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domingo, 20 de novembro de 2011

Esqueci de Te Esquecer...

Capitulo 34

O sol batia em meus pés, o vento era gelado, mas agradável. Passei a mão sobre o macio edredom até encontrar algo que se identificasse com Caio. Não encontrei nada. Provavelmente já estava sozinha novamente. O curso de Caio era muito cedo e como acordo muito tarde não o encontrava mais na cama.
            Abri devagar os olhos, a claridade incomodava.

- Bom dia meus pequenos! – Disse com voz rouca, para meus bebês dentro de mim – Bora levantar? – Parei, olhei o relógio, estava cedo 10 horas – Pensando melhor, dá pra tirar mais um cochilo – Brinquei virando pro canto.

            Fiquei enrolando, olhando o teto e decidindo se levantava ou se ficava na cama por mais alguns minutos. Não consegui ficar. Levantei com tanta rapidez que minha pressão caiu, tive que me sentar.

- Aí que droga! – Reclamei.

            Minhas pernas estavam muito fracas, bambas na verdade. Minha cabeça girava como se estivesse com labirintite. Isso não era bom.
            Peguei o telefone do hotel junto com a agenda de números que havia na gaveta. Caio tinha deixado uma caderneta com números de hospitais, de restaurantes, de lanchonetes e vários outros lugares. Foliei a caderneta até encontrar um hospital perto.
            Anotei o endereço.
            Com extrema dificuldade, caminhei até o banheiro, lavei meu rosto. Troquei de roupa, short, sapatilha e batinha branca caída de um lado do ombro. Peguei minha bolsinha e a chave do carro.

 - Ain... – Gemi de dor. Estava fincando algo dentro de mim, parecia arranhar minha espinha ou perfurar meu estomago.

            Caminhei com dificuldade pelo saguão do hotel. Entrei no carro e pisei fundo no acelerador. A dor era muita, estava na hora. Pensei em ligar pra Caio, mas incomodá-lo não tinha necessidade. Pensei em ligar pra Deza e pedir pra ir comigo ao hospital, mais não tinha tempo.
            Em menos de 10 minutos já estava no hospital. Cheguei à recepção com a mão apoiando minha barriga.
            A moça vendo meu estado chamou os enfermeiros que vieram com uma cadeira de rodas.

- Ta doendo. – Reclamei.
- Calma, respira fundo. Vai ficar tudo bem.
- É o que espero. Pelo amor de Deus fazem essa dor passar.

            Levaram-me para um quarto, alguém precisava me examinar. Uma médica chegou, não reparei todos os detalhes, apenas senti quando retiram minhas roupas.

- Não esta entrando em trabalho de parto.
- Mais ta doendo. – Continuei a reclamar.
- Calma, respira. O que você fez? Algum esforço excessivo?
- Não, eu não fiz nada. Apenas levantei da cama, e me senti muito tonta, tenho pressão alta e acho que a minha caiu de uma vez.
- Quando começaram as dores?
- Assim que levantei novamente e fui apanhar as chaves do carro.
- Ok, vamos ver o que você tem. – A médica virou para uma enfermeira – A preparem para uma ultrassonografia, ela não ta entrando em trabalho de parto, pelo visto os bebês estão incomodados com alguma coisa.
- Sim, doutora.

            A dor havia melhorado me concentrei no que faziam comigo dentro do quarto. Vesti novamente minha roupa, pois a Doutora tinha me despido para examinar com mais precisão. Fizeram um monte de perguntas para anotar no prontuário. Quantas semanas eu estava, quantos anos eu tinha, se havia pressão alta, se era casada, se estava acompanhada, se tinha diabetes, se era anêmica, perguntas e mais perguntas. Aferiram minha pressão, verificaram pulso, temperatura e respiração.

            Levaram-me para outra sala. Fui deitada e acomodada de um jeito que pudesse ficar relaxada. Nada mais incomodava, não estava sentindo dor e nem desconforto.
            A doutora entrou com calma.

- A dor passou?
- Sim doutora.
- Então vamos ver o que seus bebês estão fazendo.

            Retirei a blusa. O gel super gelado veio de encontro ao meu ventre. Observei no monitor, estava curiosa de mais pra ver como estavam meus pequenos.

- O menino esta de cabeça para baixo aqui ta vendo? Ele vai ser jogador de futebol não para de mexer as perninhas. A menina ta quietinha. A dor pode ter vindo disso, eles deviam estar “brigando” pelo espaço pequeno.
            A Doutora disse um monte de coisas, me orientou sobre a alimentação, sobre o que fazer quando senti novamente as dores, pra não me locomover muito e ficar de repouso.

- Ta quase no dia deles virem ao mundo e estão ansiosos pra isso. – Disse a Doutora antes de nos despedirmos.

            Sai mais tranqüila do hospital. A dor tinha passado por completo. Entrei no carro, passei minha maquiagem já que tinha saído tão desarrumada do hotel.
            Rímel e delineador apenas. Olhei as horas, estava tarde, 13 horas e não havia comido nada. Hora de almoçar.
            Passei em um restaurante próximo ao hospital. Almocei pouco, bife acebolado com arroz, feijão, abacaxi, e um refrigerante.
            Não estava a fim de ir pro hotel ficar lá sozinha olhando o teto do quarto pensando na morte da bezerra. Decidi ir à casa de Deza. Ela com certeza já tinha acordado.
            Passei pelas ruas, ouvindo The Scientist de Cold Play. Não estava triste todo incidente de ontem já havia sumido, vi meus pequenos e eles estão bem, estão saudáveis e custosos.
            A Deza era minha amiga, e se estive com o Luan não me importava, afinal não sou dona dele, e não temos nada.
            Cheguei ao predim bunitim da Barra. Peguei minha bolsinha e as chaves do carro, deixei o exame de ultrassom no carro. Não queria ficar carregando aquilo pra lá e pra cá.
            Toquei a campainha. Desta vez não demorou nem 3 min pra porta ser aberta. Uma mulher atendeu.

- Oi! A Andreza está? – Perguntei.
- Sim ela está – A mulher se virou pra trás e gritou – Andreza... Minha filha estão te chamando aqui. – Voltou a me olhar – Qual é o seu nome?
- Pamela, sou amiga dela.
- Ah Pami, olá tudo bem, sou a mãe da Deza. Venha entre, fique a vontade. Vou chamá-la
- Ta bom. Obrigada! – Falei entrando e me sentando no sofá.

            A mulher entrou pela casa, imaginei que tinha ido ao quarto de Deza ver o que ela tanto fazia que não a escutou.
            Fiquei observando o sofá onde Luan estava parado quando me viu entrar pela porta. O imaginei parado, olhando atento e sem acreditar no que estava vendo. Nada do que aconteceu estava claro pra mim, não tinha nada explicado.

- Pam! – Disse Deza assim que me viu.
- Oi amiga! – Falei levantando-me do sofá e indo abraçá-la.
- E aí como você ta?
- To bem, vim me desculpar com você. Ontem não pude ficar pra gente conversar direito, vi que você tinha visita.
- Ah, o Luan? O Luan não é mais visita, ele já é de casa.
- De casa, já ta assim?
- Hahahaha, senta ai vou te explicar – Andreza sentou-se ao meu lado – Então, o Luan agora é meu amigo Pam. Eu pensei em te contar mais não teve como, queria te contar pessoalmente queria ver sua reação.
- Hahaha, olha minha reação – Abri a boca.
- Pami?
- Que é?
- Para, boba. É verdade, eu e o Luan somos amigos, nos conhecemos no hotel que eu trabalho.
- Hum. – Abaixei minha cabeça – Mas enfim – Retornei a olhar Deza – Desculpa ter saído correndo ontem, tinha uma serie de coisas pra fazer com o Caio e não pude ficar – Menti.
- Tudo bem amiga. E ai o que você ta pensando em fazer hoje? Pular de pára-quedas?
- Então, tava pensando a gente pode arrumar umas coisas legais pra fazer, mas to proibida de fazer esforços então pular de pára-quedas não é muito ideal. – Sorri.
- Proibida? Por que?- Deza perguntou com espanto.
- Fui ao medico hoje, acabei de sair do hospital.
- Aí Pam, o que aconteceu?
- Acordei com tontura e muita dor – Falei passando a mão sob minha barriga – Tive que fazer um ultrassom pra ver como esses custosos estão, quando fui ver a dor é porque estão num lugar muito apertado. Não vou demorar a ganhar.
- AAAAAAAAh eu queria te visto eles no ultrassom  – Disse Deza fazendo bico.
- Ah muié, hahaha eu to com o exame de ultrassom lá dentro do carro você quer ver?
- Serio? Ai eu quero! – Gritou pulando de felicidade.
- Ta bom, mas não se empolga muito, você pode ir lá buscar pra mim?
- Claro!

            Peguei minha bolsinha e a chave que estava jogada dentro dela.

- Toma, o exame está na porta do carona.
- Ta bom. Vou dá uma voltinha com seu carro pode?
- Hahaha, boa sorte! – Brinquei.

            Deza se levantou e em questão de minutos já estava de volta com o exame nas mãos. Ela me entregou, o abri com cuidado, havia mais umas coisas lá dentro. Como receitas médicas e bulas de remédio.

- Que bagunça Pamela.
- Eu coloquei tudo junto, tenho que comprar uns remédios pra pressão e esses aqui são vitaminas que acabaram.
- Hum...
- Ta aqui – Falei ao encontrar meu exame – Olha aqui meus pequenos – Mostrei a foto do ultrassom.

            Deza fez cara de quem estava confusa. Mas parecia entender algumas partes. A mostrei quem era quem.

- Que lindos amiga. Será que vão parecer com o pai?
- To rezando que pareçam, por que se puxar a mim, coitados.
- Hahaha, exagerada. Ué Pam, aqui ta mostrando que você ta 32 semanas, isso quer dizer 8 meses né?
- Humrum...
- Mas ontem quando o Luan te perguntou quantos meses você estava, por que tu mentiu e disse a ele que estava com 6 meses?
- A ta – Pensei no que dizer. Mentir? Contar a verdade? – Então... Eu havia me confundido, é que no mesmo dia na praia encontrei uma mulher que também estava grávida, só que de 6 meses e como sou muito besta, acabei confundido as datas. – Menti. Ta virando rotina.

            Odeio fazer isso. Pior coisa no mundo é mentir, mais fazer o quê? Contar a verdade? Falar que não podia dizer que estava de 8 meses pois fiquei com medo de dizer e o Luan fazer as contas e descobri que eu estava grávida dele e não de Caio? Melhor deixar tudo como estava; eu e Caio, Deza e Luan. Os gêmeos, comigo.

- Ahãn sei. – Falou Deza, é ela parecia não engolir muito aquilo. Na verdade nem eu acreditaria.
- Bom... Mas mudando de assunto, deixando meus pequenos e o Luan de lado. O que vamos fazer? Queria ver filme, borá?
- Ué Pam, ta bom... Mas eu não tenho filmes bons aqui. – Deza parou olhos pros lados como se estivesse pensando ou procurando algo – Mãeeeeeeeeeeeeeee...  - Gritou – A senhora viu aquele filme que eu aluguei anteontem?
- Qual? O de romance, ou o de Ketchup?
- Que ketchup mãe ta doida?
- Aquele tanto de sangue, só pode ser de ketchup – Disse ela ao chegar na sala – Né verdade Pamela? – Perguntou sorrindo.
- É verdade. – Confirmei rindo. Agora entendi quem a Deza puxou.
- Ta mãe. Mais você viu eles?
- Sim, ta lá na cômoda do seu quarto, debaixo daqueles livros que você comprou no mesmo dia.
- Ah ta me lembrei – Falou Deza correndo pra pegá-los.

            Passou segundos e ela já estava de volta.

- Então Pam, sangue ou amor?
- Sangue.
- Ain Pam, esse aqui é tão lindo, vamos ver ele?
- Aff. Fazer o quê né, vamos ver esse de romance.
- Tive uma idéia.
- Que idéia? – Tenho medo das idéias dela.
- Vamo fazer brigadeiro?
- Ai chocolate, é bom. Filme de romance com chocolate? É pra me fazer chorar e entrar em depressão?
- Hahaha, não é minha intenção mas...
- Hahaha engraçadinha. Borá fazer esse brigadeiro.
- Meninas, eu vou ter que dá uma saidinha, vou no shopping comprar umas coisinhas e aproveitar ir no salão arrumar minhas unhas.
- Ta bom mãe! – Disse Deza se levantando do sofá – Ô mãe sabe se tem chocolate e leite condensado ali?
- Tem comprei esses dias pra trás, queria fazer uma torta mais a preguiça não deixou.
- Hum... a gente vai fazer brigadeiro vamos gastá-los.
- Cuidado com os doces meninas, vocês vão engordar.
- Não tem como eu engordar mais um pouco não – Brinquei.

            A mãe de Deza despediu de nós e saiu.


- Então... Vamos lá fazer esse brigadeiro que já me deu até água da boca de vontade de comer... – Nem continuei a falar, paramos. Alguém batia na porta.
- Pronto, minha mãe esqueceu alguma coisa quer ver? Aposto que é a carteira. – Reclamou Deza se levantando do sofá pra abrir a porta.

            Não era a mãe de Deza que batia, preferia que fosse ela.
- Luan? – Falou Deza espantada.


Continua...

12 comentários:

  1. Nossa!! Imagino a cara da Pam quando ver o Lú novamente. Ele tem que ver o ultra-som e perceber que a Pam tá mentindo.. Ele tem que saber que os pequenos são dele e não de Caio.

    Yana

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  2. puta merda, a pam se ferrou kkkk tem que falar a vdd muie que coisa mais feia ficar mentindo,agora é a hora fala pra todo mundo de uma vez (8) kkkkk fala logo pro luan que os seus pequenos sao deles pelo amor de deus minha fia,ele tem que saber da vdd,ele é o pai!!! desenbuza em pam =]

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  3. AAAAAAAAAAAAA porque tem sempre que acabar na melhor parte ? Quero ver a cara da Pam, e a do Luan ? Meu santinho, o que será que vai acontecer ?

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  4. caramba parou na melhor parte que maldade kkkkkkkkkkkkkkkkk mais estou anciosa pela continuaçao e adorei o capitulo

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  5. AAAAAAAAH! Eu quero logo saber o que vai acontecer ... Andreza escreve logo o próximo capitulo. =D

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  6. Até to imaginando a cara da Pam quando viu o Lulub's kkkkk, mais bem que ela podia contar tudo pro luan que esses pequenoos são filhos dele

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  7. Esses bebês é que vai juntar os dois...
    Ansiosa pra saber qual será a reação do Lú ao ver Pam mais uma vez na casa da Deza, e será que ele vai ver o ultra-som?

    Drika

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  8. Ahh caraca .. Nossa p Lú tem qe ver concerteza a utrason por favor deixa ele ver , ele tem que saber qe esses pequenos sao filhos dele , essa historia ta cada vez melhor

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  9. aaaaaaaaaaaaa ela temq contar para elee ! tomaraaa q ele veja a ultra ! :)

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  10. ABANDONA A GENTE NÃÃO AMOOOR

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