à sala vendo a bagunça que deixamos na noite anterior e cheguei a conclusão que teríamos que arrumar tudo antes de sair. Reparei bem e percebi um casal dormindo muito lindamente, não pude conter o riso. Juliano e Daniele dormiam sobre o tapete um de frente ao outro. Certo! Com esses eu não me atreveria a ter pensamentos libidinosos. Afinal nem sei se eles ficaram. Mas estavam tão graciosos juntos que até torci pra que namorassem.


Encaminhei-me até a cozinha e minha barriga emitiu um som um tanto estranho e percebi ser fome. Então tive uma idéia, comecei a pô-la em prática. Torradas, geléia, frutas, biscoitos, café, iogurte, leite. E um bombom. Tudo encontrado naquela cozinha que eu jurava não ter nada pra comer.  Enquanto a água do café fervia, eu preparava a mesa com o que havia encontrado pra meus amigos e uma bandeja pra mim e Luan. Eu sou fofa não sou? Sou. Água fervendo cheiro de café pela casa e Juliano desperta e invade a cozinha me pegando no flagra.
- Existe cafeteira sabia Andreza? – disse-me indo a geladeira pegar água.
- Eu sei. Mas prefiro assim. – Sorri pra ele. E assim que o café estava pronto o coloquei em xícaras e às coloquei na bandeja o que ficou no jarro pus na mesa pra que Juliano pudesse tomar café da manhã.
- Aonde você vai com essa bandeja Dona Andreza? – Perguntou-me com uma expressão bem travessa.
- Há Juliano vai dizer que você não sabe? – sorri pra ele.
- Claro né. – sorrimos juntos.
- Depois quero saber sobre você e a Daniele viu. Falando nisso cadê ela? Ainda não acordou?
- Ainda não. Mas a coloquei em minha cama, é mais confortável.
- A sim. – falei saindo da cozinha carregando a bandeja. – to indo Juliano, antes que esfrie. Até daqui a pouco. 


Finalmente no quarto novamente. Luan não estava na cama. Mas ouvi o barulho do chuveiro e deduzir que estava no banho. Deu-me uma vontade louca de invadir aquele banheiro. Mas achei melhor não ir. Sentei-me na cama apoiei a bandeja na mesma enquanto aguardava. Então eis que surge aquele ser de outro mundo enrolado numa toalha branca. Escondendo seu tesouro mais precioso. Gotas de água escorriam de seus cabelos fazendo caminhos sobre seu corpo, levando-me ao delírio. Seu sorriso aberto mostrava todos os dentes de sua boca. Certo nem todos, mas a maioria. Todos brancos e bem cuidados. Sorriso lindo posso dizer. A cada dia eu estava mais encantada com ele e a cada detalhe de seu corpo me fazia acreditar em perfeição. Porque se perfeição existe só podia existir nele. E ele era de quem? De quem? É ele é meu. (Toma essa mulherada!) E aquele perfume? Nossa me fazia morrer com aquele cheiro marcante. Fazia-me perder horas em meus pensamentos e quando ele estava próximo de mim, fazia-me respirar fundo só pra envolver cada vez mais em seu perfume.
- Bom dia meu amor! Que surpresa boa. – Seu hálito de menta me fez desejar sua boca, que logo foi saciada, pois Luan teve o mesmo desejo que o meu. Seu beijo pela manhã parecia ser mais quente. Minha língua lutava com a dele. Mas logo dei um fim no beijo, pois já sabem onde terminamos quando nos beijamos assim.
- Nossa amor assim já pela manhã? Assim você me mata sabia? Esse perfume, esse beijo... Ai meu que coração não agüenta. – falei sorrindo enquanto Luan se ajeita na cama.
- Agüenta sim, minha linda. – disse-me sorrindo. Ai mais um sorriso desse e eu morro.
- Luan para de ser lindo só um pouquinho? Eu preciso sobreviver a esse fim de semana. – Mais uma gargalhada. Não resisti e o beijei. – amor olha o que eu trouxe pra gente comer! – o mostrei a bandeja. – foi o que achei na casa. Nem tinha reparado no tanto de coisas que eu e a Pami compramos. – disse o servindo.
- Por isso eu digo que vocês trouxeram a casa com vocês. – mais um sorriso. Hoje eu estou tão apaixonada né? Que até um sorriso me faz derreter. Conseguimos tomar nosso café da manhã com calma e tranquilamente, eu só tive uns cinco quase infarto por causa dos sorrisos de Luan. Que hoje estavam muito mais encantadores que nos outros dias. Acabamos de nos alimentar. E eu me retirei do quarto levando a bandeja comigo. Na cozinha estavam todos tomando café, até Daniele. Não sei não, mas acho que ela gostou mesmo do Juliano. Mas eu gostei dela.
- Bom dia crianças! – falei com um belo sorriso.
- Ah falou a velha né? – Fernando disse caindo na risada.
- Ah o bobão fica quieto ai vai. – falei mostrando meu dedo do meio.
- Quanta gentileza! – Juliano disse enquanto bebia alguma coisa que eu não identifiquei.
- Senta com a gente Deza! – Pami pediu e eu não resisti. Mas só fiz pra acompanhá-los.  Olhei pra Daniele e não resisti, fiz uma pergunta.
- E você Daniele? É esse seu nome né? Você mora por aqui mesmo? – direta eu? Imagina!
- Sim é esse meu nome. E não, não moro aqui eu vim com uns amigos também. Perdemo-nos no museu. – Ela disse sorrindo. Ela é Louca né? Porque esta conosco até agora. E os amigos como devem estar? Se for eu com Pami, com certeza íamos querer saber uma da outra.
- E seus amigos? Eles não devem estar te procurando? Continuei curiosa.
- Não – ela sorriu descaradamente. – avisei-os que poderia sair e que talvez não voltasse pra dormir. – ela falava continuando a rir e olhando pra Juliano. Huuum! Bingo, eles ficaram. Adorei.
- Então Dani. Posso te chamar assim? Mora onde então?
- Eu moro no Rio mesmo. Em Botafogo. – Ah é próximo se você for de metrô! Gostei mesmo dela. Fiquei curiosa de saber sobre ela e Juliano, mas deixei minha curiosidade se corroer dentro de mim. – Amigos o papo esta ótimo! Mas temos que arrumar toda a chácara antes do almoço. Pra mais tarde não dá preguiça.
- Eu ajudo vocês antes de voltar pro hotel e pra meus amigos. Eu gostei de vocês. – Dani nos disse sorrindo. E se levantando levando sua louça.
- Então você fica com a louça. – Pami se atreveu e a atarefou.
- Eu fico com os quartos! – Luan falou.
- MILAGRE! – eu gritei.
- Eu fico com a sala. – falou Juliano.
- Banheiros comigo! – Voz da Pami.
- Eu cuido do quintal – Fernando disse indo pra sua área de arrumação.
- Eu fico com o almoço e arrumo a cozinha no fim. – Todos devidamente atarefados. Começamos a trabalhar.


Eu fiz um milagre naquela cozinha. Mas consegui fazer um almoço digno de um domingo. Frango assado, salada, arroz e tinha uma Coca-Cola na geladeira. Perfeito. Todos à mesa e comemos calmamente, sem brigas ou coisa parecida. O silêncio confesso estava me incomodando, suspirei.
- Ai, Ai! Ta acabando né gente? É. – ouvi um coro. Foi engraçado. Mas continuamos comendo.
- A louça e a cozinha são sua você sabe né deza? – finalmente Pami quebrou o silêncio assim que acabamos de almoçar.
- Eu sei Pami. Eu sei. – sorri pra ela me levantando e me dirigindo a cozinha.


Enquanto eu lavava a louça e me perdia em pensamentos, os meninos jogavam na sala e Pami estava em seu quarto arrumando as suas coisas e de Fernando. Era o que eu ia fazer depois que terminasse as tarefas na cozinha, Luan chegou de mansinho, mas seu perfume denunciava sua presença. Me abraçou por trás me segurando com força. Apoiou suas mãos na pia me fazendo ficar presa entre ele e a pia. Sim, eu não te esperava aqui, só isso. Eu estava quieta então torci pra ele não me perguntar o que pensava, porque na real eu não tava pensando em nada e ele não acreditaria. Mas pelo silêncio Luan me perguntaria em 3, 2, 1...
- E você estava pensando em que? Que não me percebeu aqui? – eu não disse? – em nada meu amor, em nada! – Mal sabe ele que o perfume dele anunciara sua chegada.  Sorri. Luan milagrosamente se contentou com minha resposta e ficou me olhando terminar a louça. Faltavam apenas alguns pratos.
- Terminei. – Falei dando um longo suspiro no fim da tarefa. Luan me olhava atentamente. Seus olhos encontraram com os meus. E eu me perdi neles. Sempre me perco ai, ai!
- Eu já disse que você é linda?
- Hum... Hoje não! – respondi sorrindo e olhando seus lábios que se aproximavam dos meus. O encontro de nossos lábios, em minha opinião demorou um século pra acontecer. Ele sabia fazer isso comigo! Fazer-me desejar cada parte do seu corpo. Nossos lábios se encontraram. E eu pude curtir o beijo do Luan. Minhas mãos em sua nuca acariciando seus cabelos. Suas mãos me apertaram e ele me empurrou um pouco mais pra pia nosso beijo se tornou mais intenso. Eu o apertei pra mais perto de mim. Eu o queria, mas me dei conta que a cozinha não tinha parede divisória. Só um balcão. Não que se tivesse a parede agente transaria ali. Só se estivéssemos sozinho. Recompomo-nos. E eu finalmente terminando de arrumar a cozinha fui para o quarto arrumar minhas coisas e as coisas do Luan.


Tudo pronto pra voltar pra casa. De repente me senti um pouco enjoada.
- Luan não estou me sentindo bem, podemos adiar em uma hora a viagem?
- O que você tem amor? – Luan pergunta preocupado.
- Um enjôo. – eu disse sentindo meu estomago revirar e o mal estar começava a me incomodar. De repente uma tontura me fez perder o equilíbrio. Parecia que meu chão havia sumido. Automaticamente levantei minhas mãos em direção ao Luan para que ele me desse segurança. Eu sussurrei seu nome. – Luan... – E pronto já não senti mais nada.

Luan on:

Andreza tinha me dito que não se sentia bem, que sentia um enjôo. Pensei em colocá-la no carro, passarmos em uma farmácia, e lá eu compraria um remédio pra enjôo e a faria tomar. Porém não tive tempo de concluir meu pensamento. Eu vi Deza ficar pálida. Suas mãos em minha direção. Eu me virei de frente pra ela e só pude ouvir um fio de sua voz.
- Luan... – E seu corpo ameaçou cair, mas eu a segurei. Um medo me ocorreu e eu não sabia o que fazer, Andreza me pareceu tão fraca em meus braços. Tive mais vontade de cuidar dela. De tê-la pra sempre comigo. Ouvi a voz de Juliano me chamar. Eu o olhei e ele também estava assustado.
- Juliano! Não podemos viajar com ela assim! – eu disse com Andreza ainda em meu colo.
- A coloque no carro e vamos a um posto, Luan! É melhor. – Juliano me aconselhou eu pensei bem e concordei com Juliano colocando Deza no carro, no banco de trás. Sentei-me rapidamente no banco do motorista e com todos dentro do carro eu corri pro posto de saúde.
Era muito ruim olhar pra Andreza daquele jeito. Toda mole, com a cabeça caída no ombro de Pami, que foi ao lado dela. Nervosa também.
- Calma Pamela, assim você me deixa mais nervoso.
- Mas eu não disse nada Luan! – ela falou espantada.
- Mas sua expressão ta me assustando. – Sorri fraco, pra não parecer ignorante. Por um momento, parei pra pensar. Andreza quase nunca passava mal. Será que esta grávida? Ei! Será que eu vou ser pai? Não me lembro de não usar a camisinha com ela. Costumo me lembrar sempre da camisinha em nossas transas. Mais um motivo pra ficar nervoso. Ou seria feliz?

Luan off:

Acordei deitada numa cama, uma luz branca incomodava meus olhos me impedindo de abri-los por completo. Olhei para o lado, a luz diminuiu e facilitou meus olhos se abrirem. Agradeci.
- Oi. – Ouvi a voz de Luan me falar.
- Oi. – Foi só o que consegui falar, me sentia fraca.
- Esta se sentindo melhor? – Luan perguntou enquanto pegava em minhas mãos. Dava pra ver que ainda estava preocupado. Eu sorri tentando tranqüilizá-lo. Com meus olhos acostumados com a claridade pude olhar em volta e reconheci os rostos dos meus amigos. Olhei novamente pra Luan. 
- O que eu tenho? – Perguntei a ele. Só me lembrava de me sentir enjoada e depois tudo escuro.
- Não sei. – Luan abaixou a cabeça e seu olhar mudou também – O médico ainda não disse nada. Luan fez silêncio, parecia querer me fazer uma pergunta.
- Amor quer me perguntar algo? – eu o encorajei. Senti um frio na barriga, não sabia o que viria na resposta em seguida. Pami se manifestou e pediu aos meninos que a acompanhasse num café do lado de fora da sala de observação. Luan me olhou com um misto de curiosidade e seriedade. Me bateu um medo do nessa hora!
- Amor você tá grávida? – Meus olhos se abriram espantados. Luan me lançou essa pergunta assim na minha cara. Como assim eu grávida? A gente sempre usa camisinha. Ele surtou né?  Olhei pra ele, assustada e sorri, achando graça da pergunta. – O que foi? Falei besteira? – Luan perguntou sem graça, com um meio sorriso no rosto e mão na nuca mexendo em seu cabelo.
- Não Luan, acho que não! – eu disse o ACHO só para fazê-lo pirar um pouco (sou má) – não Luan não estou não. Não viaja. – falei sorrindo muito da cara dele e desfazendo o mal entendido de Luan. 
- Ai Andreza que susto! – Luan disse colocando a mão no coração e respirando aliviado. – Luan a gente SEMPRE se previne. Então fica tranqüilo. – Enquanto Luan se mostrava aliviado o médico chegou. 

Pai eu? O.o


Avaliou-me, logo depois me deu alta, dizendo que o que eu tive foi apenas um mal estar. Senti um alivio muito grande porque já não agüentava mais ficar neste lugar. E o assunto com Luan estava tenso também né? Qualquer coisa que me fizesse mudar de assunto era bom. Disse-me também que poderia voltar pra casa. Ótimo porque já sentia muita falta da minha casa. E do meu pai também.
 Aguarde o Ultimo capitulo!

Beijos, Andreza!


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