Esqueci de Te Esquecer...

Capitulo 25

A noite estava fria, mais ao mesmo tempo quente, o perfume de Caio era tão gostoso, afundei minha cabeça em seu peito.

- Você ta com frio? – Perguntou Caio me fazendo cafuné.

- Só um tikim!

- Vamos pro hotel, se você quiser podemos ver um filme, o que você acha da idéia?

- Maravilhosa, pode ser debaixo do edredom? To com um frio.

- Debaixo do edredom? Hum... gostei. – Caio disse rindo.

- Seu chato – Levantei-me de seu ombro pra poder da um soco, ele apenas ria – Não me critique quando eu ganhar meus filhos vou ficar forte de novo e você vai ver, chato –Mostrei língua, ele riu.

- Ei, to pensando em almoçar amanhã no restaurante L’Arc Paris, ouvi dizer que lá tem uma comida ótima – Disse Caio já dentro do carro.

- É muito cheio de ladainha?

- Não amor, acho que não! Mais vamos ver né, talvez ele é mais simples.

- É né, quem sabe! Será que a Chickity se anima em nos acompanhar?

- Hahahahaha não sei não viu, do jeito que ela ta, duvido muito que vá conosco.

- Verdade!

            Seguimos caminho pelas avenidas de Paris, varias luzes iluminavam o caminho de ruas de pedras. Peguei meu celular na bolsa, havia sms da Deza.

- OI PAM, COMO VOCÊ TA? ESPERO QUE BEM NÉ! E OS BEBÊS? OWN QUE GRACINHA HAHAHA, MAMÃE! DEIXA TE CONTAR, VOLTA PRO TWITTER L KKKKKK SINTO SAUDADES SUAS!

            Respirei fundo olhei pra Caio e sorri, ele correspondeu.

- O que foi? – Perguntou curioso.

- A gente vai mesmo pro Rio?

- Sim, provavelmente amor, tem que ver meu curso né.

- É que to afim de ver minha amiga que mora lá.

- Hum vai ser ótimo, então você vai vim comigo?

- Sei não to pensando.

- Ta bom, sei que ta. – Disse Caio sorrindo. Voltei a minha sms tinha que responder minha amiga né.

- OIE! QUE SAUDADONA DE VOCÊ TBÉM AMIGA, ENTÃO TAVA FALANDO COM O CAIO AQUI E PROVAVELMENTE IREMOS PRO RIO MESMO, ENTÃO A GENTE SE ENCONTRA DAQUI UNS DIAS, AGORA VOU ALI POR QUE TO EM PARIS E ESTAMOS CHEGANDO NO HOTEL, BJUX TE AMO MIGAH *-*

            Chegamos ao hotel, não havia movimento na recepção, passamos pelo saguão e entramos no elevador, abracei Caio, parecíamos mesmo um casal de namorados, ou marido e mulher.

- Então onde você quer ver filme? No meu quarto ou no seu?

- No seu, no meu quarto a Chickity ta lá.  – Disse ainda abraçando Caio.

- Ta bom meu amor, vamos pro meu então, mais antes vou tomar um banho.

- É eu também vou pro meu quarto tomar um banho e trocar de roupa.

- Ta certo.

            Despedimos um do outro, nossos quartos eram pertos um do outro. Fui pro meu, Chickity estava deitada na cama conversando no telefone, parecia tão feliz, acho que estava conversando com o namorado dela. Peguei uma toalha, e meu pijama, entrei debaixo do chuveiro, não demorei muito foi um banho bem rápido.

            Quando sai Chickity ainda estava grudada ao telefone, sorri e a disse onde estava indo, ela me olhou com cara de “lá vai né, safada” fiquei com vergonha, mais minha intenção de ver filme sozinha com Caio era outra, não havia nada de corpo, nem de sexo, era necessidade de carinho.

            Sai de mansinho do quarto, no corredor havia poucas pessoas, um casal jovem de mãos dadas eles me olhavam fiquei morrendo de vergonha e acenei com a cabeça.

- Que gracinha você está grávida? – Perguntou a moça. “Não, eu engoli uma melancia inteira” pensei em responder,mas minha educação não deixou.

- Sim! – Falei sorrindo, passando a mão sobre minha enorme barriga.

- Menino ou menina?

- Os dois.

- Os dois? – Perguntou o rapaz no susto.

- Sim, são gêmeos.

- Nossa parabéns! – Disse a moça vindo em minha direção passou a mão sobre minha barriga  – Que gracinha, nós estamos querendo um filho também só que não agora, estamos novos demais, e acabamos de nos casar. Você e seu marido tem quanto tempo de casados?

- Eu não sou casada.

- Não? – Perguntou o rapaz mais uma vez assustado.

- Hahahaha não.

- Nossa.

- É... bom, vou ter que ir meu... – Pensei bem, Caio não era meu marido, não era meu namorado, e nem amigos, amigos ficam? Acho que não, mais todo caso, ele era meu amigo – ...meu amigo esta me esperando.

- Há sim, tchau bebês – Despediu a moça de minha barriga. Achei aquilo super estranho mais não disse nada, apenas sorri.

- Tchau moça, e... Boa sorte.

- Ah obrigada! – Falei sorrindo.

            Virei de costas pro casal. Ta eles foram um pouco curiosos né? Mais fazer o que né, na minha vida só há uma coisa que eu escondo a identidade do pai de meus filhos, o resto não há motivos nenhum pra esconder.

Bati na porta de Caio antes de virar a maçaneta. Entrei com uma rapidez desnecessária, com sinceridade fiquei com medo do casal.

- O que aconteceu? – Perguntou Caio ao me ver no seu quarto.

- Um casal me parou no corredor, ficaram perguntando se eu tava grávida, hahahaha era obvio isso né – Ri olhando o tamanho de minha barriga – Então... Eles me perguntaram se eu era casada, qual era o sexo dos meus filhos, aí... Um questionário irritante.

- É as pessoas deste pais são um pouco curiosas mesmo, ainda mais com turistas.

- É vi isso mesmo, mais me diz que filme iremos ver?

- Peguei dois.

- Dois?

- Sim, dois. Um amor pra recordar e peguei esse de terror por que sei que você gosta, pensei em alugar também Piratas do Caribe, mais não vi muita graça já que você ama este filme e já viu todos.

- Hahahaha gosto mesmo. Qual é o de terror?

- Inverno de Sangue em Veneza.

- Ain será que é bom? – Perguntei já com a caixinha do filme nas mãos.

- Deve ser eu estava lendo o resumo dele.

- Hum... Então qual vamos ver primeiro?

- Terror!

- Você que manda amor – Disse Caio, indo colocar o filme no DVD.

            Sentei-me na cama, enrolei o edredom sobre minhas pernas, ain tava tão quentinho, Paris era muito fria nessa época de ano. O travesseiro era muito macio joguei minha cabeça por ele, quase me afundando.

- Esses travesseiros são fantásticos né?

- Sim são. – Falei com a cabeça enfiada em um.

- Hahaha comprei alguns pro seu quarto.

- Serio?

- Sim.

- Ain que bom, adooooro um travesseiro bem macio, e daqui uns dias com a chegada dos pequenos      eu vou precisar de algo macio pra apoiar a dor de cabeça que vou ter, viu.

- Hahahaha vamos arrumar uma babá pra te ajudar amor, fica tranqüila.

- É mais mesmo assim, duas crianças, DUAS CRIANÇAS! Vão dar muito trabalho.

- Agente dá um jeitinho amor.

- Ta certo, mais cadê o filme?

- Espera aí que já to colocando.

- Eita, ta bom.

            Quando Caio colocava o filme, me diverti com o travesseiro. Ficamos segundos sozinhos na cama, Caio estava de volta.

- Pronto agora não reclama, esse filme parece ser bom, sangue, mais sangue, mais sangue.

- Muito sangue? E se eu passar mal?

- Te deixo passar mal sozinha, no banheiro, hahahahaha – Riu Caio pegando minha cintura e nos aproximando.

- Hahaha faz isso, você vai dormi com a consciência pesada – Falei batendo em seu ombro

 – Idiota – Resmunguei.

- Tudo bem então amor, eu não te deixo passar mal.

- Rùm! Pode mesmo não! – Disse colocando minha mão esquerda em seu peito.

Estávamos abraçados novamente parecendo um como casal.

            Ri tímida, enfiando meu rosto em seu peito nu. Caio não gostava de dormi de camiseta, ele odiava na verdade, ficava o dia inteiro só de bermuda quando estava em casa.

            O filme foi até bom, muito sangue, muito sangue mesmo, teve horas que gritei de tanto susto, Caio era mal e só ficava rindo de meu sofrimento.

            Ficamos a noite inteira vendo filme, deitados na cama abraçadinhos, aaain tava tão bom. Queria que isso durasse horas, queria que isso durasse anos. Eu e Caio, ele poderia ser o homem da minha vida, preferia mil vezes alguém que não fosse famoso, que fosse apenas um medico como outro qualquer.

            Adormeci nos braços de Caio.

            Acordei com algo cutucando meus pés, abri os olhos devagarzinho, vi alguns feixes de luzes atravessarem a imensa janela do quarto.

- Acorda preguiçosa, já ta na hora de levantar. – Disse Caio ainda cutucando meus pés.

- Como? Ta cedo amor deixa eu dormi mais um cadim?

- Nem mais nem menos, levanta agora, você precisa comer, o dia vai ser longo, ultimo dia em Paris, amanhã já voltamos pra Bruxelas e depois seguimos caminho pro Rio. Vaaaaai trem levanta!

- ô homi chato! A gente num pode nem ser feliz mais, que preconceito é esse com quem quer ficar mais um cadim na cama? Eu hein, deixa eu poxa.

- hahahaha, o caipira vamos larga o interior e voltar pra Europa?

- Avah, xau Caio – Disse jogando o enorme edredom sob minha cabeça.

- Hahaha, é assim?

- É! – Gritei sufocada.

- Então ta, eu vou dar umas voltas de carro, arrumar umas garotas pra mim, já que você fica ai enrolada no edredom com preguiça de ver a luz do dia, eu vou sair – Reclamou Caio fingindo estar indo embora.

- Idiota! Que saco viu?! – Reclamei jogando o edredom longe. – Você pelo menos me espera arrumar?

- Eu tava brincando, eu não quero outra garota, eu quero você – Disse Caio puxando-me contra seu peito, nossas respirações estavam desigual, eu o olhava como se estivesse olhando o amor de minha vida, Caio podia ser o meu Luan, aquele que não era famoso, que com certeza estaria sempre comigo, pois o outro nunca mais estaria.

Colei minha boca com a de Caio. O beijei sem pensar nas conseqüências, a janela que estava aberta trouxe um vento perfumado pra dentro do quarto, senti aquele perfume, as lágrimas escorreram pelo rosto, o perfume era o de Luan.

Pelo amor de Deus até quando? Ate quando sentiria isso? Ate quando passaria por isso?

- O que foi? – Perguntou Caio preocupado.

- Eu quero você, preciso de carinho. – Disse ainda chorando, o abracei.

- Ô meu amor, fica assim não, xiiiiii... To aqui.

            Sentamos na cama, fui novamente envolvida pelos seus braços, alguns minutos depois resolvi tomar um banho, lavar o rosto e quem sabe assim o Luan sairia de minha mente, pensei em arrumar Q-Boa e abrir meu cérebro fazendo assim uma lavagem cerebral caseira.

Estava cada vez mais difícil esquecer o Luan...

Continua...