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domingo, 6 de novembro de 2011

Esqueci de Te Esquecer...


Capitulo 27

            As lágrimas caiam não as parei. Sorri e novamente passei a mão sobre meu ventre, respirei fundo, o perfume de Luan me deixava mais calma, mais feliz, mais tranqüila.

-          I’m here without you baby... But you’re still with me in my dreams! – Cantei.

            A tarde passou rápida tive que voltar pro apartamento de Caio. Em questão de minutos já estava lá dentro, não avistei ninguém, nem na sala nem na cozinha, provavelmente Caio ainda não tinha chegado e Chickity devia estar dormindo em seus aposentos.
            Fui fazer o mesmo, entrei em meu quarto, liguei o som As lembranças vão na mala, precisa ouvir a voz de Luan, precisava disso.

            Deitei na cama, não chorei, pelo incrível que pareça não derramei mais nenhuma lagrima, apenas adormeci.
           
            Dormi demais, acordei já era de manhã, que ótimo estava com dor de cabeça, não posso dormi muito a pressão cai, a cabeça dói é péssimo. O som ainda estava ligado, bem baixinho mais ainda tocava, um fato sobre mim, eu não consigo dormi sem ouvir música.
            Estava passando a música Let me go – 3 Doors Down, eu já disse que amo essa banda? Então, EU AMO ESSA BANDA!

            Andei devagarzinho pra não bater em nada. Com uma barriga imensa fica difícil de enxergar o que tem no caminho hahahaha, no relógio marcava 07:30hrs. Tinha que tomar banho, se eu me lembro estava marcado meu ultrassom pras 09:00hrs da manhã.
            Tomei o banho mais demorado do mundo, tudo por que? Por que fui lavar meus cabelos que estavam enormes.

- É preciso cortar isso! – Disse a mim mesma, quando os escovava.

            Fiquei mais alguns minutos pelejando com meu Bombril, depois voltei ao quarto, troquei de roupa, passei um make meio levinho, rímel e delineador apenas.
            Fui até a cozinha, tomei leite frio com sanduíche, não era igual aos do Caio mais dava pro gasto. Na sala peguei a chave do carro, minha bolsinha com celular, carteira, essas coisas básicas. Sai de casa, não chamei Caio ele com certeza estava dormindo ainda, coitado trabalhou a noite inteira, com aquela Dra. Elizabeth. Eca! num gostei.

            Entrei no carro, coloquei meu pen drive procurei uma música: Let Me Be Myself mais uma do 3 Doors Down. Liguei o carro, fiquei passeando pelas ruas de Bruxelas, o clima estava agradável, nem frio nem quente de mais.
            O consultório era perto de uma lojinha de bebês, fui passar o tempo lá. Tinha algum dinheiro na carteira, o que sobrou da viagem.

            Comprei apenas cinco macacões, e dois chocalhos. Nada de muito caro, foram coisas bem simplesinha pra eles poderem fazer a festa. Já estava na hora da consulta, na hora do meu ultimo ultrassom, estava tão ansiosa, nervosa na verdade. Precisava me acalmar, precisava, pois se não alterava minha pressão.

            Entrei no consultório, cumprimentei a moça que ficava na recepção, ela me acompanhou até a sala de ultrassonografia, Dra. Jayne já me aguardava. Retirei toda a roupa que cobria minha barriga, a Dra. jogou aquele gel gelado por cima de meu ventre. Arrepiei é terrível a sensação.

- Ooooooooooooooooown oi bebês da mamãe! – Brinquei ao ver novamente o rostinho de meus pequenos. Eles eram tão lindos, a menina tocava o irmãozinho que parecia estar dormindo. Minhas lagrimas jorravam de emoção. A Dra. sorriu vendo minha alegria.
- Temos que acompanhar eles estão com peso baixo, podem nascer prematuros, então repouso é essencial.
- Mas Dra. o Caio te disse que estamos indo pro Rio agora né?
- Sim ele me contou, dei a permissão que ele te levasse, mais com extremo cuidado, você tem que se alimentar bem, e beber muito liquido. Assim seus bebês nascerão fortes e saudáveis.
- Sim, pode deixar.
- Olha onde ta o pezinho do menino! – Mostrou a Doutora quando encontrou o pé de meu homenzinho. Ele vai ser preguiçoso, quando não ta dormindo ta brincando com o pé.
- Eles não vão ser idênticos né?! – Perguntei ainda olhando meus pequenos.
- Não, eles não estão compartilhando da mesma placenta ta vendo? – Disse a Dra. mostrando-me a placenta de cada um. É idênticos eles não vão ser. Mais eles são bem parecidos dava pra perceber com o ultrassom 3D.

            Fim da ultrassonografia, hora de ir pra casa Caio deve estar louco me procurando, imaginei pois tinha 4 ligações dele. Retornei.

            Chama 1. 2, 3...

- Pam?
- Oi Caio, você me ligou amor?
- Liguei, você pega meu carro, sai sem me avisar, tava doido te procurando, e a consulta? Esqueceu da ultrassonografia?
- Calma homi de Deus, eu to bem, to viva, os bebês estão bem também, eu já fui fazer ultimo ultrassom, fui sem você pois achei que seu sono era mais importante, tu estava morto de cansaço, trabalhou a noite inteira, achei melhor não te acordar, e também eu precisava sair um pouco, então peguei o carro pra dar umas voltas por ai.
 - Que linda né, eu queria ter ido junto, queria ter visto eles.
- Calma, o documento do ultrassom ta aqui, você vai vê-los.
- Mais me diz como eles estão?
- Bom... Diz a Jayne que eles estão bem, que minha pressão esta um pouco alta, que eu tenho que ficar de repouso, que eles estão bem sadios só que tem risco de nascerem prematuros, que eu vou ser mamãe de duas criaturinhas mais linda de todo o universo.
- Ooown e vai ser a mamãe mais babona do mundo também.
- Hahaha engraçadinho.
- Amor, eu vou pro hospital, vou de moto né, já que você esta com meu carro, rùm...
- Iiiiiiiiih não amola! – Reclamei.
- Hahaha to brincando amor, pode ficar com ele, afinal ele é mais útil pra você do que pra mim, e eu tenho a moto né, fica bem mais rápido de chegar ao hospital.
- É verdade, preciso de algobem maior pra colocar as compras hahaha, credo filho faz agente gastar muito.
- É eu que sei.
- Hahahaha, você que mandou eu comprar, num reclama agora.
- Eu não to reclamando pode comprar o que você quiser. Ò amor, vou ter que desligar, vou trabalhar né. Bom... A Chickity vai fazer seu almoço, eu já comi uns trem que estavam na geladeira.
- Ta bom amor, vai lá trabalhar, já to chegando em casa.
- Ta certo, xau beijos.
- Xau, Bjux.

            Desliguei telefone, liguei o som novamente, coloquei Nickelback pra tocar Never gonna be alone. Dei mais algumas voltas pela capital, nada de muito interessante, vi algumas pessoas doidas com cabelos coloridos piercings pra todos os lados, assustador.

            Não demorou muito e já estava de volta em casa. Joguei a chave do carro na mesinha da sala, fui ate a cozinha encontrar com Chickity que já fazia meu almoço.

-  Hum... que cheirinho bom – Disse sentindo o aroma que vinha do fogão.
- To fazendo, macarrão com molho e cogumelos
- Ain que delicia!
- Quando vocês forem por Brasil vão sentir saudades de minha comida.
- Pior que vamos, Chickity
- Aí to com saudades do João Pedro
- Eles vão vir com agente Chickity não vamos demorar
- Vocês tenham cuidado pelo amor de Deus, lembrem que estão carregando duas crianças
- É impossível de esquecer
- Sei!
- Você tem filhos? – Perguntei curiosa sentando-me no balcão.
- Tinha, eu perdi.
- Perdeu?
- Sim, não sabia o sexo do bebê estava grávida de 20 semanas mais ou menos – Choramingou Chickity mexendo a panela.

            Ela parecia não querer me olhar, talvez se me visse não conseguiria segurar as lagrimas. Meu coração rachou de dó. Imaginei como seria se eu não tivesse meus filhos, se eu os perdesse. As lagrimas vieram abaixo, levantei devagarzinho, Chickity precisava de um abraço. A abracei.

- Ei pode chorar, eu imagino que deve estar doendo muito né amiga, to aqui viu – Consolei dando-lhe um abraço bem forte. Sua dor, suas lagrimas foram logo sumindo, ela precisava só de apoio, de carinho.
- Tudo nessa vida passa, quando os meus vierem você vai pode criá-los como se fossem seus, pois confio em você, sei que você é boa amiga, boa mãe, se Deus o levou foi por que era a hora certa.

Chickity nada disse, limpou suas lagrimas, e sorriu.

- Obrigada! – Agradeceu.
- Que isso, amigas são pra isso né

            Passamos a tarde conversando, ela me contou o que fazia antes de morar com Caio, antes de conhecê-lo. Ela o considera como filho. Vi o carinho que ela possuía por ele. As histórias de Chickity eram assustadoras, sua vida de miséria de sofrimento doía o coração de quem as escutava. Mais apesar de tanto sofrimento ela sorria, mostrando aqueles dentes brancos como leite, sua vida nos E.U.A não era muito fácil, contou-me ela, disse que seus pais nunca a entenderam e que quando arrumou um namorado acabou engravidando,era muito nova e inexperiente, não sabia nada da vida e o garoto se aproveitou.
            Depois que ela descobriu que estava grávida, arrumou um desespero, sua família nunca iria aceitar, pois naqueles tempos eram muito conservadores. Então vendo as opções que tinha não conseguiu fazer mais nada, resolveu ir embora.

- Nunca pensei em tirar meu filho, por mais difícil que fosse minha situação eu continuaria grávida, continuaria carregando um feto dentro de mim, ate a hora dele ver o mundo, pois ele não pediu pra ser gerado, não pediu pra entrar dentro de mim. – Contava Chickity.
- Contei pro meu namorado que estava grávida... Ele riu e disse: “Eu não sou o pai” – Sua raiva a consumia por dentro ao lembrar do rapaz, pude ver isso em seus olhos avermelhados como fogo.
- O que você fez? – Perguntei curiosa.
- Chorei, chorei muito e fugi do país, como não havia pegado muito dinheiro só deu pra vir pra Bélgica, quando cheguei aqui, passei fome e frio, não havia lugar pra morar nem nada. Lembro que estava no comecinho da gravidez, quando acordei numa manhã deitada no banco de uma praça sangrando muito, fiquei louca, desesperada, e não era pouco sangue, era muito, como se eu tivesse perfurado uma artéria. – Sua mão passou pela sua barriga oca.
- Sabia que tinha perdido meu filho – Mais lagrimas despencaram, tanto minhas quanto dela.
- E o que você fez?
- Graças a Deus alguém que estava passando na rua viu minha dificuldade de levantar e ajudou-me. Estava com dificuldades de levantar, respirar, falar. O Senhor que hoje não me lembro o nome, foi um anjo, ele me levou até o hospital que Caio trabalha agora. Nossa foi assustador.
- É imagino!
- Chegando no hospital, foi uma correria, fui colocada numa maca, não me lembro muita coisa só de ver o Senhor despedindo de mim, com um simples tchau, com dificuldade acenei pra ele. Mais logo colocaram uma sonda em mim e não vi absolutamente nada.
- Ain sonda nasal? Aquilo é completamente desconfortante.
- Pior que é! Bom, depois tive que fazer uma cirurgia, dilatação do colo do útero seguido de curetagem. Então depois desta remoção do feto, tive que fica alguns dias no hospital em observação, meu estado era gravíssimo, como eu tive um aborto espontâneo inevitável sofri graves conseqüências. Tive problema no útero, tive que fazer uma Histerectomia, ou seja, retirei meu útero. Sofri depressão, logo quando sai do hospital fiquei absolutamente perdida, não sabia o que fazia ou pra onde ia, envolvi com coisas erradas, comecei a usar droga, todo o tipo de droga, fumava muito, bebia muito. Fiquei alguns anos nessa vida.)
- A... – Parei resolvi não dizer nada, estava completamente sem palavras.
- É eu sei que você esta sem palavras, eu fiz muitas coisas erradas Pami, erradas demais. Bom... fiquei alguns anos envolvidas com traficantes, e trabalhei em bordeis numa cidade pequena nos arredores de Bruxelas. Depois de um tempo, fui ameaçada de morte e resolvi fugir. Peguei e fugi com uma amiga minha o nome dela era Hãhna, essa era mais doida que eu, fazia de tudo, ela já abortou mais de 3 vezes.)
- Nossa Senhora! – Falei boquiaberta.
 - Então, a gente fugiu pra Bruxelas tentando fugir destes traficantes, estávamos devendo dinheiro pra eles – Não sabia se Chickity estava com raiva ou ódio seus olhos borbulhavam em chamas.
- Tenho nojo de mim por ter feito isso, por ter estragado tanto minha vida.
- Calma Chickity, graças a Deus você esta aqui viva, e bem. Mas me conta como o Caio entrou na sua vida?
- Então depois que vim pra Bruxelas, passou mais ou menos 1 semana e os traficantes acharam eu e essa minha amiga. Fomos estupradas, machucadas, apanhamos feio, minha amiga foi jogada na parede e levou 4 tiros queima roupa. Eu vi isso tudo de perto. – Mais lagrimas caíram, ou melhor, jorravam.
– O traficante me pegou nos cabelos, enfiou o revolver na minha boca, disse sem dó nem piedade: Eu não vou te matar vadia, quero te ver sendo destruída aos poucos.
- Chickity eu... – Não continuei ela me parou.
- Como estávamos em casa, os vizinhos ouviram as gritarias e barulhos de tiro, logo chamaram os policiais. O traficante e seus amigos fugiram, no dia seguinte fiquei sabendo que foram mortos por outros traficantes, pois estavam em área de gangues. Eu fui levada pro hospital, depois pra clinica de reabilitação, tomei tranqüilizantes e remédios pra depressão. Conheci Caio no hospital, eu tenho problema de coração, ele é meu cardiologista particular – Enfim Chickity retirou aquela tristeza do rosto e abriu um enorme sorriso.
– Contei a ele o que passei, o que sofri. Eu estava desempregada na época e precisava trabalhar, afinal os remédios não eram baratos. Caio me convidou pra trabalhar com ele na clinica, depois na sua casa e estou aqui até hoje.
- Você nunca pensou em voltar pra sua casa nos E.U.A?
- Uma vez, quando estava sendo obrigada a cheira pó,mais acabei não voltando, meus pais não mereciam o que fiz, eles não mereciam ter uma filha como eu, se eu voltasse iria fazê-los sofrerem muito, eu já era uma viciada, não me arrependo de nada que fiz, mais não aconselho ninguém a fazer o mesmo. Graças a Deus se eu não tivesse feito o que fiz, talvez não conheceria o Caio,talvez eu não estaria aqui hoje sentando neste sofá com você se meus vizinhos tivesse me ajudado.
- Graças a Deus você esta aqui com agente Chickity.
- É... Bom, eu vou te dizer uma coisa Pam. Eu trabalho aqui a anos, Caio virou meu filho, o conheço mais que qualquer um, sei o que ele sente, sei o que ele passa, sei que ele te ama, e quando ele ama alguém é de verdade.
- É... – Tentei falar algo mais não sabia o que dizer, toda aquela história, tudo o que Chickity passou, era chocante de mais.

            Caio a ajudou, como me ajudou. Deus o enviou pra me proteger e proteger a todos que ele cerca.

- Hoje estou muito feliz, agora com vocês aqui em casa então, não tem nem palavras, antes ficava só eu e Caio, ele vivia trancando naquele quarto estudando, quando não tava estudando estava no hospital ou na clinica. Ele é um rapaz muito bom, Pami. Você tem muita sorte por encontrar alguém como ele. Não desperdice a chance de ser feliz, sei que você pode amá-lo, tudo nessa vida tem um jeito. Nada é impossível. Você vai conseguir esquecer o pai dos seus filhos, você vai conseguir viver feliz, com a gente aqui. Eu, Caio e seus amigos estamos aqui pra isso, pra te da apoio e te ajudar, sei muito bem o que você passa. Só te digo uma coisa. Vai dá tudo certo! – Disse Chickity por fim, antes de me envolver em seus braços num abraço apertado.
- Obrigada! – Falei novamente chorando.

            Ficamos ali abraçadas por um longo tempo, depois Chickity foi arrumar a cozinha e eu pro meu quarto. Toda aquela história me deixou completamente chocada, sentei-me na cama, na verdade deitei. Era coisa demais pra minha cabeça...


Continua...

5 comentários:

  1. nossa rapaiz do ceú que coisa de loco cara essa chikity(nao sei pq mas quando leio o nome dela me lembro das chiquititas hahahaha) ja passo por maus bucados qué dó :´(

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  2. nosso o capitulo foi dimais adorei ela realmente sofreu muito .bem mais uma vez pesso posta logo o proximo capitulo kkkkkkkkkkk beijos

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  3. tadinha dela. minha nossa pqp coitada :o
    mais ela deu um conselho pra Pami. ela vai acabar ficando com o Caio to até vendo o final dessa fanfic, não vai ter outra.

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  4. Lindo,, Caraca qe historia , fiquei chocada :O .. Mas e o Luan nessa historia , qando eles vao para Brasil?
    :)

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  5. To chocada com essa história da Chickity..

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